segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

A VOLTA DO SOLDADO FERIDO


Salve Deus onipotente

Dono deste mundo inteiro,

Grande em amor e bondade

És nosso pai verdadeiro,

Mais uma vez me ajude

Venha ser meu companheiro.



Dá- me agora inspiração

Pra contar um acontecido

Que se passou muito longe

Alguém já tinha esquecido;

Falo de um soldado que

Volta da guerra ferido.



Esta história que eu vi

Nela achei algo importante,

De um soldado ferido

E do irmão comerciante,

Vou contar para vocês

Esta história interessante.



No estado da Virgínia

Em solo americano

Chegou ao cais de Norfolk

Um navio Virgiano

Trazendo pioneiros

Que estavam em desengano.



Estes soldados feridos

Estavam doentes, fadados,

A União fez uma troca

Entre os exércitos brigados,

A maioria já tinha

Sido até internados.



Aqueles soldados estavam

Em estado deploráveis

Sofrimento e muita dor

Tidos como miseráveis;

Não tinha paz nem prazer

Em angústia lamentáveis.



Entre aqueles soldados

Um jovem ali se encontrava,

Com vinte anos de idade

Daquela prisão voltava,

Muito ferido e doente

E quase ali não falava.



 Este soldado, leitor
Tinha sido bem criado

Em um lar com finos tratos

De um modo delicado,

Mas a prisão lhe deixou

Doente e em triste estado.



A vida que levou no cárcere

Do exercito inimigo,

Desfigurou o seu rosto

Sofreu terrível castigo

O seu corpo lastimável

Até corria perigo.



Estava coberta de chagas

Sujo e desfigurado,

Maltrapilho, fedorento,

Cabelo despenteado;

Seu semblante decaído

 Era triste o seu estado.



Porém aquele soldado

Tinha um irmão abastado

Que morava em Filadélfia

Era bem estruturado

Negociante de primeira

Na vida realizado.



William assim se chamava

E pro irmão mandou falar

Que iria ao seu encontro

Para as saudades matar,

E no porto de Norfolk

Seu irmão foi encontrar.



O irmão sabendo disto

Já ficou preocupado

Se ele não conhecesse

Ele estaria derrotado,

Falava pra os companheiros

Que estavam do seu lado.



Dizia que seu irmão

Era limpo e elegante,

Não ia lhe receber

Naquele estado deplorante,

Estando daquela maneira

Outrora fora importante.


Doente e desesperado

Cada vez sentindo mal

Ao pensar que seu irmão

Era um grande no local;

Já estava até pensando

Em morrer no hospital.



Triste ali muito chorava

Naquela situação

A roupa suja, esfarrapada

Deitado naquele chão

O seu corpo emagrecido

Ninguém lhe estendia a mão.



Quando o navio aportou

Chega um homem bem vestido,

Logo subiu ao convés

Procurando o irmão ferido;

Era William com saudades

De ver seu irmão querido.



Estava ali aguardando

Com cobertores, almofadas,

Carruagem e muito luxo

Muito linda e asseadas,

Pra receber seu irmão

As horas estavam marcadas.



William tinha licença

Pra cuidar do seu irmão.

A ele foi concedido

Pelo poder da união;

Pra dar a ele conforto

E a ele estender a mão.



Não demorou muito tempo

Perto do irmão chegou.

Porém não lhe conheceu

Pelo convés rodeou,

Naquela ânsia danada

Um triste ser contemplou.



Viu um homem maltrapilho,

Boca e nariz ferido,

Cabelo despenteado

O corpo muito fedido,

Manchas grandes em sua pele;

Estava ao pó reduzido.




Ao ver aquilo William

Naquele mesmo momento,

Voltou e lhe deu as costas

Com nojo e com sentimento,

Nunca tinha visto antes

Tanta dor e sofrimento.



O coração do soldado

Doente se esmoreceu.

Contemplou o seu irmão

E ele não lhe conheceu,

Isto ele já receava

E justamente aconteceu.



Pensando consigo mesmo:

_Ele se enojou de mim!

Limpo eu saí de casa

Agora volto assim.

Não quis ficar do meu lado

O meu caso é mesmo ruim.



Pela segunda vez William

Passou e não conheceu,

Mesmo fazendo esforço

Nada disto aconteceu

Ele chegou à conclusão:

_ O meu irmão já morreu.



Porém fez mais um esforço

Perto do irmão chegava,

Estava perto daquele

Que há tanto tempo procurava,

Sem haver reconhecido

Dava as costas e se afastava.



O soldado vendo tudo,

Esperou por uma ação.

William até tinha nojo

Porém tinha compaixão,

Aquando estava desistindo

Alguém acenou com a mão.



_William, eu estou aqui!

Não estais me conhecendo?

Foram as palavras ditas

Pelo soldado tremendo,

Deitado naquele chão

Parecia estar morrendo.




William ficou surpreso

Disse:_ Meu querido irmão

Porque já não me chamastes?

Estando nesse imundo chão

Passei i três vezes aqui

E não te conheci não.



E tomou seu irmão nos braços

Dele não se envergonhou;

Levou para a carruagem

Logo o convés deixou;

Com destino a sua casa

Seu irmão o acomodou.



E tudo quanto possuía

Dinheiro, carro, e mansão,

De tudo que precisava

Pois a sua disposição

Pra usar em beneficio

E restaurar seu irmão.



O soldado alegrou- se

Pela resposta que ouviu.

Apesar do sofrimento

Sua fé restituiu;

Naquele momento brilhante

Sua ânsia sucumbiu.



Sendo rico aquele homem

Ele não era orgulhoso,

Não dava valor a riqueza

Era humilde e piedoso,

Certamente aprendera

Com o nosso pai poderoso.



Aquele soldado ferido

Teve as forças renovadas,

De enfermo e moribundo

A doença foi sanada

Renovou- se o seu ânimo

Sua sorte foi mudada.



O soldado restaurado

Com o irmão tinha harmonia,

Viveram pra sempre bem

Com gozo e com alegria;

Quem viu o soldado antes

Logo não reconhecia.




William e seu irmão

Pra sempre foram felizes

Ele voltou a trabalhar

Deu as coisas diretrizes

Esqueceu-se do  seu passado

Restando as cicatrizes.



Podemos tirar dessa história

Pra nossa vida uma lição,

Pra não desprezar ninguém,

Na mesma situação,

Precisamos amar mais

Ter ternura e compaixão



Assim com fez William

Também faz nosso Jesus,

Quem estiver na escuridão

Ele mostra sua luz,

Foi quem deu maior exemplo

Morrendo por nós na cruz.



Devemos ajudar o próximo

Não querer mal pra ninguém

Ajudar sem acepção

Fazendo sempre o bem,

O mundo dar muitas voltas

Podemos precisar também.



Termino aqui meu cordel

Contei sofrimento e dor

Contei também compaixão,

Lealdade e amor

Agradeço a vocês,

Obrigado meu Senhor!


Autor:Pádua Gomes Gorrión

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