sexta-feira, 4 de novembro de 2016

DISPUTA DO 3º LUGAR DO 1º FESTIVAL DE POESIAS ONLINE DO GRUPO PROZADORES


*Tema: Quando chove no sertão*


Gorrión
No meu sertão quando chove
A terra logo enverdece
O agricultor feliz
Reza a Deus e agradece
Planta milho e o feijão
E do sofrer se esquece.


Gil
E logo quando amanhece
Depois de uma chuva forte
O sertanejo se anima
Come e pega o seu  norte
E na terra fofa e fértil
Vai cultivar sua sorte.


Gorrión
A chuva é o maior suporte,
Toda paisagem renova
Nas primeiras enxurradas
Traz pr’o povo água nova
E o peixe no ribeiro
Com alegria desova.


Gil
Com a chuva vem a prova
De pagar sem restrição
O dinheiro que emprestou
Daquela instituição
E mesmo com muitos juros
Devolve cada tostão.


Gorrión
No clima há transformação
E todos vibram com prazer
Canta alegre a passarada
Começando a perceber
Que o tempo é de fartura
Quando começa a chover.


Gil
Na mídia eu ouço dizer
O mal tempo tá chegando
Mas aqui no meu sertão
Outro nome vão chamando
É bom tempo da fartura
Que já está principiando.


Gorrión
Passarinho voa em bando
E pousa no arvoredo
Ao ver a terra molhada
Seu cantar chega mais cedo
E o camponês trabalha
Escutando o seu enredo.


Gil
Afugenta todo medo
Um pensa em se casar
O outro limpa seu nome
Coisas novas quer comprar
E aquele que partiu
Já faz planos pra voltar.



*MOTE EM SETE*
*Corro eu atrás da vida*
*Corre a morte atrás de mim*


Gorrión
O homem nasce uma vez
E só pensa em ser alguém
Busca aumentar o que tem
E luta com altivez
Deseja ser um burguês
Pra vencer está afim
Alegra-se com um sim
E não pensa na partida
Corro eu atrás da vida
Corre a morte atrás de mim.


Gil
Desde que eu vim ao mundo
Vivo uma peleja só
A saga é de fazer dó
E meu esforço é profundo
E de um tal buraco fundo
Onde tudo chega ao fim
E traça, e verme e cupim
Desejam minha partida
Corro eu atrás da vida
Corre a morte atrás de mim.


Gorrión
Desde que cheguei ao mundo
Minha luta é ferrenha
O povo de mim desdenha
E meu desgosto é profundo
Eu não paro um segundo
Choro feito um bandolim
Minha vida é um folhetim
Com a sorte esquecida
Corro eu atrás da vida
Corre a morte atrás de mim.


Gil
Ninguém sabe o que tém
Na terra do outro lado
Não volta pra dá recado
Quem partiu pra o além
Da morte tudo é refém
Se é bom ou se é ruim
Só mesmo chegando ao fim
A questão é resolvida
Corro eu atrás da vida
Corre a morte atrás de mim.


Gorrión
Não tenho medo da morte,
Pois eu já lutei com ela.
Ficou somente a sequela,
Mas Jesus me deu um norte.
Ao lado dele sou forte
Luto e venço o motim
Com Jesus eu digo sim
E minha fé é aquecida
Corro eu atrás da vida
Corre a morte atrás de mim.


Gil
Se eu pudesse escolher
Ou fazer uma proposta
Sei que meu Deus não gosta
Mesmo assim ia dizer
Pai no dia que eu morrer
Eu peço que dê pra mim
Um sem dor e feliz fim
Sem demora na partida
Corro eu atrás da vida
Corre a morte atrás de mim


*MOTE EM DEZ*
*Tenha amor queira bem e viva ausente*
*Pra saber quanto custa uma saudade*


Gorrión
Já andei no caminho da paixão
Sofrendo sozinho em uma cama
Desprezado por uma bela dama
Que partiu o meu frágil coração
No amor eu andei na contramão
Não pensava em sofrer esta maldade
Eu perdi toda minha mocidade
E do seu amor ainda estou carente
Tenha amor queira bem e viva ausente
Pra saber quanto custa uma saudade.


Gil
Entre todos sentimentos já vividos
Nesses dois eu resumo minha vida
E uma dama que já era prometida
Me forçou a traze-los escondidos
Entre prantos, lamurias e gemidos
Hoje vivo por viver e sem vaidade
Só Romeu que morreu na mocidade
É que soube a dor que meu peito sente
Tenha amor queira bem e viva ausente
Pra saber quanto custa uma saudade.


Gorrión
O limite do amor sou eu quem faço
Na matéria do amor eu me dou bem
A paixão, o amor me faz um bem
Que eu vou além do beijo e do abraço
Eu já tive uma morena em meu regaço
Porém ela me tratou com falsidade
Eu caia pelas ruas da cidade
Afogando minha dor na aguardente
Tenha amor queira bem e viva ausente
Pra saber quanto custa uma saudade.


Gil
Por favor amigo pare um pouco
Ouça a voz que remete do escombro
E permita que escore no teu ombro
Pois de amor e saudade estou louco
A inocência atirou-me no sufoco
Por não ter aceitado a verdade
Que uma dama da alta sociedade
Já mas se uniria a um indigente
Tenha amor queira bem e viva ausente

Pra saber quanto custa uma saudade.

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