APRESENTAÇÃO
Este é um Cordel coletivo que repudia
a descaracterização do prédio onde estudou o grande escritor brasileiro, José
Lins do Rego, na cidade de Itabaiana, Estado da Paraíba, composto pelos acadêmicos
da ACVPB, para o grande recital que aconteceu na 3ª plenária da Academia de
Cordel do Vale do Paraíba, no dia 11 de julho, no auditório da Academia
Paraibana de Letras. O Cordel foi idealizado pelo poeta e presidente de
Academia de Cordel do Vale do Paraíba, Sander Lee.
O tema da nossa plenária que ocorreu no sábado, dia 11 de julho de 2015, a partir das 14:00 horas, na ACADEMIA
PARAIBANA DE LETRAS, foi QUEREM RASGAR A MEMÓRIA / DE ZÉ LINS O ESCRITOR, em
defesa do prédio onde estudou o escritor José Lins do Rego, em Itabaiana, que
estão derrubando.
Foram
convidados alguns membros do IPHAEP, o Secretário de Cultura do Estado da
Paraíba e o Presidente da Academia Paraibana de Letras, para que, juntos,
mobilizemos a sociedade contra essa afronta à memória cultural do grande
escritor paraibano.
A pesquisadora Beth Baltar falou a
respeito das informações que facilitam a catalogação dos poetas Cordelistas.
Sander
Lee
(Presidente
da ACVPB)
Li
Menino de Engenho
Do
escritor de Pilar
Conhecido
além-mar,
Pois
escreveu com empenho
Defendê-lo
hoje venho
Porque
sei que tem valor
Escreveu
com resplendor
Viveu
momentos de glória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Um
ícone da literatura
Escreveu
o ciclo da cana;
Estudou
em Itabaiana;
Era
homem de cultura
Viveu
a magistratura
Foi
famoso escritor
Do
engenho corredor
Seguiu
outra trajetória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Foi
um grande romancista
O
neto de seu Paulino
Um
orgulho nordestino
Ponho
em primeiro na lista
Escritor
regionalista
E
um grande pesquisador
Merece
respeito e amor
Porque
ele tem história
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Aqui
faço um apelo
Ao
povo de Itabaiana
Esta
cidade bacana
Pra
que tenha amor e zelo
É
de arrepiar cabelo
Esta
ação de desamor
Há
um mau destruidor
Apagando
nossa história
Querem
rasga a memória
De
Zé Lins o escritor!
Agradeço
aos cordelistas
Desta
amada academia
Que
escreve com alegria
Todos
são fiés artistas
Sejamos
mais otimistas
Quem
dá a arte valor
Vamos
gritar sem temor
“Riscaram
a nossa história!”
Querem
rasga a memória
De
Zé Lins o escritor!
© Pádua Gomes Gorrión
Como
filho de Pilar
Da
terra de Lins do Rego,
Desfrutando
de aconchego
Hoje
aqui neste lugar,
Eu
não posso me calar
Diante
deste clamor,
Vendo
tanto desamor
Por
quem marcou a história,
Querem
rasgar, a memória
De
Zé Lins, o escritor!
O
Instituto onde estudou,
Do
Professor Maciel,
Hoje
está um escarcéu,
Parte
já se derrubou!
O
pouco que lhe restou
Espreita
o demolidor
Pra
seu “progresso” interpor,
Mas
tudo isso é vanglória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor!
O
prédio que foi cenário
De
seu romance Doidinho,
Em
outro Estado vizinho
Seria
um gran relicário;
Mas
aqui se vê o contrário,
Querem
negar seu valor,
Passar
por cima o trator,
Como
se fosse uma escória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor!
© Antonio Costta
Se
a história morresse
Grandes
homens do passado
Não
seriam eternizados
Por
alguém que escrevesse
Talvez
o homem esquecesse
De
sua historia, o autor
Mesmo
sem ódio ou rancor
Mude
sua trajetória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor
Vi
o menino de engenho
Comendo
uma bananeira
Numa
cena bem ligeira
Daquele
filme ferrenho
Na
memória ainda tenho
Lembranças
daquele ator
Que
com gloria e com louvor
Interpretou
a historia
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor
Com
uma força tamanha
Das
águas de uma maré
O
Fogo Morto de Zé
Queimou
as minhas entranhas
Foram
sensações estranhas
Que
tive lendo o autor
Pois
escrevia com amor
A
vida na sua historia
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor
© Walter Mario da Luz
Pensando
sobre o mundo
Queria
ser estrangeiro
E
não ser mais brasileiro
Sem
desgosto tão profundo
De
outra nação oriundo
Da
história conhecedor
Pra
não ter que viver a dor
Contra
ação tão vexatória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Digo
isso com tristeza
Pois
eu amo minha terra
Mas
se fosse na Inglaterra
Em
Paris ou em Veneza
Onde
a arte é riqueza
Para
um povo que é leitor
Louvado
seria esse autor
Conhecida
sua glória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
A
esse eterno menino
Lá
do engenho Corredor
De
romance um contador
Com
seu sangue nordestino
De
estilo repentino
De
Pilar um descritor
Lutarei
por seu valor
Pra
lembrar sua trajetória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
©Renaly Oliveira
No
banco que sentou o mestre
Tem
memória incrustada
A
carteira bem lustrada
Esconde
um ar campestre
E
o saber que a investe
Tem
dote e tem valor
Tem
cor, brilho, tem olor
E
dar o tom da história
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
.
Eu
aqui vou reclamar
Desse
ato tão insano
Que
escapa a qualquer plano
É
ilógico estudar
Quem
deseja derrubar
Com
força, com desamor
Um
espaço de valor
Com
destinação inglória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins,o escritor.
.
Se
eu fosse o responsável
Por
este prédio bacana
Não
trocava por banana
Um
lugar tão agradável
Eu
seria razoável
Em
atenção ao valor
Daria
o meu amor
Para
burilar a história
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
© Josafá de Orós
Eu
estou acabrunhado
Com
notícia tão tirana
Que
na nossa Itabaiana
Ta
quase tudo acabado
É
a foice e o machado
Derrubando
muro e flor
Até
a santa no andor
Ta
pedindo precatória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
No
antigo Instituto
Do
professor Maciel
Formava-se
o bacharel
E
o poeta impoluto
Sendo
assim eu repercuto
Esse
atentando, um horror!
É
muita falta de amor
Essa
ação predatória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor
Já
derrubaram sem pena
A
casa de Marieta
Uma
prefeita cruzeta
Foi
autora dessa cena
Uma
questão obscena
Demonstrando
o despudor
Temos
pouco defensor
Para
ação conservatória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
© Fabio Mozart
“Moleque
Ricardo” vem
Acender
o “Fogo Morto”
O
meu pensamento torto
Viaja
naquele trem
Os
“Cangaceiros também
Se
embalam nesse vapor
E
vem com todo estupor
Pôr
cobro nessa escória
Que
quer rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Para
sempre na lembrança
Ficaram
“Meus verdes anos”
“Doidinho”
não causa danos
“Pureza”
lembra a criança
“Banguê”
já teve pujança
O
“Riacho doce” sabor
Riquezas
de um contador
Legado
pra nossa história
Ninguém
rasga a memória
De
Zé Lins,o escritor.
Senta
na “Pedra bonita”
O
“Menino de engenho”
“Usina”
requer empenho
Para
vencer a desdita
A
“Água mãe” que agita
“Eurídice”
retrata a dor
A
obra do grande autor
Já
alcançou a vitória
Não
rasgarão a memória
De
Zé Lins, o escritor
©
Luciene Soares
Grande
vergonha e nojo
Desfazer
da criatura
De
memória e cultura
De
quem podemos falar
Escritor
que posso orgulhar
De
dá atenção valor
Ignorante
do terror
Quer
apagar a história
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Itabaiana
sem amor
Zé
Lins querem desabrigar
Sem
cultura quer brigar
Mas
tem gente que condena
Quem
destrói falta pena
E
ter pena e calor
Para
poder dá valor
Monumento
e história
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
A
casa que o escritor
Antes
recebeu lição
Estão
botando no chão
E
uma parede já partiu
Que
chega o brilho saiu
Do
escritor bem doutor
De
Maciel professor
Foi-se
também a história
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
©
Antônio Marcos G. Monteiro
José
Lins é de Pilar
Cidade
paraibana,
Mas
foi em Itabaiana,
Que
veio se aprimorar
Na
leitura, pra embarcar,
Nesse
mundo promissor
Foi
poeta e promotor,
E
assim entrou pra história;
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
A
questão que se apresenta
Mais
parece um pandemônio;
Destruir
um patrimônio
Da
história, a gente lamenta;
Aquele
prédio que ostenta,
Um
passado acolhedor,
Não
deve se decompor,
De
maneira aleatória;
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Um
nome considerado
Um
vate reconhecido,
Um
escritor bem polido,
Que
orgulhou seu estado;
Preservar
esse legado,
E
demonstrar seu valor,
Não
é fazer-lhe favor,
Mas,
sim conferir-lhe glória;
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Aonde
o aprendizado
De
José Lins teve início,
Sabemos
q’esse edifício,
Está
pra ser derrubado;
Era
pra ser restaurado,
Com
carinho e com amor,
É
sábio qualquer gestor,
Que
age de forma notória;
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
© Carlos Aires
No
céu que cobre Pilar
Nasceu
uma grande estrela
Iluminando
a janela
Da
cultura no lugar
Do
Rego, do Rio ao mar
Nos
legou grande valor
Mostrando
a todo vapor
Os
relatos da história
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Escreveu
com muito empenho
Sapiência
e sutileza
A
vida e a natureza
Do
Menino de Engenho
Fazendo
quase um desenho
Do
Engenho Corredor
Deu
muitas lições de amor
Sem
precisar palmatória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Na
cidade Itabaiana
Estudou
nos Verdes anos
Aprendeu
traçar os planos
Em
meio ao ciclo da cana
Sua
escrita é soberana
Nos
romances de valor
Riacho
Doce é amor
Uzina
e Pureza é glória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Seus
escritos formam um Rio
Nos
maiores aguaceiros
Ao
escrever Cangaçeiros
Água-mãe
num desafio
O
Fogo morto é sombrio
Eurídece
o drama e a dor
Totonha
é um esplendor
No
contar da sua História
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Esse
tema desafia
E
põe a cultura em xeque
Mais
eu vou abrir o leque
Conclamando
a Academia
Como
escudo de água fria
No
vulcão devorador
A
defender esse autor
Na
certeza da vitória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
© Thiago Alves
Foi
“Doidinho” ambientado
Nas
ruas de Itabaiana
Essa
novela humana
Fez
Maciel consagrado
Por
ele ter ensinado
Ao
filho do Corredor
Porém
agora essa dor
Da
atitude vexatória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Em
Porto Alegre se guarda
A
Casa Mário Quintana
Porém
em Itabaiana
Que
já viveu na vanguarda
Usa-se
a alabarda
O
contrassenso agressor
O
laivo destruidor
D’uma
alma merencória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Do
autor d’A Bagaceira
Preserva-se
a sua casa
E
nela o povo extravasa
Na
intelectual bandeira
Que
vai abrindo clareira
E
forjando o pensador
Na
Itabaiana, doutor,
Numa
ação compulsória,
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
O
seu “Menino de Engenho,
“Doidinho”,
também “Banguê”
Eu
pergunto a você
Onde
acharão empenho?
Por
isso que pedir venho
Ao
IPHAEP um favor:
Não
deixe o destruidor
Macular
nossa história
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
© Sander Lee
Desprovido
de cultura
São
esses ricos de tédio
Que
querem acabar o prédio
Destruir
sua estrutura
Quem
e leigo não procura
Saber
qual e o valor
Confunde
mal com amor
Cospe
em cima da historia
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Esse
escritor do passado
Tem
seu valor alegórico
Todo
patrimônio histórico
Merece
ser respeitado
Todo
gênio e consagrado
Por
que tem mérito e valor
Não
vejo destruidor
Que
mude essa trajetória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
© Biu Salvino
A
cultura se fortalece
Na
base da união
Passando
de geração
E
a vida enaltece
Pois
o artista merece
De
ter assim mais valor
A
arte dispõe seu amor
Na
queda ou na vitória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor
© Poeta Esperantivo
Nessa
hora me atenho
E
mando meu aconchego
Para
José Lins do rego
Faço
a estrofe e resenho.
O
Menino de Engenho
Retrata
o agricultor,
Outro
livro de valor
Fogo
Morto faz história.
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Esse
filho de Pilar
Do
solo paraibano,
Sendo
grande ser humano
Temos
que homenagear.
Pra
ele vou declamar
E
carregar seu andor.
Admiro
esse senhor,
Seu
estilo e oratória.
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Falou
no ciclo da cana
E
no trabalho rural
Sua
obra magistral
Foi
da Usina a savana.
Falar
nele me ufana,
Dele
serei defensor.
Quem
quiser se contrapor
Não
alcançará vitória.
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Quem
pensa que é proeza
Omitir-lhe
sem porquê,
Não
sabe o que é Banguê
Nem
Usina, nem Pureza.
Vamos
fazer a defesa
Sem
mágoa, sem dissabor,
Ele
foi possuidor
De
bonita trajetória.
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Na
Paraíba nasceu,
Em
Recife residiu.
Para
o rio ele partiu
Onde
por lá faleceu.
Tudo
quanto escreveu
Foi
com esmero e amor,
Autêntico
trabalhador
De
atuação notória.
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
© Eduardo Viana
Eu
amo a literatura
Nela
encontro aconchego
As
obras de “Lins do Rego”
Têm
em si magistratura
É
um leite sem mistura
De
excelente sabor
Que
alimenta o leitor
De
uma forma elevatória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Calcei
o par de esporas
Tomei
dois dedos de vinho
E
fui reler o “Doidinho”
Pra
tirar os “noves-foras”
Passei
a contar as horas
Pra
defender o mentor
Dessa
obra de valor
Como
causa obrigatória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Lendo
“Usina” com empenho
Sentimos
o cheiro da cana
De
Pilar à Itabaiana
Muito
pouco muda o cenho
“Doidinho”
luta ferrenho
Se
contrapondo ao “Doutor”
“Banguê”
narra outro fator
Da
força em declinatória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Como
quem persegue um touro
Na
jurema e caruá
Sem
medo do mangangá
Eu
topo esse desaforo
Que
“Lins do Rego” é o ouro
Como
grande preletor
De
todo aquele leitor
Da
boa escrita notória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins o escritor.
Tomei
o laço na mão
De
corda de couro cru
Pra
laçar esse zebú
Que
quer botar “Zé” no chão
Montado
em meu alazão
Derribo
o mandingador,
Pois
sou admirador
Dessa
bela trajetória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
© Thiago Alves
É,
meu fíi; isso é Brazí;
Nada
aqui me surpreende.
Tanto
taivêiz e depende,
Faiz
a gente sucumbi.
Minha
Natá-RN, meu Carirí-PB,
A
terra qui me adotô,
Disabafo,
meu sinhô;
Zé
Llins do Rêgo é históra,
Quere
rasgá a memóra,
De
Zé Lins, o iscritô...
© Bob Motta
Quando
ia se banhar
Lá
no rio Paraíba
Aquele
grande escriba
Buscava
se inspirar
Nas
paisagens do lugar,
Do
engenho corredor,
Mostrando
o seu valor
Alcançou
a sua glória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Aquele
prédio escolar
Onde
Zé Lins estudou
Foi
lá onde abraçou
E
começou se letrar
Valorizando
o lugar
Merece
todo louvor,
Ao
destruir sinto dor,
É
acabar com história
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Estão
querendo acabar
O
nome de um baluarte,
Um
escritor que na arte
Não
se pode ultrapassar,
Do
engenho de Pilar
Voou
feito um condor
No engenho Corredor
Viveu
momentos de glória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Estudou
em Itabaiana,
Este
escritor afamado
Prá
nós deixou um legado
Literatura
bacana,
Contou
o ciclo da cana
Por
isso faço um clamor
A
quem for destruidor
Faço
essa rogatória
Querem
acabar com a história
De
Zé Lins, o escritor.
© Carlos Alberto
Rodrigues
Repare
o que estão fazendo:
Meu
compadre José Lins
Honrado
até os confins
Hoje
aqui está padecendo
De
agravo vil e horrendo
Por
um tal usurpador
Que
enegrece o alvor
De
dourada trajetória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Não
derrubem a escola
Onde
a arte começou!
Pois
se o bordão apeou
Não
se ouve mais a viola
Em
vez disso a padiola
Tal
qual fúnebre andor
Leva
consigo o dulçor
Conduz
mortiça a história
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
A
cultura popular
Riqueza
maior que ouro
Parecida
é com o louro
Que
serve para adornar
O
vencedor a cantar
Conquistas
de mui valor.
Demoli-la
com trator
É
desprezar a vitória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
©
Lorena Alysson
José
Lins do Rêgo tem
Sua
história na Cultura.
Ninguém
rasga uma “figura”
Que
figura o que contém.
Suas
obras são pra quem
Aprendeu
a dar valor.
Eu
recomendo ao leitor
Conhecer
a sua história!
Querem
rasgar a memória,
De
Zé Lins, o escritor.
Imortal
já se tornou
Suas
obras literárias.
Suas
crônicas são lendárias,
Há
quem leu e quem gostou.
O
seu trabalho ficou
Na
vida de um sonhador.
Meu
peito enche-se de dor
Se
mancharem sua história.
Querem
rasgar a memória,
De
Zé Lins, o escritor.
A
nossa literatura
Ganhou
muito com Zé Lins.
Perfumou
nossos jardins
Com
sua fragrância pura.
Quem
não gosta de cultura
Não
critique, por favor,
Esse
Dom que tem amor
E
Deus nessa trajetória!
Querem
rasgar a memória,
De
Zé Lins, o escritor.
© Sônia Gervásio
Como
se rasga papel
E
se joga pelo chão
Rasgado
é o coração
Quando
um ente vai pro céu
A
abelha perde o mel
O
céu perde sua cor
Quando
o homem sem amor
Desrespeita
a história
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
©
Tiago Monteiro
Algo
está acontecendo
E
é preciso ter cuidado,
Pois
estou desconfiado
De
que um plano vil, horrendo,
Ganha
forma e vem crescendo!
Sempre
há grupo traidor
Que
desdenha o bom labor
Por
inveja ou outra escória!
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor!
Esse
engenho entretecido
Por
quem não conhece a Arte
Da
premissa tola parte
De
que já foi esquecido
E
não mais tem sido lido
Esse
Marco como autor;
De
histórias, contador.
Tentativa
vil, inglória:
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor!
É
um crime esquecê-lo!
Esse
fruto de Pilar
Pilar
veio se tornar.
Serve,
sim, como modelo
Sua
escrita que, com zelo,
Faz-nos
ver amor e dor
Nas
palavras, sim senhor!
Não
se apaga bela História,
Mas
querem rasgar memória
De
Zé Lins, o escritor!
©
Ronaldo Rhusso
Quem bole com patrimônio
Também se bole com lágrima
Concretiza-se em lástima
Está lhe faltando neurônio
É um praticado errôneo,
Uma falta de amor
Com o filho do Corredor
Que será uma escória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins o escritor!
Eu extrapolei a glosa
Com duas rimas a mais
Porque o tema nos traz
Uma página dolorosa,
Pois uma lei poderosa
Não tem para o predador
Que transforma o bem em dor
Verdadeira vexatória !
Querem rasga a memória
De Zé Lins o escritor!
© Orlando
Otávio
Uma
memória esquecida
É
uma cantiga calada
Uma
rima não rimada
É
a identidade perdida
A
quem o escrito deu vida
Quem
teve todo vigor
Escreveu
com muito amor
Entrou
pra nossa história
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
O
menino no engenho
Contou
uma ação vivida
Recantos
dores sentida
E
fez isto com empenho
Relembrá-lo
hoje venho
Alçados
de esplendor
Onde
se formou doutor
Há
uma ação predatória
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins, o escritor.
Quem
a história contou
Lido,
relido, filmado
Merece
ser respeitado
Qu'em Itabaiana estudou
O
seu canto ecoou
Com
a marca do amor
E
agora sem senso e dor
Faz
uma ação vexatória
Querem
rasgar a memória
De Zé Lins o escritor!
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UM POEMA DE ©
ADILSON SILVA
Por
essas e outras barbáries
É
que eu gostaria de poder mudar de nacionalidade
Qualquer
país da Europa dum mundo civilizado
Onde
a cultura de seu povo
Fosse
a sua prioridade
Passado
de geração pós- geração
A
cultivar sua história
Querem apagar a memória
De
Zé Lins o escritor.
Não
pensem que sou desertor
Que
não amo a terra onde nasci
E
que meus pais me criou
É
apenas um desabafo
De
um pobre gato escaldado
Que
já conhece o passado de glória e de esplendor
E
hoje só dês-sabor, oriundas de seus gestores
Ao
longo de sua história
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins o escritor.
Não
fomos contemporâneos
Quis
o destino assim
A
vida se encarregou dele vir antes de mim
Mas
não me impediu de conhecer-lo através de suas obras
Até
de estudar e ensinar música, no mesmo ambiente, posteriormente
Por
isso lutarei com unhas e dentes
Pra
manter viva essa chama que ainda hoje se sente
Ao
adentrar naquela escola
Querem
rasgar a memória
De
Zé Lins o escritor.
EM DEFESA DO
PATRIMÔNIO
No colégio São José
Na alma de Marieta
Também meteram a marreta
La estudou muitos Zés
Zés doutores, Zés artistas
Lá anéis de ametistas
Muitos Itabaianenses usou
Dando a mão a palmatória
Já foi rasgada a memória
De quem mais lecionou!
A Praça 24 de Maio
Essa é o fim da picada
Pois deixaram uma Cagada
Bem no centro do seu raio
Um verdadeiro ensaio
Para vítima e para réu
Tornou-se um oitão incréu
Aonde fazemos oração
À Virgem da Conceição
Mas foi rasgado o seu véu!
Quando “A moça do coreto”
Chegou para o matrimônio
Aquele célebre patrimônio
Comparava-se ao um amuleto
Conclamo de dentro do peito
Preserve-o hoje e depois...
Que no Brasil só tem dois
São cem anos de história!
Não deixe rasgar a memória
Do patrimônio que é de nós!
Pra terminar minha fala
Enquanto estivermos unidos
Em se tratar de demolidos
A nossa voz nunca cala
Vamos levar nossa mala
Para todo Brasil ver
Dr. Damião e Jessier
Eles dois vão ser o guia
Da nossa Academia
Para palavra “cair” nunca, nunca acontecer...
©
Orlando Otávio