Tem história nessa vida
Que devemos relembrar
De gente que
sonha alto
Ou vive sempre a sonhar
De tão alto não contemplo
Às vezes serve de exemplo
Para aos outro exemplar.
Conheci um moço pobre
Que perto de nós “morou”
Filho de agricultor
Pra os pais sempre falou:
─Vou ao Rio de Janeiro
Lá eu vou ganhar dinheiro,
Foi sempre o que ele sonhou.
─Deixo esta vida de roça,
Que não é vida de ninguém
Agente trabalha tanto
Nada nessa vida tem!
Lá eu consigo dinheiro
Pois no Rio de Janeiro,
Posso viver muito bem.
Um certo dia partiu
Pelo mundo sem destino
Lá se vai um Paraíba
Era mais um nordestino
Com a coragem e a cara
Foi para na Guanabara
Com seu sonho de menino.
Chegou naquela cidade
E ali deu logo azar
Emprego que era bom
Ele nada de encontrar
Foi pra casa de um parente
Um lugar tão diferente
Pra poder se alojar.
No meio de tantos estranhos
Deuma grande cidade
Tudo era diferente
E muita dificuldade
Que aquele nordestino
Viu o peso do destino
Mostrando a realidade.
Percebeu que ali só ia
Tudo a força do dinheiro
Porém ele se sentia
Ali como prisioneiro
Tudo ele observava
Viu que ali pouco falava
No nosso Pai verdadeiro.
Só se falava em gírias,
Praias, luxo, futebol,
Drogas, crimes e assaltos,
Se eu falar aumenta o rol
E ele já perturbado
Nem sabia mais o lado
Que ficava o pôr do sol.
Morando em uma favela
Num pequeno barracão
Onde o tráfico comandava
Era triste a situação
Só se via maconha e pó
Um menino comandava só
Com uma arma na mão.
Foi trabalhador numa obra
E como sempre de pião
Pra ser mandado por mestres
Desses chatos e bem mandão
Que lhe chamava Zé de Riba
Aproveitando o “Paraíba”
Que deixou o seu sertão.
Passou-se mais de um ano
E nada de melhorar
E aquele nordestino
Começou a reclamar:
─ Em busca de ambição,
Fui deixar o meu torrão
Veja onde eu fui parar?
Nunca dormia direito
Só pensando em ladrão
Pois, podia até perder
Seu rádio e a televisão
Porém de noite ouvia
Os tiros e a correria
E o apito do camburão.
Dizia: ─Lá eu dormia tranquilo
Com meus pais no meu sertão
Acordava bem cedinho
Para as panhas de algodão
Ouvindo a passarada
Uma orquestra afinada
Que me dava emoção.
Pensou bem o “Paraíba”
E resolveu regressa.
─Vou voltar pra minha terra
Pra na roça trabalhar,
Esqueço o Rio de Janeiro
Se eu tiver de ter dinheiro
Deus pode me dar por lá.
E voltou o “Paraíba”
Pra cultivar seu torrão
E viver a vida simples
Com seus pais no seu sertão
E esqueceu o dinheiro
Viu que o Rio de Janeiro
Pra muitos é só ilusão.
Rogo a Deus soberano
Ouve minha petição!
Bote forças nos meus braços
Entendimento e muita ação,
Reforce minha coragem
Terei sempre boa imagem
Olhai mais pro meu sertão.
Autor-Roberto Oliveira
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