Oh Deus todo poderoso
Quero aqui inspiração
Pra escrever esta história
Que me chamou atenção
Pois neste mundo há de tudo
Que causa admiração.
A história que eu conto
Não aconteceu aqui
Foi na cidade vizinha
Lá pras bandas de Mari
Quem me contou foi um cara
Que convivia alí.
Ele me contou a história
Eu logo fiquei aflito
É que ali tinha uma moça
Com um jeito esquisito
Tudo ela conseguia
Mostrando seu periquito.
Era uma moça enrolona
Gostava de enganar
Seu periquito era a arma
Para poder trambicar
E em qualquer situação
Ela sabia se“safar”.
O nome dela é Cristina
Filha de Zé Expedito
Sua mãe Maria Elza
Criadora de cabrito
Porém ela é conhecida
“A moça do periquito”.
Cristinaé bem prendada
Tem um corpaço bonito
Parece uma modelo
Deixa qualquer um aflito
Tem um olhar atraente;
Só gosta de um “agito”.
Apesar de sua beleza
Não gosta de estudar
É rude e preguiçosa
Leva a vida em enrolar
As pessoas que a ela
Venha se aproximar.
Um dia pegou o carro
Do pai e foi passear
Deu uma batida num moço
Que saiu a trabalhar,
A polícia foi chamada
Para o caso apurar.
A moça vendo a polícia
Sentiu logo o conflito
Falou com o policial:
-Você é muito bonito!
Deixe este caso pra lá
Que eu lhe mostro o periquito.
O policial surpreso
O caso amenisou
Bateu um papo com ela
E o caso ignorou
Ela mostrou o periquito
E o soldado alisou.
Teve uma vez na escola
Ela ia ser reprovada
Mostrou para o professor
O periquito e mais nada
E sem fazer nem a prova
A moça foi aprovada.
Certo dia num presídio
Estava havendo um motim
Os presos se rebelaram
Porque estavam achando ruim
A polícia trabalhou
E não conseguiu por fim.
As policias se uniram
Mas aumentava o agito
Não se tinha solução
Pra acalmar o conflito
Mandaram chamar a moça
Que mostrava o periquito.
Quando ela chegou ali
Fez um aceno com a mão
Levantou com calma a saia
E logo chamou atenção
Mostrou para todos os presos
E acabou-se a rebelião.
Um dia essa “danada”
Que não tinha o que fazer
Inventou de ir à Igreja
E ao invés de se benzer
Mostrou o seu periquito
Só não viu quem não quis ver.
Ela tinha um amigo
Que estava embreagado
Bagunçando pela rua
E logo foi enquadrado
Ela disse:-Vou soltá-lo
Ligeirinho e avechado.
Chegou na delegacia
Com um gesto bem bonito
Falou com o delegado
Que o deixou esquisito
E disse: Solte o amigo
E lhe mostrou o periquito.
O delegado bateu pino
E disse:-Pode levar!
Ele é o seu amigo?
Por que aqui veio parar?
Abriu porta da prisão
E o deixou caminhar.
Um dia foi à Brasília
Visitar o presidente
Não a deixaram entrar
Porque tinha muita gente
Logo mostrou o periquito
E o guarda ficou contente.
Ela passou de mansinho
O guarda fez que não viu
Foi bater no gabinete
Ninguém a ela impediu
Mostrou o periquito a Lula
E ele se divertiu.
Ela conheceu um moço
Muito rico e charmoso
Ela fez um “ar” de riso
E lhe chamou de gostoso
Mostrou o seu periquito
Que ele ficou dengoso.
Um velho pedia esmola
Em uma tarde de verão
Ela se aproximou
Com uma má intensão
Mostrou o periquito a ele
Que tremeu de emoção.
O velhinho lhe dizia:
-Menina, quer me matar!
Um homem nessa idade
Não pode mais aguentar
Baixa a saia, vá embora
Senão eu vou desmaiar.
Um dia, ela passeando
O ladrão foi lhe assaltar
Ela disse em seu ouvido
-Tenho algo a lhe mostrar
Meu periquito é bonito
Deixo você apalpar!
O bandido derreteu-se
Porém achou esquisito
Ela logo pediu calma
E mostrou o periquito
O ladrão saiu sorrindo
E ela enganou o maldito.
Um dia foi a São Paulo
E ali fez uma armação
Entrou no campo do Corinthians
E foi na concentração
Mostrou ali o periquito
E causou uma confusão.
Os jogadores do time
De repente enlouqueceram
Foram jogar com o Palmeiras
E o jogo ali perderam
O verdão foi campeão.
E os torcedores sofreram.
Foi num dia bem cedinho
Ela começou pensar
Que lhe faltava dinheiro
Pra vestir e pra farrar
E decidiu ir ao banco
A fim de negociar.
Falou logo com o gerente
E a resposta foi não
Ela ficou por ali
Muito triste e sem ação
Falou de novo com ele
Segurando em sua mão.
Chamou pra um particular
Disse:-Você é bonito!
Cochichou no seu ouvido
Lhe mostrou o periquito
O gerente derreteu-se
E acabou o conflito.
Um dia ela foi à praia
Pois gostava de farrar
Foi comer num restaurante
E a conta não quis pagar
Foram chamar o gerente
Pra com ela conversar.
Quando o gerente chegou
Disse:-Calma nesta hora
Ela foi se aproximando
E o abraçou sem ter demora
Ela mostrou seu periquito
E ele disse:-Vá embora!
Em uma festa de São João
Ela estava embriagada
Levantava o vestido
E mostrava a rapaziada
Que gritavam de alegria
Oh! Festa boa danada!
No estado de São Paulo
Ela foi pra desfilar
No famoso “Fashion Week”
Tinha algo a mostrar
Com seu corpo extravagante
Fez a galera vibrar.
Mas já no fim do desfile
Ela chama à atenção
Levanta a saia um pouquinho
E alisa com a mão
Mostrando seu periquito;
Eu vi na televisão.
Ela também tinha um sonho
De um dia ser cantora
Cantar funk e pagode
Cristina era sonhadora
E de tanto insistir
Parou numa gravadora.
Lançou o primeiro CD
Era um funk pesadão
No começo sua música
Causava contestação
E ela foi reprovada
Pela tal população.
Mas ela era insistente
E queria ser um mito
Compôs uma música nova
Que causou maior agito
Dizia pra mulherada:
-Mostre!mostre o periquito!
Sua fama cresceu tanto
Que chegou a televisão
Foi na Globo que estreou
No programa do Faustão
Mostrou seu periquitinho
Pra esta amada “nação”
A audiência da Globo
Naquele dia subiu
A Record e a Bandeirantes
Sua audiência sumiu
Nesse dia até Gugu
E o seu pintinho dormiu.
No carnaval carioca
Ela entrou na Mangueira
O samba na ponta do pé
Nisto ela era guerreira
Ela rebolava tanto
E não sentia canseira.
Ela chamou à atenção
Logo assim que começou
Encantando os jurados
Um a um os conquistou
Mostrando seu periquito
E a Mangueira ganhou.
Quando ela se embriaga
Sai as ruas num só grito
Levantando sua saia
Deixando o povo aflito
Grita alto perguntando:
-Quem quer ver meu periquito?
Dizem que em sua cidade
Ela acabou com uma feira
Mostrando seu periquito
E gostou da brincadeira
Os feirantes atrás dela
E ela saiu na carreira.
Um dia em uma missa
Ele chegou de mansinho
Mostrou o seu periquito
E saiu devagarinho
Chamou a atenção pra si
E o padre ficou sozinho.
Ela foi num hospital
Os doentes visitar
Não era hora de visita
Ela não pôde entrar
Mostrou o seu periquito
Só assim pôde passar.
Chegou perto de um doente
Que estava ali bem fraquinho
Quando viu seu periquito
Levantou devagarinho
Disse:-Oh meu Deus como é lindo!
Pedaço de mal caminho.
Sei que até você leitor
Está muito curioso
Para ver o seu periquito
E ficar muito gaboso
Pelo que o rapaz me disse
É mesmo maravilhoso.
O periquitinho dela
É um passarinho desenhado
É uma bela tatuagem
Bem verdinho e pintado
Fica pertinho do outro
Mas é muito apreciado.
Esta moça ainda é viva
Lá pras bandas de Mari
Mas esteja percebido
Ela pode estar aqui
Pra mostrar seu periquito
E agente se divertir.
FIM
É um passarinho desenhado
É uma bela tatuagem
Bem verdinho e pintado
Fica pertinho do outro
Mas é muito apreciado.
Esta moça ainda é viva
Lá pras bandas de Mari
Mas esteja percebido
Ela pode estar aqui
Pra mostrar seu periquito
E agente se divertir.
FIM
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