quinta-feira, 8 de outubro de 2015

SOU MATUTO NORDESTINO NUNCA IREI ME ENVERGONHAR



Sou nordestino e não nego
Nossa terra tem cultura
Que está a nossa altura
Que chega a encher meu ego
Eu cultivo e muito rego
Pra ela não se  acabar
Que´la venha mais brilhar
E o preconceito elimino
Sou matuto nordestino
Nunca irei me envergonhar.        


Como posso ter vergonha
De Luiz rei do baião
De Padre Cíço Romão
Da canjica e da pamonha
De uma  ‘caboca’ risonha
No seu lindo cirandar
Nossa cultura popular
Tem mais um sabor divino
Sou matuto nordestino
Nunca irei me envergonhar.     


Jackson do padeiro é nosso
E Patativa do Assaré                
São Francisco em Canidé
Jorge Amado eu endosso
Esquecê-lo eu não posso
De José de Alencar
Conhecido em além-mar
Suas obras eu assino
Sou matuto nordestino
Nunca irei me envergonhar.     


Nós temos a vaquejada,
Xote, forró e baião
Maracatu e leilão
Queijo de coalho e buchada
Feijão verde, maxixada
A  pedra de amolar
Uma noite de luar
No chiqueiro um suíno
Sou matuto nordestino
Nunca irei me envergonhar.     


No Nordeste tem quadrilha
Cantoria de viola
Tem tareco e mariola
Violeiro que dedilha
Poeta que lê sextilha
Para o povo escutar
Tem umbu pra nós chupar
O forró é genuíno
Sou matuto nordestino
Nunca irei me envergonhar.     


Nosso herói é Lampião
E não esqueço Ariano
Que já foi pra outro plano
Com Catulo da Paixão
Nossa festa é o São João
Podemos nos orgulhar
Tem forró pra nos dançar
Do mais  pobre ao granfino
Sou matuto nordestino
 Nunca irei me envergonhar.
7
Luiz da Câmara Cascudo
O vate Pinto de Monteiro
Nosso Jackson do pandeiro
Que cantou sem ter estudo
Pai de chiqueiro barbudo
Que vive a bodejar
Moça velha a sonhar
Querend’um novo destino
Sou matuto nordestino
 Nunca irei me envergonhar.


O  pífano  de Caruaru
O repente de Batista
O poeta cordelista
A dança do maracatu
Nosso artista de Exu
Que’u  vivo de recordar
Ele sempre vai reinar
Como o mestre Vitalino
Sou matuto nordestino
 Nunca irei me envergonhar.


Eu curto a capoeira;
O forro de Dominguinhos;
Facheiro com seus espinhos;
E o poeta Zé Limeira
Louro Branco e Oliveira
Com seu belo linguajar
Vale à pena escutar
Sua canção é um hino
Sou matuto nordestino
 Nunca irei me envergonhar.


Cantoria de repente
Emboladores na feira
Charque assada e macaxeira
Um aboiador valente
Vaqueiro bebe aguardente
E depois vai aboiar
Como é bom escutar
Nosso Jessier Quirino
Sou matuto nordestino
 Nunca irei me envergonhar.


Aprecio o carnaval
Nossas festas genuínas
É só ver as festas juninas
E o nosso litoral
Nossa cultura é colossal
Podemos nos orgulhar
Os outros vêm nos visitar
O Nordeste é seu destino
Sou matuto nordestino
 Nunca irei me envergonhar.


Sou nordestino da gema
Somos muito importantes
Estamos sempre avantes
Nossa cultura é suprema
Termino esse poema
Pra o povo apreciar
E o nordeste valorar
Que me respeito o sulino
Sou matuto nordestino

 Nunca irei me envergonhar.

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