terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

O VERDADEIRO AMIGO



Saúdo a todos os leitores
Amantes da literatura
Leiam mais este folheto
Façam uma boa leitura
Pois leitores como vós
Prova ter muita cultura.

Vou contar mais uma história
Que eu achei interessante
Vocês precisam saber
O caso foi intrigante
De um amigo verdadeiro
E outro amigo errante.

Esta historia que eu conto
Passou-se com um cidadão
Que era mau e perverso
Vivia de confusão
Um crime ele cometeu
E foi parar na prisão.

O nome deste assassino
Chamava-se Leonel
Era um sujeito ruim
Nunca atentou para o céu
Além  de grande assassino
Era perverso e cruel.

Leonel ainda menino
Não  pensou em estudar
Era um louco, desordeiro,
Vivia de bar em bar
Na bebida  e nas drogas
Nunca quis se consertar.

Matava por encomenda
Até por pouco  dinheiro
Orgulhava-se em dizer
Que’ra um bravo pistoleiro.
Era temido por todos
Por enfrentar qualquer roteiro.

Abandonou a família,
Não respeitava ninguém
Desconhecia seus pais
Que só queria seu bem
Nunca falava em Deus
E não possuía um “vintém”.

Um dia este infeliz
Encontrou  com  um vaqueiro
Começou a lhe insultar
Com gesto muito grosseiro
Como o rapaz revidou
Ele atirou primeiro.

Quando estava embriagado
Não escutava ninguém
Se alguém se  intrometesse
Chegava a morrer também
Em meio a essa turbulência
Matou um homem de bem.

E ali morreu um vaqueiro
Campeão  de vaquejada
Nunca mais se ouviu aboio
Sua sina foi cortada
Enlutou todo sertão,
Os filhos e sua amada.

Chorou mulher  e menino
O sertão emudeceu
Com a pancada do sino
Até o gado gemeu
Quando o vaqueiro partiu
A terra de dor tremeu.

Deixou a mulher e os filhos
E as famílias  enlutadas
E os amigos que com ele
Viviam  em vaquejadas
Foi-se um pai, foi-se  um vaqueiro
Deixando tristes as noitadas.

Acabou-se um cidadão
Triste foi o seu destino
Foi recebido no céu
Pelo nosso pai divino
Agora eu falo de novo
Da vida do assassino.

Assim que matou o vaqueiro
Não deu tempo de correr
Populares os cercaram
Até a polícia o prender
Dali saiu pra cadeia
Não pode se defender.

Chegando ali no xadrez
Depois do caso passado
O preso ali pensativo
Sentiu logo seu pecado
Se sentindo arrependido
De o vaqueiro ter matado.

Chorava ali escondido
Sozinho dizia assim:
“Destruí minha família
Sou mesmo um sujeito ruim
Nunca mais saio daqui
A prisão será meu fim.”

Sabedor  de seu destino
Preso  nas mãos da justiça
O povo todo querendo
Como um fogo que se atiça
Ou o via  condenado
Ou via sua “carniça”.

O tempo ia se passando
E chegando o julgamento
Era o que o povo falava
O assunto do momento
Ele queria  a  liberdade
E povo vê-lo  detento .

O povo indignado
A situação era feia
Ele tinha que sofrer
E apodrecer na cadeia
Pra com isso  aprender
A não tirar vida alheia.

Leonel já descontente
Meditando nos castigos
Não tinha quem o ajudasse
Porque só fez inimigos
Em meio a tanta maldade
Sobraram-lhe três amigos.

Estava ali  perturbado
Pediu aos amigos ajuda
Disse: “faça algo por mim,
Por favor, alguém me acuda,
Eu quero sair daqui
Pra ver se minha vida muda.”

Disse o primeiro amigo:
“Seu caráter se perdeu
Eu nada posso fazer
O azar e todo teu
Tu mataste, és assassino”
E nem atenção lhe deu.

“Eu vou comprar pra você
Uma roupa nova e boa
Para não ires ao julgamento
De uma maneira atoa
O resto lá é contigo
Perdoa a minha pessoa!”

Chegou o segundo amigo
Cismado, com pouca ação,
Foi logo dizendo assim:
“Não posso te dar a mão,
Não tenha isto por mal
Quero tua  condenação.

Os  amigos de Leonel
Logo o decepcionaram
No momento mais difícil
Na prisão os desprezaram
E ele pensou consigo:
“As esperanças murcharam!”

Em quem ele confiava
E tinha alguma esperança
E que pudesse lhe ajudar
Sentiu neles a vingança,
Ficou só a lamentar
Daquela triste mudança.

Ainda faltava um amigo
Com quem podia contar
O que menos ele gostava
Como iria lhe ajudar?
Com  ele pouco falava
E este foi lhe visitar.

Ao vê-lo ali no xadrez
Preso feito um concriz
Falou assim pra o amigo:
“Eu vou contigo ao juiz
E declaro para todos
Que o crime foi eu que fiz”.

“Não fique triste amigo
Pago o crime em teu lugar.
Vai viver a tua vida
Cuida em te regenerar
A caminhada é comprida
Faz o bem, vai trabalhar”

Ouve  um silêncio no momento
Leonel ali espantado
Não estava acreditando
No que tinha escutado
Passou ali uns minutos
Com o amigo abraçado.

O amigo esquecido
Era amigo de verdade
No momento mais difícil
Provou  a sua amizade
E na presença do juiz
Assumiu a crueldade.

O povo não entendeu
Este ato de bondade
Um homem bom na  prisão
E o preso em liberdade
Isto é a prova de amor
e prova de lealdade.

Assim como aquele amigo
Também fez nosso Jesus
Libertando da prisão
E nos dando sua luz
Fez a maior caridade
Dando-nos a liberdade
Morrendo em morte de cruz.

Pádua Gomes Gorrión

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