Caros
amigos leitores
Quero
me apresentar
Me
chamo Karlos Mossim
Sou
poeta popular
E
um fato interessante
Eu
a vocês vou narrar.
Essa
historia é de um homem
Que
já vivia cansado
De
tanto pelar o frango
Pois
nunca tinha casado
Rodou
o nordeste inteiro
Já
vivia entediado
Chamava-se
João Manjolo
Que
só vivia a chorar
Por
nunca ter encontrado
Com
quem pudesse casar
Devido
ser bem dotado
Ninguém
queria arriscar
Certo
dia foi João
Visitar um cabaré
La
chegando admirou-se
Quando
viu tanta mulher
João
ficou abestalhado
Com
uma tal de Esther.
Quando
João avistou ela
Pensou
logo:- Vou deitar
Com
essa bela mulher
Ela
é quem vai pagar,
Hoje
só saio daqui
Depois
que eu ‘furunfar.’
João
dirigiu-se a ela
Chamou-lhe
de meu amor:
-Quero
deitar com você
Vamos
logo, por favor,
Esther
respondeu a João:
-Este
é o meu labor.
Esther
era uma morena
Da
cintura de pilão ,
Os
seios bem caprichados
A
mulher era um tesão,
Sua
pele acetinada
Causava
descontração.
Assim
saíram do dance,
Esther
abraçando João
Quando
chegaram no quarto,
Foi
grande a decepção,
Esther
quando viu aquilo
Correu
nua pra o salão
O
dono do cabaré
Falou-lhe
com mansidão:
-Me
diga o que aconteceu,
Entre
você e João ,
Esther
assim respondeu:
-eu
morro e não falo não;
E
o dono do cabaré
Tornou
a ela indagar,
-Se
você não me disser,
Eu
vou a João perguntar,
Ela
disse:- Tenha calma
Pois
agora vou falar
Aquilo
lá não é homem,
Que
sujeito mais nojento
A
coisa daquele cabra
É
maior que a do jumento,
Se
for pra ficar com ele
É
melhor ir pra o convento.
João
saiu do quarto mal,
Com
a cara da tristeza
Pediu
logo uma cachaça
E
sentou-se em uma mesa
E
pensou consigo mesmo
Essa
vida é uma dureza.
Ficou
ali cabisbaixo
Sem
se quer observar
Que
em outra mesa tinha
Um
alguém a lhe olhar
Chegou
a João, foi dizendo:
-
E ai vamos transar?
João
falou assim pra ela:
-Me
preste bem atenção
Porque
não sou militar
Para
gostar de canhão,
Saia
de perto de mim
Vai
importunar o cão.
-O
que faz essa mulher
Sentada
nesse lugar?
Não
vim aqui comer merda
Estou
querendo manjar
Mas
pelo o que estou vendo,
Não
tem com quem me arrumar
Eu vou falar ao leitor
Os
traços da amarela
Tinha
as pernas de alicate
Os
beiços igual gamela
Seu
perfume de gambá
Sua
boca era banguela
João
ficou no cabaré
Tomando
ali seu pifão
Meia
noite mais ou menos
Ela
falou para João,
Quer
saber qual o meu nome?
É
Maria do beição.
João
falou:- meu pai do céu
Isso
é La nome de gente.
Será
que isso é verdade
Ou
será a aguardente
Encontrar
uma coisa dessas
Não
há cristão que aguente .
E
João continuou,
Tomar
sua carraspana
Misturou
cerveja, uísque,
Vodca,
Martini e cana,
Ele
achou que a mulher
Parecia
uma iguana
João
falou para mulher:
-Você
pode se danar,
Vai
procurar quem te mate
Quem
te come ta no ar
Sem
saber que com Maria
Ele
ia se deitar.
Já
depois de meia noite
João
cheio de cachaça
Falou
assim pra Maria:
-vamos
furar a cabaça!
Maria
falou: --Vou sim,
E
começou a desgraça.
Entraram
os dois pra o quarto
Era
uma animação,
Quando
ele ficou nu,
Maria
disse:- Essa não
A
minhoca desta peste
Vai
furar meu coração.
Mesmo
assim pensou Maria,
Não
tenho como correr
Se
eu disser que não quero
Ele
pode me bater
-Valei-me
São Benedito
Venha
aqui me socorrer,
Mesmo
assim ela deitou-se
E
disse:- chega João
Estou
querendo você
Deitado
nesse colchão,
Porque
um homem tão lindo
Não
se joga fora não.
João
olhou para ela
E disse:- Santa Expedita !
Me
ajude São José
Que
dou-lhe um laço de fita,
Como
foi que inventei
De
deitar com essa maldita?
João
deu uma carreira
E
saltou logo um balcão
Quebrou
um monte de copos
E
chegou nu no salão
O
povo ao vê aquilo,
Gritaram:-
Eita bichão!
Correram
todos pra fora
Era
grande o alvoroço,
Teve
uma quenga que disse:
-Deus
me livre desse moço
Quem
cair nas garras dele
Come
carne de pescoço.
Nisso
o dono retornou,
Dizendo:-
vou te falar
Esse
João veio aqui,
Só
pensando em bagunçar
Hoje,
pelo que estou vendo
Ele
vai fechar meu bar,
João correu para fora
Nu
do jeito que nasceu
Um
militar viu aquilo
E
atrás dele correu
E
quem algemou João
Foi
o sargento Romeu,
Por
atentado ao pudor
João
foi parar na prisão
Passou
quinze dias lá
A
mercê de água e pão
João
dizia consigo:
-meu
Deus que situação
João
falava assim
Eu
digo sem ter mister
Enquanto
vivo eu for
Não
penso mais em mulher
Cabaré
Deus me defenda
É
coisa de Lúcifer.
Tudo
isso que narrei
De
fato veio passar
Com
um infeliz rapaz
Que
não tinha quem amar
Não
pensem que é mentira
E
nem queira duvidar.
Morri de pena de João
Olhando seu padecer
Sendo ele ainda
donzelo
Sempre queria viver
Infelizmente morreu
Mas sem mulher
conhecer.
Carlos Mossim
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