A solidão do vaqueiro
O vaqueiro nordestino
Tem seu devido valor
Trata o gado com amor
Por ser este seu destino
Ele sofre, eu imagino
Correndo no tabuleiro
Atrás de boi mandingueiro
Comendo fora de hora
Quem tem sentimento chora
A solidão do vaqueiro.
O vaqueiro solitário
Também sofre de paixão
Na pista da ilusão
Gasta todo seu salário
Solidão é seu calvário
Nesta vida solteiro
Sendo ele bom cavalheiro
Na tristeza ele se ancora
Quem tem sentimento chora
A solidão do vaqueiro.
Chapéu de couro e gibão
Seu cavalo e sua sela
Na cabeça uma donzela
Que alegra seu coração
Em festa de apartação
Ele é quem chega primeiro
Na sombra de um Juazeiro
Ele descansa e demora
Quem tem sentimento chora
A solidão do vaqueiro.
O vaqueiro acorda cedo
Solta no ar seu aboio
Busca no mourão apoio
Para seguir seu enredo
Debaixo de um arvoredo
Da um grito costumeiro
Chamando o gado leiteiro
Que sai da mata pra fora
Quem tem sentimento chora
A solidão do vaqueiro.
Vaqueiro tem coração
E tem direito de amar
E quando sai pra farrar
Tem a melhor diversão
Ama a filha do patrão
E sonha ser fazendeiro
Conquistar muito dinheiro
Rouba a moça e vai embora
Quem tem sentimento chora
A solidão do vaqueiro.
Este símbolo do Nordeste
Merece todo respeito
Porque tem grande conceito
Quando exibe a sua veste
De virtude se reveste
Possui fama de guerreiro
Com todo porte faceiro
Em vaquejada namora
Quem tem sentimento chora
A solidão do vaqueiro.
Vamos se acordar,Brasil!
Pra
se fazer um país
Disse
Monteiro Lobato:
É o
livro um aparato
Pra
dá nova diretriz
Sara
qualquer cicatriz
Da
porte de fidalguia
Liberta
e assina alforria
Conquistando
outro perfil
Vou
acordar o Brasil
Com
leitura e poesia.
No
mar da literatura
Você
deve mergulhar
Nessas
águas se banhar
E
se aposse da cultura
Viaje
nessa aventura
Cheia
de encanto e magia
E
para sua alegria
Abandone
este covil
Vou
acordar o Brasil
Com
cultura e poesia.
Comece
lendo cordel
Escutando
cantador
Ao
vaqueiro dê valor
Repentista
menestrel
Toda
arte de pincel
Veja
que tem serventia
Tratando-os
com euforia
Com
todos,seja gentil
Vou acordar o Brasil
Com
cultura e poesia.
Vejo
lixo cultural
Invadir
televisão
Mas
não tem inspiração
Mostra
o corpo sensual
Mas
o povo acha normal
Música
com letra vazia
E
assiste com alegria
Todo
conteúdo hostil
Vou acordar o Brasil
Com
cultura e poesia.
Mas
cadê Luis Gonzaga
Nosso
Jackson do Pandeiro
E o
aboio do vaqueiro
Aqui
ninguém mais propaga
Dominguinhos
se naufraga
Nas
águas da empatia
A
tradição se atrofia
Neste
ambiente imbecil
Vou
acordar o Brasil
Com
cultura e poesia.
Eu
convoco a juventude
Pra
um caminho de mudança
Pois
ainda há esperança
Basta
ter mais atitude
Na
estrada da virtude
Só
a leitura é quem guia
A
cultura contagia
No
momento mais sutil
Vou
acordar o Brasil
Com
cultura e poesia.
Cantando o amor desfeito
Quando
um romance se acaba
São
visíveis as sequelas,
Porque
colhemos mazelas
E o
nosso mundo desaba.
Só
a solidão se gaba
Triturando
o coração.
O
sofrer será bordão
Pra
dor que vive no peito.
Quem
canta um amor desfeito
Sente
saudade e paixão.
A
saudade é companheira
De
quem sofre por amor.
Faz
um poço de terror
E a
paixão desce a ladeira,
Pois
a flechada certeira
Transpassa
a nossa razão.
No
sofrer de uma prisão
Pagamos
pelo mal-feito.
Quem
canta um amor desfeito
Sente
saudade e paixão.
Do
balanço da saudade
Contemplo
a melancolia
Que
fere, pune e judia
Amparada
na maldade.
Quando
se perde a metade
Abre
no peito um vulcão
Pra
cacimba da ilusão
Eu
marcho em caminho estreito.
Quem
canta um amor desfeito
Sente
saudade e paixão.
A gente briga por tudo
Minha
namorada bela
Tem
ciúme até demais
Porque
não me deixa em paz
E
por tudo faz novela
Eu
já ando com cautela
Pois
ele é desconfiada
Vez
em quando uma brigada
Mas
no seu beijo eu me grudo
A
gente briga por tudo
Mas
não se deixa por nada.
Se
eu vou com ela pra rua
Não
posso olhar pra ninguém
E
se eu olho ela intervém
Ela
briga e se amua
Por
tudo ela tumultua
Finge
que está magoada
Eu
dou-lhe uma cutucada
Ela
diz:"vem meu barbudo!"
A
gente briga por tudo
Mas
não se deixa por nada.
Um
dia, na sua casa,
Esqueci
meu celular
Quando
eu voltei pra buscar
Eu
a vi como uma brasa
Ela
grita e extravasa
Com
uma raiva danada
A
senha foi bloqueada
Eu
cheguei e saí mudo
A
gente briga por tudo
Mas
não se deixa por nada.
Já
mandei ela ir embora
Mas
ela diz que não vai
A
sua raiva se esvai
Mas
volta antes da hora
Ele
finge até que chora
Para
ser paparicada
Mas
passa o dia emburrada
E
eu fico carrancudo
A
gente briga por tudo
Mas
não se deixa por nada.
E
pra aumentar a confusão
A
minha ex me ligou
Quando
o celular tocou
Eu
me vi numa aflição
Eu
com o celular na mão
Doido
pra ver a chamada
Mas
ela desesperada
Gritou
pra mim:vai chifrudo
A
gente briga por tudo
Mas
não se deixa por nada.
Já
estou me acostumando
Com
esta mulher briguenta
Ela
também me aguenta
Acho
que ela está gostando
Eu
vivo nela pensando
E a
vejo mais controlada
E
quando ela for domada
Eu
libero o conteúdo
A
gente briga por tudo
Mas
não se deixa por nada.
Se
de dia a gente briga
De
noite a gente se ama
Tudo
termina na cama
E
se acaba toda intriga
Com
um beijo ela me instiga
E
eu lhe deixo alucinada
A
raiva fica arquivada
Eu
só grito:sou sortudo
A
gente briga por tudo
Mas
não se deixa por nada.
Agradecimento
Agradeço
por ter me acolhido
Em
seus braços e me dado teu amor.
Serra
Velha foi berço acolhedor
Que
fez tudo pra eu ser tão aplaudido.
Em
seu solo eu me sinto protegido;
Reconheço
a pujança e seu valor.
Eu
lhe exalto e lhe abraço com fervor
E
o seu nome será reconhecido.
Pois
você me adotou como seu filho;
Recebi
muito afeto e compartilho;
Hoje
forte ninguém mais me derruba.
Este
amor no meu peito é genuíno;
Que
se cumpra meu sonho cristalino
De
lhe ver sempre avante, oh é Itatuba.