APRESENTAÇÃO O cordel
brasileiro e a poesia popular permanecem mais vivos do que nunca no cenário
nacional. Com o surgimento das redes sociais houve um descobrimento de
vários poetas que faziam seus versos anonimamente. Hoje, temos diversos
grupos de poetas veteranos,neófitos e aprendizes,o que enriquece a cultura
nordestina.Nos grupos de whatsapp e no facebook encontramos cordelistas e
glosadores dos mais longínquos recantos deste país a construir seus versos
sobre os aplausos dos outros poetas e apologistas. É possível nestes grupos
vermos poetas duelando,desafiando outros poetas para passar seu tempo escrevendo seus
versos através de seus celulares nas
mãos.A moda pegou. No grupo Encontro
com a poesia da poetisa Juciana Miguel há um dinamismo em se fazer
versos. Já tivemos Desafios, Duelos,Mesa de glosas e Festivais online de poesia.No mês de
agosto, a poetisa desafiou os poetas para o V Festival Online de
Poesia e oito poetas se inscreveram para versejarem invocando os deuses
da poesia para se saírem bem nos
duelos.Foi um show de poesia que encheu nossos olhos de prazer a cada
leitura das sextilhas,setissílabos ou decassílabos para analise e escolher
as melhores.E assim aconteceu! Foram oito duelos com bons níveis. O primeiro lugar
ficou com o poeta matuto de Custódia-PE Izaias Moura que recebeu seu
diploma e os aplausos dos poetas e amigos. Quando
participamos de um festival deste nível ninguém perde, todos ganham,porque
construímos poesia para o mundo,e a cultura popular é quem ganha e assim
sendo,ganhamos todos.Viva a poesia popular! Poeta El Gorrion Itatuba-PB
Sumário
Primeiro
duelo......................................................06
Segundo
duelo.....................................................13
Terceiro
duelo.......................................................20
Quarto
duelo..............................;..........................27
Quinto
duelo.........................................................35
Sexto
duelo...........................................................42
Sétimo
duelo.........................................................49
Oitavo
duelo.........................................................56
Participantes:
1- Zé
Duardo
2- Ramon
Medeiros
3- El
Gorrion
4- Nilma
Souza
5- Cleidson
Aires
6- Érica
Pereira
7- Fabiane
Ribeiro
8- Izaias
Moura
Formação
das duplas
Zé
Duardo X
Izaias Moura
Poeta
Cleidao X Ramon Medeiros
Fabiane
Ribeiro X El Gorrion
Érica
Pereira X Nilma Souza
PRIMEIRO DUELO
Izaias Moura X Zé Duardo
Folha 1
Rena Bezerra
Assunto para as sextilhas: Felicidade
Izaias Moura
Eu busco a
felicidade
Nos versos
que tenho feito,
Na paz que
Deus me concede
No amor
que enche o peito,
No acordar
de manhã
E na noite
quando me deito.
Zé Duardo
Felicidade
é o jeito
Da gente
viver contente
Conservar
as amizades
Prezar por
cada parente
Ficar
próximo de pessoas
Que gostem
muito da gente.
Izaias Moura
Eu busco
diariamente
Encontrar
felicidade,
No
passarinho que canta
Contemplando
a liberdade,
Cada nota
é um pronuncio
De paz,
amor e saudade.
Zé Duardo
Só é feliz
de verdade
Quem tem
prazer em viver
Quem busca
muito tem pouca
Quem não
tem pode até ter
Muito mais
felicidade
Que alguém
rico e de poder.
Izaias Moura
Eu a busco
para ser
Um ser
humano completo,
Felicidade
é a bússola
Que guia
um homem correto,
Quem não a
tem não descansa
Padece
triste e inquieto.
Zé Duardo
Nunca foi
caminho reto
Tem curvas
a onde for
Felicidade
não é
Ausência
de dissabor
Felicidade
é um misto
De
contentamento e dor.
Izaias Moura
Eu busco
para compor
Minha
santíssima trindade,
Para
mostrar a mim mesmo
Que ser
feliz de verdade,
É ter paz,
amor divino
E muita
felicidade.
Zé Duardo
Tem gente
que por vaidade
Lhe faz
meta perseguida
Chega no
leito da morte
Numa
conclusão doída
Que a
felicidade estava
No dia a
dia da vida.
Izaias Moura
Eu busco
em mamãe querida
Busco em
papai adorado,
Eu busco
nos filhos meus
Eu busco
em meu bem amado,
Eu busco a
felicidade
No que
tenho imaginado.
Zé Duardo
Ela nunca
foi estado
É um modo
de pensar
Felicidade
não é
Ficar
feliz sem parar
E saber
que tem tristeza
Mas
conseguir superar.
Mote em sete
O
amor duma vida inteira
A
gente mesmo constrói.
Zé Duardo
Quem se
dispõe amar
Tem que
pensar pra dizer
Combinar
para fazer
Todos os
ponto falar
Qualquer
ação sem pensar
A relação
corrói
Não
precisar ser herói
Basta não
fazer besteira
O amor
duma vida inteira
A gente
mesmo constrói.
Izaias Moura
Noventa e
nove por cento
Do que sou
atualmente
Te devo
logicamente
E a ti
faço um juramento
Prometo a
cada momento
Te ofertar
amor de mói
O meu
corpo inteiro dói
Sem a
minha companheira:
O amor
duma vida inteira
A gente
mesmo constrói.
Zé Duardo
Eu tenho
uma namorada
Que
confiava até cego
Que todo
prego que aprego
Ela também
dá pancada
Que a
relação bem formada
Gabiru
nenhum num rói
Posso está
em Niterói
E ela está
em Cajazeira
O amor
duma vida inteira
A gente
mesmo constrói.
Izaias Moura
Um padre,
um altar montado
Uma
plateia seleta
Uma noiva
e um poeta
Um
padrinho em cada lado
Um amor
concretizado
Nem mesmo
o tempo destrói
Vou
mostrar na luz do zói
Que a
paixão é verdadeira.
O amor
duma vida inteira
A gente
mesmo constrói.
Zé
Duardo
Um erro
muito pesado
Pode até
ser redimido
Porém não
é esquecido
E fica
sempre guardado
Mesmo
sendo perdoado
Por muitos
anos remói
Ninguém
jamais reconstrói
A
confiança primeira
O amor
duma vida inteira
A gente
mesmo constrói.
Izaias Moura
Tenho em
minha consciência
Do que
você é pra mim
Nosso amor
não vai ter fim
Prometo
ter paciência
Porque a
minha existência
Sem você a
dor corrói
Nem o
fabuloso Elói
Te
descreve de primeira.
O amor
duma vida inteira
A gente
mesmo constrói.
Mote em dez
Dos
amores que tive em minha vida
você
é o maior desses amores.
Izaias Moura
Caminhei
na estrada do destino
A procura
de alguém que me amasse
Não pensei
que um dia te encontrasse
Transformando
o meu peito de menino
Um amor
verdadeiro e jenuino
Sem
maldade sem dúvida sem rancores
Nos
tornamos amantes sonhadores
Nossa estrada
tornou-se colorida.
Dos amores
que tive em minha vida
Você é o
maior desses amores.
Zé Duardo
No
crepúsculo da vida sois aurora
No mar
calmo do amor é ventania
Eu pensava
que fui feliz um dia
Mas você
me mostrou que sou agora
Tantas
pétalas que vejo sobre a flora
Não
fabricam buquês com tuas cores
Nem os
méis das abelhas tem sabores
Dos teus
lábios na hora da dormida
Dos amores
que tive em minha vida
Você é o
maior desses amores.
Izaias Moura
Já fui
ébrio, vaguei, cai na rua
Quantas
noites dormi embriagado
Se agora
eu estou regenerado
Com
certeza meu bem a culpa é sua
A beleza
que Deus botou na lua
A
orquestra dos pássaros trinadores
Arco-íris
bordado em sete cores
Tudo isso
eu oferto a ti querida.
Dos amores
que tive em minha vida
Você é o
maior desses amores.
Zé Duardo
Muito
tempo um alguém eu procurei
Mas achei
a mulher pra vida inteira
Eu não
digo que fostes a primeira
Mais a
última mulher que amarei
Agradeço a
Jesus por que achei
A ovelha
perdida dos pastores
Uma obra
maior que os criadores
Uma deusa
em pecado construída
Dos amores
que tive em minha vida
Você é o
maior desses amores.
SEGUNDO DUELO
Ramon
Medeiros X Cleidão
Folha 3 (Severino Batista)
Assunto sextilhas: Minha infância foi assim
Ramon Medeiro
Escutando
cantoria,
Tirando
leite e capim,
Andando em
pau de arara,
Tirando
enxu em cupim,
Jogando
bola descalço...
Minha
infância foi assim.
Cleidão
A saudade
bate em mim
Do meu
tempo de criança
Vivia de
liberdade
Alimentando
a esperança
De um dia,
o tempo trazer
Uma vida
de bonança
Ramon Medeiro
Carrego em
minha lembrança
A primeira
bicicleta,
A minha
bola de meia,
O sonho de
ser poeta,
O meu
cavalo de pau
E a comida
predileta.
Cleidão
Minha
casinha discreta
Num
cantinho do Sertão
Onde vivi
minha infância
Hoje se
encontra ao chão
Mas guardo
ela inteirinha
Dentro do
meu coração.
Ramon Medeiro
Tirei água
em cacimbão,
Já fiz
cerca de faxina,
Morei em
casa de taipa,
Pirão,
minha vitamina,
Sem
energia estudava
No claro
da lamparina.
Cleidão
Tinha uma
doce rotina
De acordar
bem cedinho
Colocar
milho na cuia
“Meter” o
pé no caminho
Buscar o
burro na roça
Sem
pressa, devagarinho
Ramon Medeiro
Eu tirava
ovo no ninho
E a mamãe
eu entregava,
Tinha medo
da galinha,
Pois ela
me beliscava,
Quanto
mais braba ela fosse
Mais ovos
dela eu tirava.
Cleidão
De noite,
eu apreciava
Pelas
brechas do telhado
Toda
aquela imensidão
Daquele
céu estrelado
Ou a lua
iluminando
Com seu
reflexo dourado
Ramon Medeiro
Meu lazer
era o roçado,
Minha
praia era um açude,
Meu carro
era uma carroça,
Minha
riqueza, saúde,
Foi
simples, mas foi bonita
Minha
infância e juventude.
Cleidão
Por mais
que o mundo mude
Mudar, eu
jamais irei.
Hoje, já
sou um adulto
De certo,
envelhecerei
Mas
minh’alma de criança
Pra sempre
carregarei!
Mote em sete
Ainda
ontem sonhei
Com
mamãe perto de mim.
Cleidão
Nunca
esquecerei daquela
Que me
dava atenção
Carinho,
amor, proteção
Pra toda e
qualquer mazela.
Hoje vivo
sem aquela
Bela flor
do meu jardim
Essa
sensação ruim
Sequer
explicar eu sei
Ainda
ontem sonhei
Com mamãe
perto de mim.
Ramon Medeiro
Sonhei mãe
me balançando
Em sua
rede macia
E
brevemente eu dormia
Sentindo
mãe me beijando.
Enquanto
estava sonhando
Mamãe me
dizia assim:
- Filho
meu até o fim
Contigo
sempre estarei.
Ainda ontem
sonhei
Com mamãe
perto de mim.
Cleidão
No sonho
me abraçava
Dizendo:
“- filho querido,
Apesar de
ter vivido
Longe,
sempre te amava
Por ti, eu
sempre velava,
Lhe trouxe
pão e pudim…”
O sonho
acabou assim,
E ao
despertar chorei
Ainda
ontem sonhei
Com mamãe
perto de mim.
Ramon Medeiro
Ontem
assim que dormi
Minha mãe
me visitou
E num
sonho me falou:
- Filho
como estás aí?
Eu então
lhe respondi:
- Mãe aqui
é muito ruim,
Pois sem a
senhora eu vim...
No mesmo
instante acordei.
Ainda
ontem sonhei
Com mamãe
perto de mim.
Cleidão
Eu viajo
em pensamento
Quando de
mamãe eu lembro
Ela partiu
em setembro
Me
deixando em desalento
Só em
sonhos me acalento
Pois
sonhando sonho assim:
Que ainda
não foi o fim
E que em
breve a verei
Ainda
ontem sonhei
Com mamãe
perto de mim.
Ramon Medeiro
Sonhei
mamãe me dizendo
Que sem
mim é só tristeza,
Respondi:
- tenho certeza,
Pois assim
estou vivendo!
Perguntei:
- estás sofrendo?
Ela me
disse que sim.
Pense numa
coisa ruim,
Mesmo
sonhando eu chorei.
Ainda
ontem eu sonhei
Com mamãe
perto de mim.
Mote em dez
Com
profunda tristeza tô lembrando
São
seis anos sem João Paraibano.
Ramon Medeiro
Lembro bem
a semana, mês e dia,
Afogados
lamenta e também chora
E Princesa
Isabel até agora
Sente a
falta que faz a sua cria.
Ninguém
fez nem fará na cantoria,
Nem
novato, nem mesmo veterano,
Porque
João no que fez foi soberano
E no céu
até hoje está cantando.
Com
profunda tristeza tô lembrando
São seis
anos sem João Paraibano.
Cleidão
Com imenso
pesar inda relembro
Do
episódio que vitimou João
Quando o
luto pairou sobre o Sertão
Num
tristonho primeiro de setembro
Ainda
sinto revolta quando lembro
Que por
meio d’um ser rude e insano
O destino
ingrato, mal, tirano
De
amargura deixou muitos chorando
Com
profunda tristeza tô lembrando
São seis
anos sem João Paraibano.
Ramon Medeiro
Quem
cantava melhor sobre o sertão
Não deixou
para nós substituto,
Era um
gênio no corpo de um matuto,
Defensor
das belezas do seu chão.
Grandioso
e singelo, assim foi João,
Tanto faz
o poeta e o ser humano.
Há seis
anos habita noutro plano,
Mas deixou
a saudade confortando.
Com
profunda tristeza tô lembrando
São seis
anos sem João Paraibano.
Cleidão
João
partiu com a sua maestria
Foi fazer
cantoria pra Jesus
Fica o
nome: João Pereira da Luz
Imortal
nos anais da poesia.
Sem
estudo, mas com sabedoria
Agradava
monarca ou suburbano
Tal
Camões, Patativa ou Ariano
Me deixou
com saudades, lamentando
Com
profunda tristeza tô lembrando
São seis
anos sem João Paraibano.
TERCEIRO DUELO
El Gorrión X Fabiane Ribeiro
Folha 4: Paulo Medeiros
Assunto para as sextilhas: Casa nova
Fabiane Ribeiro
A casa
quando está nova
É linda
dentro e por fora
Não tem
sujeira nenhuma
Se arruma
de hora em hora
O piso
brilha de limpo
Que dá
orgulho a quem mora.
El Gorrión
Na casa
que mamãe mora
É limpinha
e bem cheirosa
O terreiro
bem varrido
Porque
sempre foi jeitosa
As paredes
bem branquinhas
Que a
sensação é gostosa.
Fabiane Ribeiro
A
empregada é zelosa
Pra casa
estar conservada
Não deixa
um pó de poeira
A sala é
toda arrumada
E passa
aromatizante
Pra casa
estar perfumada.
El Gorrión
Não há
parede rachada
Não possui
casa de aranha
A cerâmica
é bem branquinha
Só porque
ninguém arranha
Porque
toda casa nova
O que tem
é artimanha.
Fabiane Ribeiro
A casa
nova é quem ganha
Dá gosto
até de olhar
Não tem
acúmulo na pia
E nem
roupa pra lavar
Qualquer
coisinha que suja
Alguém vai
logo limpar.
El Gorrión
Meu sonho
é nela morar
Vale à
pena viver nela
E quando
chega o calor
Corre o ar
pela janela
Mas o que
ornamenta ela
Com
certeza é uma donzela.
Fabiane Ribeiro
Toda casa
nova é bela
Sinônimo
de perfeição
A dona da
casa diz
Que a casa
é uma mansão
Que manter
ela limpinha
Até vira
obsessão.
El Gorrión
Depois de
uma construção
Todo mundo
tem cuidado
Que é para
mantê-la limpa
Tudo ficar
arrumado
É difícil
você ver
Um móvel
nela quebrado.
Fabiane Ribeiro
Se tem
dinheiro guardado
E se o
marido aprova
Aí a cada
dois anos
A dona da
casa inova
E faz mais
uma reforma
Pra casa
manter-se nova.
El Gorrión
Todo
morador aprova
Uma casa
com varanda
Quando a
dona é cuidadosa
No seu
império ela manda
Com grande
satisfação
E ainda
faz propaganda.
Mote em sete:
Pra
chegar lá no Japão
Vou
passar o mar no nado.
El Gorrión
O meu
sonho é viajar
Conhecer o
mundo inteiro
Mas eu não
possuo dinheiro
E não
tenho onde arrumar
Quem vai
querer me emprestar
Se eu
estou desempregado
O meu
sonho foi frustrado
Mas vou
cumprir a missão.
Pra chegar
lá no Japão
Vou passar
o mar no nado.
Fabiane Ribeiro
Eu já medi
a distância
Para
chegar em Osaka
Eu seu que
vou chegar fraca
Mas isso é
sem importância
Não vou
querer elegância
De avião
reservado
Eu vou é
pegar pesado
Nadando na
imensidão
Pra chegar
lá no Japão
Vou passar
o mar no nado.
El Gorrión
Quero
Tóquio conhecer
E ver a
sua cultura
Aprender
sua leitura
E por lá
permanecer
Uma japa
eu vou querer
Só saio de
lá casado
E como sou
esforçado
Eu lá
serei campeão
Pra chegar
lá no Japão
Vou passar
o mar no nado.
Fabiane Ribeiro
O meu
corpo está sadio
Dá pra ir até
nadando
Ainda
estou calculando
Mas não
vou caçar desvio
Sem avião
ou navio
Já tá tudo
planejado
E logo
estarei ao lado
Do templo
do pavilhão
Pra chegar
lá no Japão
Vou passar
o mar no nado.
El Gorrión
Vou
confessar, meu amigo,
Que eu amo
uma japonesa
Ela possui
a beleza
Que dela
eu não me desligo
Ela quer
morar comigo
Vive
mandando recado
Mas estou
preocupado
Porque
falta embarcação.
Pra chegar
lá no Japão
Vou passar
o mar no nado.
Fabiane Ribeiro
Vou por em
prática o plano
De fazer
uma viagem
E já
arrumei coragem
Pra nadar
no oceano
Quero
chegar em Nagano
Como tenho
planejado
Até tenho
praticado
Em aulas
de natação
Pra chegar
lá no Japão
Vou passar
o mar no nado.
Mote em dez
Bráulio
Bessa está na televisão
Por
subir defendendo meu Nordeste.
Fabiane Ribeiro
Bráulio
Bessa que vem de Alto Santo
No
programa de Fátima ganhou vez
Ele vai
toda sexta, todo mês
Defender
nossa arte com encanto
O trabalho
que faz é bom de um tanto
Que não
tem nordestino que conteste
Vendo a
Globo que quase não investe
Investindo
na arte, é gratidão
Bráulio
Bessa está na televisão
Por subir
defendendo meu Nordeste.
El Gorrión
A TV é um
sonho pra o poeta
Que
pretende mostrar sua cultura
E exibir
pra o Brasil sua bravura
E com luta
alcançar a sua meta
Menestrel
é figura tão seleta
Que
comparo com um anjo celeste
Competente
não faz sequer um teste
Mas
disposto demonstra seu sertão
Bráulio
Bessa está na televisão
Por subir
defendendo meu Nordeste.
Fabiane Ribeiro
Bráulio
Bessa tem nome e muita fama
Só não sei
se foi sorte ou foi talento
Com a arte
ele tem conhecimento
E poeta
nenhum se põe na lama
Ele tem
muito brilho no programa
Tem
deslize e também rima que preste
Quem
assiste no verso se reveste
Só que
quase ninguém faz distinção
Bráulio
Bessa está na televisão
Por subir
defendendo meu Nordeste
El Gorrión
Bráulio
Bessa poeta cearense
Que
decente cantou sem ter afobo
Com
modéstia chegou à rede Globo
Quando
versa, o Brasil fica em suspense
Nosso povo
se orgulha quando vence
Um poeta
que vence sem conteste
A cultura
é mostrada pra o sudeste
Que
quiseram de nós separação.
Bráulio
Bessa está na televisão
Por subir
defendendo meu Nordeste.
QUARTO DUELO
Nilma Souza X Érica Pereira
Folha 2
Marciano Medeiros
Assunto sextilhas: Os meus heróis são assim
Nilma Souza
Estão no
céu e na terra
Uns longe
outros "pertim"
Deus , o
meu maior herói
Meu pai
que cuidou de mim
Me
defendem , me protegem
Os meus
heróis são assim.
Érica Pereira
Os meus
heróis para mim
São como
dois protetores,
Meu pai na
terra me guia,
Meu Pai do
Céu me dá flores
E prova
que não esquece
De nós,
pobres pecadores.
Nilma Souza
Entre
saudade e amores
Airton
Senna deixou
Morreu no
auge da fama
Seu nome
se eternizou
A
sementinha plantada
Cresceu e
enraizou.
Érica Pereira
A minha
infância passou
Deixou
somente a saudade,
Papai Noel
era meu
Herói, mas
sem validade!
Papai
prova todo dia
Que é meu
herói de verdade.
Nilma Souza
Digo com
veracidade
Que meus
heróis não morreram
Tem alguns
que se mudaram
E outros
permaneceram
Eu conheci
todos eles
E eles não
me conheceram.
Érica Pereira
Os meus
heróis são guerreiros
Não saem
da minha mente!
Lula lutou
pelos pobres
E foi um
bom presidente,
É meu
herói,com certeza,
O meu e de
muita gente.
Nilma Souza
Eu não
esqueço o "oxente"
Do nosso
grande Ariano
Um
escritor de mão cheia
Do sertão
Paraibano
Foi herói
da ficção
No torrão
pernambucano.
Érica Pereira
O meu
Herói Soberano
É Deus em
qualquer lugar,
Mas Papa
Francisco é
Um servo
espetacular
E um herói
que nos ensina
Como
devemos rezar.
Nilma Souza
Todo herói
é exemplar
E luta por
igualdade
Não adota
preconceito
Exclui a
rivalidade
É a favor
da justiça
E presa
pela amizade.
Érica Pereira
Herói
mesmo,na verdade
É cada um
professor,
Que dedica
sua vida
A ensinar
com amor
E o povo
sequer aprende
Nem mesmo
a lhe dá valor.
Mote em sete
Nem
sempre a velhice traz
Saber
e maturidade.
Érica Pereira
A velhice
é sempre o preço
De quem já
viveu bastante,
Nada mais
é semelhante
Ao que se
foi no começo,
Quem levou
muito tropeço
Sabe viver
de verdade,
Depois da
dificuldade
Se aprende
a viver em paz
Nem sempre
a velhice traz
Saber e
maturidade.
Nilma Souza
Eu fico me
perguntando
Porque o
"envelhecer"
E o que
preciso saber
O tempo
está me negando
Sinto que
está passando
Sem dá
oportunidade
Quem chega
a terceira idade
Conhece o
que o tempo faz
Nem sempre
a velhice traz
Saber e
maturidade.
Érica Pereira
Velhice
nem sempre vem
Para quem
sabe de tudo
Mas ela é
um escudo
De quem
soube viver bem,
Tem idoso
que não tem
Nem sequer
boa vontade
E tem
jovem sem maldade
Que faz do
bem seu cartaz
Nem sempre
a velhice traz
Saber e
maturidade.
Nilma Souza
Fico
triste quando lembro
Minha mãe
na juventude
Tinha
vigor e saúde
E de
Janeiro a Dezembro
Cuidava de
cada membro
Exibindo a
mocidade
Mas a
contrariedade
A fez
sentir-se incapaz
Nem sempre
a velhice traz
Saber e
maturidade.
Érica Pereira
sabedoria
é
Um
privilégio do bem
Que é
muito dada a quem tem
A vida
cheia de fé,
Tem muito
idoso que até
É jogado
atrás da grade
Quando a
criminalidade
Releva do
que é capaz
Nem sempre
a velhice traz
Saber e
maturidade.
Nilma Souza
Começamos
na infância
Com sonhos
para viver
O desejo
de crescer
Sem
observar distância
Chegando
na última instância
Com pouca
dignidade
Não
mandamos na vontade
E o tempo
corre voraz
Nem sempre
a velhice traz
Saber e
maturidade.
Mote em dez
Das
tristezas de minha mocidade
Fiz
as pontes da paz interior.
Nilma Souza
Fui criada num triste pé de serra
Bem
distante do luxo e da riqueza
Os
encantos reais da natureza
Davam vida
e rigor aquela terra
Mas quem
planta a paz não colhe guerra
Minha arma
era a flecha do amor
Aprendi a
usar e dar valor
Os
conceitos que geram liberdade
Das
tristezas da minha mocidade
Fiz as
pontes da paz interior.
Érica Pereira
Na
infância eu vivi muitos tormentos
Quando a
morte levou mamãe querida,
A ferida
ficou na minha vida
E eu não
pude evitar os sofrimentos,
Mas passar
cada um desses momentos
Me me fez
ver que a lembrança é como flor
Para quem
é um bom cultivador
Ela nasce
com mais facilidade
Das
tristezas da minha mocidade
Fiz as
pontes da paz interior.
Nilma Souza
A saudade
é enorme, a dor é tanta
Que
recordo das crises e alvoroço
Quando
tinha a mistura do almoço
Não
sobrava comida mais pra janta
Lavei
roupa no rio, mudei planta
Já dormi
sem sequer um cobertor
Aprendi a
sorrir sentindo dor
Pra
esquecer que passei necessidade
Das
tristezas da minha mocidade
Fiz as
pontes da paz interior.
Érica Pereira
Das
diversas angústias que passei
Construí
minha ponte de esperança
Hoje a paz
é da minha vizinhança,
Minhas
dores nem sei onde deixei.
Sofri
muito, mas vi que suportei
Com as
garras de um forte vencedor,
Ir feliz e
tranquila aonde eu for
É sinônimo
da força de vontade
Das
tristezas da minha mocidade
Fiz as
pontes da paz interior.
SEGUNDA
FASE
Para segunda fase passaram os poetas:
1- Izaias Moura
2- Ramon Medeiros
3- Fabiane Ribeiro
4- Nilma Souza.
Novas
Duplas
Nilma Souza X Fabiane Ribeiro
Izaias Moura x Ramon Medeiros
QUINTO DUELO
Nilma Souza X Fabiane Ribeiro
Folha 1
Jayres Fernandes
Assunto sextilhas: Na faculdade da vida
Fabiane
Ribeiro
Na
faculdade da vida
Tem prova
que elimina
O
ensinamento é árduo
É
diferente a doutrina
E a vida
ensina coisas
Que quase
ninguém ensina.
Nilma Souza
Pra ver o
mapa da mina
O presente
me convida
Para rever
os conselhos
Da minha
mamãe querida
O melhor
livro que li
Na
faculdade da vida.
Fabiane Ribeiro
Toda alma
é escolhida
Pra ter lições
no caminho
A gente
aprende que dor
Não vem
somente de espinho
A vida
mostra a lição
E a gente
aprende sozinho.
Nilma Souza
A vida tem
um jeitinho
As vezes
tanto agressiva
O vento
sopra ao contrário
Deixa seu
barco a deriva
E o mundo
filtra as lições
Para que
se sobreviva.
Fabiane Ribeiro
A vida
nunca se priva
Ensina no
prejuízo
A superar
qualquer trauma
Com força,
fé e sorriso
Pra gente
ganhar a guerra
E não
perder o juízo.
Nilma Souza
Para
aprender é preciso
Conviver e
estudar
As questões
apresentadas
Não dá pra
reformular
E a
faculdade da vida
Tá pronta
pra reprovar.
Fabiane Ribeiro
A gente
tem que tentar
Aprender
sem malandragem
A
enfrentar as barreiras
Mesmo com
pouca coragem
Pra não
deixar que os problemas
Saiam
levando vantagem.
Nilma Souza
A vida é
uma viagem
Pela
trilha do saber
Lições do
cotidiano
A gente
aprende sem ler
Mas ao
pegar um atalho
Pode se
surpreender.
Fabiane Ribeiro
Ensina a
gente a saber
Lidar com
o que surgir
A superar
obstáculo
Também a
não desistir
A não se
vangloriar
E a não
chorar se cair.
Nilma Souza
A vida tem
que seguir
Com ou sem
aprendizado
A
faculdade da vida
Muito tem
dificultado
E a
palmatória carimba
O diploma
do formado.
Mote em sete
Nosso
amor é bem maior
Que
a língua de muita gente.
Nilma Souza
Na minha
rua é assim
A fofoca
vai e vem
Até
pessoas do bem
Levam a
fama de ruim
Vieram
falar pra mim
Que meu
namorado mente
E quando
está ausente
Dos
infiéis é o pior
Nosso amor
é bem maior
Que a
língua de muita gente.
Fabiane Ribeiro
Tem quem
fale em traição
Tanto
minha quanto dele
Mas eu sou
fiel a ele
E ele a
mim com razão
Querem que
nossa união
Acabe
rapidamente
Mas eu
estou bem ciente
Que ficar
junto é melhor
Nosso amor
é bem maior
Que a
língua de muita gente.
Nilma Souza
Só a nós
dois interessa
A forma
como vivemos
Um para o
outro nascemos
Pra casar
não temos pressa
Não
ligamos pra conversa
Desse
povinho insolente
Um do
outro confidente
Vivemos
muito melhor
Nosso amor
é bem maior
Que a
língua de muita gente.
Fabiane Ribeiro
Tem quem
fale o tempo inteiro
Que
devemos terminar
Que ele só
quer me usar
Que eu só
quero dinheiro
Mas ele é
bem verdadeiro
Sou
sincera e persistente
E do que
cada um sente
Nós dois
sabemos de cor
Nosso amor
é bem maior
Que a
língua de muita gente.
Nilma Souza
Sempre
saímos juntinhos
De mãos
dadas pela rua
E quando é
noite de lua
Aumenta
mais os carinhos
Trocamos
vários beijinhos
Ou algo
mais caliente
E a
linguaruda assistente
Se sente
muito menor
Nosso amor
é bem maior
Que a
língua de muita gente.
Fabiane Ribeiro
Tem quem
pense que sufoca
O nosso
amor com mentira
Mas
fuxico, raiva e ira
É algo que
não nos toca
Tem gente
que faz fofoca
E no boato
até mente
Só pro
ciúme insistente
Ficar ao
nosso redor
Nosso amor
é bem maior
Que a
língua de muita gente.
Mote em dez
Quando
mais precisei você virou
Suas
costas, sorriu e foi embora.
Fabiane Ribeiro
Eu lhe dei
toda ajuda que podia
Por você
fiz até muita loucura
Mas você
me enganou e quebrou jura
Se afastou
quando mais eu lhe queria
Procurei
por você a cada dia
Mas você
até hoje me ignora
Seu
semblante me mostra que agora
Nem da
bola pra quem tanto lhe amou
Quando
mais precisei você virou
Suas
costas, sorriu e foi embora.
Nilma Souza
Suas
lágrimas não molham mais meu lenço
Suas dores
também não dói em mim
Sua mágoa
exposta em botequim
Já não
muda a forma como penso
O meu
mundo é outro a que pertenço
E o limite
passou até da hora
Foi você
quem me disse: saia fora
Eu saí e
pra mim a fila andou
Quando
mais precisei você virou
Suas
costas, sorriu e foi embora.
Fabiane Ribeiro
Eu estava
tão fraca e sem ação
Você fez o
que nunca imaginei
No momento
que mais eu precisei
Me negou
sua ajuda e atenção
O momento
daquela ingratidão
Quando vem
na lembrança me apavora
E eu não
posso ficar nem meia hora
Sem
lembrar do desgosto que causou
Quando
mais precisei você virou
Suas
costas, sorriu e foi embora.
Nilma Souza
Toda vez
que chamou eu fui correndo
Sempre
pronta a curar suas feridas
E o amor
que unia nossas vidas
Eu sentia
que estava enfraquecendo
Eu vivi
para ver você roendo
E se ontem
sorria, hoje chora
Telefona ,
procura, ainda implora
E a lição
foi você que me ensinou
Quando
mais precisei você virou
Suas
costas, sorriu e foi embora.
SEXTO DUELO
Izaias Moura X Ramon Medeiros
Folha 2
Juciana Miguel
Assunto sextilhas: Os poetas que se foram
Ramon Medeiros
A saudade
de Valdir
Me faz
chorar todo dia,
Sem João
Paraibano
Perde
brilho a poesia
E Pedro
Bandeira deixa
Enlutada a
cantoria.
Izaias Moura
A morte
fez covardia
Levou
Diniz Viturino,
Carregou
Jó Patriota
Deu um fim
em Severino,
Fez João
Furiba deixar
Enlutado o
Nordestino.
Ramon Medeiros
Pôs fim em
Zé Laurentino
Deixando
triste o sertão,
Quase
morro quando vi
Louro
Branco num caixão
E depois
ser sepultado
Em sete
palmos de chão.
Izaias Moura
Foram
junto a Mergulhão
Manoel
Pedro Clemente,
O velho
Manoel Bandeira
E o
magistral Zé Vicente,
Manoel
Xudu de Pilar
Também faz
falta pra gente.
Ramon Medeiros
Hoje é
saudade somente
O grande
Silvio Grangeiro
E por
falar em saudade
Lembro
Pinto de Monteiro,
Um dos
maiores poetas
Do
Nordeste brasileiro.
Izaias Moura
Zé Galdino
o violeiro
Poeta de
qualidade,
Foi cantar
com Zé Lulu
Pra Deus
na eternidade,
Louro,
Dimas e Otacílio
O trio que
deixou saudade.
Ramon Medeiros
A dor o
meu peito invade
Ao lembrar
de Patativa,
Leandro
Gomes de Barros
No cordel
é lenda viva
E eu não
sei como é que a morte
Pode ser
tão agressiva.
Izaias Moura
Sei que a
morte é abusiva
Não lhe
darei confiança,
Levou
Domingos Fonseca
E
Belarmino de França,
E o gênio
Antônio Marinho
Matando a
nossa esperança.
Ramon Medeiros
Não sai da
minha lembrança
Os versos
de Zé Limeira,
A
fortaleza da voz
De
Severino Ferreira
E a peleja
de Romano
E Inácio
da Catingueira.
Izaias Moura
Lembramos
de Lavandeira
Cantador a
toda prova,
Saudades
de Erivaldo
Todo dia
se renova,
Tá ai
nossos poetas
Que a
morte levou pra cova.
Mote em sete
Se não tem
conhecimento
Esqueça
que é cantador.
Izaias Moura
Com trinta
e três de idade
Jesus foi
assassinado
Antes por
Pedro negado
Na sombra
da crueldade
Salvou a
humanidade
Num lindo
gesto de amor
E o sangue
do salvador
Nos livrou
do sofrimento.
Se não tem
conhecimento
Esqueça
que é cantador.
Ramon Medeiros
Conheço
toda a história
Que tem a
bíblia sagrada,
Sei que
antes de casada
Maria
alcançou a glória.
Não sai da
minha memória
Que José,
o genitor,
Viu um
anjo do Senhor,
Diz o Novo
Testamento.
Se não tem
conhecimento
Esqueça
que é cantador.
Izaias Moura
Sobre os
grandes ditadores
Da
história mundial
Hitler
demônio carnal
O maior
dos opressores
Mussolini
um dos temores
Na Itália
fez horror
Pinochet
um traidor
Cobriu o
Chile em lamento.
Se não tem
conhecimento
Esqueça
que é cantador.
Ramon Medeiros
Em se
tratando das artes:
Vinícius
na poesia,
Platão na
filosofia,
Grande
físico, Descartes,
Outros
grandes baluartes,
Picasso,
gênio pintor,
Beethoven,
voz de tenor
Lembro
agora no momento.
Se não tem
conhecimento
Esqueça
que é cantador.
Izaias Moura
A cultura
nordestina
Conheço de
lado a lado
Gonzagão
fez um reinado
Nas teclas
da concertina
Empunhando
a lazarina
Lampião
tocou terror
Padre
Cícero é o pastor
Do
nordestino sedento.
Se não tem
conhecimento
Esqueça
que é cantador.
Ramon Medeiros
Em novelas
de primeira:
Terra Nostra,
Passione,
Irmãos
Coragem, O Clone,
Gabriela,
A Padroeira.
Marca a TV
brasileira:
Nos Tempos
do Imperador,
Fina
Estampa, Por Amor...
Audiência
cem por cento.
Se não tem
conhecimento
Esqueça
que é cantador.
Mote em dez
A
covid matou muitas pessoas
Mas
a fome na África mata mais.
Ramon Medeiros
São
crianças que morrem todo dia
Por não
terem um prato de comida
Pra nutrir
a barriga desnutrida
Onde a
fome escolheu por moradia.
A tristeza
alimenta a agonia
E na falta
dos itens principais
Vê-se a
fome botar pontos finais
No início
de vidas não tão boas.
A covid
matou muitas pessoas
Mas a fome
na áfrica mata mais.
Izaias Moura
Se a
doença da China tem um nome
A da
África por fome é conhecida
Se na
China o Corona seifou vida
Muitas
vidas na África passam fome
Ambas tem
um poder que nos consome
Suas
forças pra o mundo são letais
Imagino as
potenciais principais
Se unir
sem perder vidas a toas.
A covid
matou muitas pessoas
Mas a fome
na áfrica mata mais.
Ramon Medeiros
O Covid
matou muitos milhares,
Mas
sabemos que um dia vai parar,
Só que a
fome não para de matar
E fazer
crueldade em muitos lares.
Africanos
em muitos dos lugares
Veem que a
fome de formas desleais
Faz o
filho pedir comida aos pais
E seus
pais responderem: - me perdoas?
A covid
matou muitas pessoas
Mas a fome
na áfrica mata mais.
Izaias Moura
O Corona
sem dúvida preocupou
Governantes
dos cinco continentes,
Com a fome
que mata os inocentes
Africanos
ninguém se interessou!
Quantas
vezes Mandela ajoelhou
Implorando
pedindo cereais,
Quantos
filhos morreram junto aos pais,
A espera
de arroz, de pão de broas.
A covid
matou muitas pessoas
Mas a fome
na áfrica mata mais.
SÉTIMO DUELO
Ramon Medeiros X Fabiane Ribeiro
Disputa do terceiro lugar
Folha do terceiro lugar
Sextilhas Assunto: O Nordeste Brasileiro
Fabiane Ribeiro
O nordeste
brasileiro
É terra de
emoção
É onde se
fala em reza
De padre
Cícero Romão
Em forró
do rei Luís
E a fama
do Lampião.
Ramon Medeiros
Quero
lembrar o sertão
Nas noites
de cantoria:
Dois
poetas na calçada
Bem no
centro uma bacia
E o povo
batendo palmas
Respirando
poesia.
Fabiane Ribeiro
Pelourinho
na Bahia
É um
bairro bem famoso
Porto das
galinhas tem
Um cenário
harmonioso
E a praia
da Ponta Grossa
Tem o
clima mais gostoso.
.
Ramon Medeiros
O cardápio
mais gostoso
Está na
nossa cozinha:
Arroz de
leite e buchada,
Carne
assada com farinha,
Cuscuz com
ovo e batata,
Baião de
dois com galinha...
Fabiane Ribeiro
A música é
top de linha
O estilo é
verdadeiro
Só se
escuta Alcione,
Gal Costa,
Alcymar Monteiro,
Raul
Seixas, Dominguinhos,
Alceu e
Zeca Baleiro.
Ramon Medeiros
Quero
lembrar do barreiro
Que mata a
sede do gado,
Da chuva
que encharca o chão
Pela seca
esturricado,
Da pamonha
e da canjica
Oriundas
do roçado.
Fabiane Ribeiro
O repente
improvisado
Alegra o
chão nordestino
Nas vozes
de Vila Nova,
De
Rogério, Zé Galdino,
Jonas
Bezerra, Edmilson,
Caetano,
Acrízio e Raullino.
Ramon Medeiros
O
autêntico nordestino
É louco
por vaquejada,
Atira de
soca soca,
Ama cuscuz
com buchada,
Gosta de
dançar forró
E adora
contar piada.
Fabiane Ribeiro
Tanta obra
publicada
Do
Nordeste se orgulhar
Se falar
em Jorge Amado
Tem A
estrela do mar.
Tem
Iracema e Senhora
De José de
Alencar.
Ramon Medeiros
As vezes
fico a pensar
Por que
tanto preconceito?
Por que
muitos não nos dão
O merecido
respeito
Se o
Nordeste brasileiro
É Brasil
do mesmo jeito?
Mote em sete
Isso tudo e muito mais
Sente quem sente saudade.
Ramon Medeiros
Acaba a
inspiração,
O silêncio
faz morada,
Quando é
de madrugada
Sempre
sobra solidão.
Fica sem
brilho a feição,
Vive sem
tranquilidade,
De sorrir
perde a vontade,
Não dorme
uma noite em paz.
Isso tudo
e muito mais
Sente quem
sente saudade.
Fabiane Ribeiro
Uma
vontade constante
De ligar a
toda hora
De ir até
onde mora
O amor que
tá distante
Esquece
coisa importante
Lembrando
a cara metade
Sente que
uma dor lhe invade
Pior que
dores renais
Tudo isso
e muito mais
Sente quem
sente saudade.
Ramon Medeiros
O pranto
rola no rosto
Quando é
na hora do banho
A tristeza
é sem tamanho,
Bem maior
é o desgosto.
A vida
fica sem gosto,
A tristeza
se faz grade
Pra deixar
sem liberdade
O sorriso
dos casais.
Tudo isso
e muito mais
Sente quem
sente saudade.
Fabiane Ribeiro
Sente que
está sozinho
Que vive
no abandono
Perde
apetite e o sono
A cama
vira um espinho
Sente
falta de carinho
Vive na
enfermidade
Sente que
a sanidade
Está nos
pontos finais
Tudo isso
e muito mais
Sente quem
sente saudade.
Ramon Medeiros
Falta a
voz e falta o ar
Lembrando
quem foi embora,
Nessa hora
a gente chora
Sem
vontade de chorar.
Quando
começa a lembrar
Sente a
incapacidade.
Agindo com
crueldade
De
maneiras desleais.
Isso tudo
e muito mais
Sente quem
sente saudade.
Fabiane Ribeiro
Sente o
desejo de ver
A pessoa
todo dia
Sente dor,
melancolia
Que pensa
que vai morrer
De noite
só faz sofrer
De dia é
ansiedade
Com essa
realidade
Os seus
dias são iguais
Tudo isso
e muito mais
Sente quem
sente saudade.
Mote em dez
O
Cordel Brasileiro se mantém
No
universo do verso em primazia.
Fabiane Ribeiro
O cordel,
Patrimônio Cultural
Avançou
com destaque na cultura
Cordelistas
trabalham com bravura
Para ver
seus trabalhos em mural
O cordel é
a prova mais real
Dos
encantos da bela poesia
Que quem
lê um cordel a cada dia
Se
embeleza nos versos que ele tem
O Cordel
Brasileiro se mantém
No
universo do verso em primazia.
Ramon Medeiros
São
diversos os grandes festivais
Sem ter
uso de lápis nem papel
Preservando
as raízes do cordel
Promovidos
nas redes sociais.
Na TV e
nos meios digitais
O cordel
ganha espaço a cada dia
E no rádio
se junta à cantoria
Porque
juntos vão muito mais além.
O cordel
brasileiro se mantém
No
universo do verso em primazia.
Fabiane Ribeiro
O cordel é
um gênero popular
Com um
grande destaque no Nordeste
Comentado
no Norte e no sudeste
Seu status
não para de aumentar
O livreto
mais puro de se olhar
Com
histórias de mente tão sadia
O cordel
só é bom porque quem cria
Tem na
fonte o sentido para o bem
O Cordel
Brasileiro se mantém
No
universo do verso em primazia.
Ramo Medeiros
Cada rima
requer conhecimento
Sobre as
normas que regem a gramática,
Na
contagem dos versos: matemática,
Pra provar
se o poeta tem talento.
Não se
pode cair no esquecimento
Escansão,
elisão e melodia,
Ver se os
versos possuem simetria
Pelo tanto
de sílabas que contém.
O cordel
brasileiro se mantém
No
universo do verso em primazia.
OITAVO DUELO
FINAL
Nilma Souza X Izaias Moura
Folha de Francisca Araujo
Assunto para as sextilhas: Quando a vacina chegar
Nilma Souza
Vai ter
aglomeração
Se o SUS
não controlar
Dividir
por faixa etária
E o povo
se organizar
As filas
serão enormes
Quando a
vacina chegar.
Izaias Moura
Iremos
todos voltar
A nossa
velha rotina,
Vai ter um
louvor de paz
Na
região Nordestina,
Todos num
grito de fé
Quando
chegar a vacina.
Nilma Souza
Vou tê-la
como doutrina
Louvar e
agradecer
Ir a missa
na igreja
A hóstia
vou receber.
E essa
doença estranha
Vou rezar
para esquecer.
Izaias Moura
Irá
desaparecer
O medo que
me apavora,
Vou deixar
de lado o álcool
Que uso de
hora em hora,
E vou
levar minha família
No templo
onde Cristo mora.
Nilma Souza
Rezar pra
nossa Senhora
E pagar
minha promessa
Que a
vacina chegue logo
O povo
está com pressa
Não vejo a
hora dizer
O Brasil
tá livre dessa.
Izaias Moura
O planeta
se interessa
Por isso
estar a procura,
De uma
composição
Que der
vacina pra cura,
Porque o
corona vírus
Trouxe
tristeza e tortura.
Nilma Souza
Vivemos na
amargura
E o
distanciamento
Só por
causa de um vírus
Que se diz
pegar no vento
A vacina é
a esperança
E a cura
do momento.
Izaias Moura
Só Deus
dar o livramento
De uma
doença assassina,
De um
velório em cada casa
De uma
morte em cada esquina,
Isso tudo
terá fim
Quando
chegar a vacina.
Nilma Souza
Com a
chegada termina
Ansiedade
e pavor
O comércio
abre as portas
E o povo
canta louvor
Que a
vacina traga a cura
E a cura
traga o amor.
Izaias Moura
Um vírus
demolidor
Levou vida
atrás de vida,
Mas o
senhor dos exércitos
De forma
desinibida,
Vai
conduzir seu rebanho
Rumo à
terra prometida.
Mote em sete
A mulher
não pode ter
Sua voz
silenciada.
Izaias Moura
Para mim
mulher tem sido,
Uma
perfeição sem par,
Homem que
lhe maltratar,
Não serve
pra ser marido,
O lar de
amor é vestido,
Quando a
mulher é amada,
Deus não
deixa faltar nada,
Sobra
amor, sobra prazer.
A mulher
não pode ter
Sua voz
silenciada.
Nilma Souza
O machismo
ainda existe
Isso é
fato comprovado
Por mais
que tenha mudado
O
preconceito persiste
A lei aos
poucos resiste
Ao longo
da caminhada
Ela é
assediada
Logo depois
de nascer
A mulher
não pode ter
Sua voz
silenciada.
Izaias Moura
Nas
grandes revoluções,
É bela a
voz feminina,
Mulher é
dádiva divina,
Expondo as
opiniões,
Temos
líderes de nações,
Abrilhantando
a jornada,
Vamos
nessa caminhada,
Lado a
lado sem temer.
A mulher
não pode ter
Sua voz
silenciada.
Nilma Souza
São gritos
silenciados
Agressões,
espancamentos
Abusos e
linchamentos
As vezes
são praticados
Governos e
Deputados
Fazem
pouco ou quase nada
Muitos pra
fazer piada
E poucos
pra defender
A mulher
não pode ter
Sua voz
silenciada.
Izaias Moura
Pra mulher
eu louvo eu canto,
Faço
música e poesia,
Mulher é
brisa macia,
É santa
envolta de um manto,
Que o
divino espírito santo,
Que a
virgem imaculada,
Cubra de
paz a morada,
Que a
mulher tem por lazer.
A mulher
não pode ter
Sua voz
silenciada.
Nilma Souza
Maria da
Penha lutou
Contra o
seu companheiro
E hoje no
Brasil inteiro
Outras
beneficiou
A lei que
a mesma criou
Logo foi
sancionada
Mas as
vezes deturpada
Não vale o
seu parecer
A mulher
não deve ter
Sua voz
silenciada.
Mote em dez
Não existe
saudade mais doída
Do que
essa arranchada no meu peito.
Nilma Souza
Eu deixei
de ouvir SAIA RODADA
Preferindo
ouvir XAND AVIÃO
Amo todas
de WESLEY SAFADÃO
Coisas de
quem está apaixonada
A canção
ponto G, a mais tocada
Cada uma
produz o seu efeito
Choro
muito ao ouvir AMOR PERFEITO
E hoje só
vou ouvir TRISTE PARTIDA
Não existe
saudade mais doida
Do que
essa arranchada no meu peito
Izaias Moura
Trago
marcas expostas no semblante,
Trago um
filme que dói no pensamento,
Trago
angustias ferindo o sentimento,
Trago
lágrimas que rola todo instante,
Trago em
mim a lembrança causticante,
De um
alguém que me amou com desrespeito,
Trago as
juras de amor que sem efeito,
Me
deixaram na alma uma ferida.
Não existe
saudade mais doida
Do que
essa arranchada no meu peito.
Nilma Souza
Dos meus
pais a saudade que ficou
Acompanha
o termo GRATIDÃO
Desde
quando eu era um embrião
Em seu
ventre , mãe me acariciou
E papai
teve a filha que sonhou
Pra herdar
o seu dom, seu maior feito
Hoje vê-lo
não posso, não tem jeito
Minha
mãe que me amava é falecida
Não existe
saudade mais doida
Do que
essa arranchada no meu peito.
Izaias Moura
Tem
saudades que pode ser curada,
Com
Abraço, sorriso ou com carinho,
Mas a
minha saudade é feito espinho,
Deixa a
flor do jardim amargurada,
Quantas
vezes sair na madrugada,
Por não
ter um sossego onde me deito,
Nos
bordéis da cidade eu sou aceito,
Mas padeço
de alma enfraquecida.
Não existe
saudade mais doida
Do que
essa arranchada no meu peito.
CLASSIFICAÇÃO
FINAL
1º Lugar: Izaias Moura
2º
Lugar: Nilma Souza
3º lugar : Ramon Medeiros
4º Lugar :Fabiane Medeiros