Flui rápido como um estalo,
Porém escrevo estas linhas
Sentindo grande abalo
Em que narro o desprezo
E o lamento de um cavalo.
O cavalo quando é novo
É tratado com carinho.
Vive melhor do que gente
Nunca é deixado sozinho,
Mas quando chega a velhice
Vive sem pasto e caminho.
Eu vi um cavalo velho
Sem dono, desprezado,
Magro,feio,fedorento,
Parecia maltratado
E os meninos da rua
Andava nele montado.
Aquele cavalo velho
Já prevendo o seu fim.
Abandonado e sem dono,
Ninguém lhe dava capim,
Porém se pudesse falar
Lamentava dizendo assim:
−Hoje sou um cavalo velho
Sem prestígio e desprezado.
Ninguém lembra mais de mim,
Porque estou velho e cansado.
Ninguém me da mais ração
Vivo solto no cercado.
-- Corri muito atrás de boi
Dei prazer ao meu patrão.
Quantas vezes em vaquejadas
Corri e fui campeão
Meu dono ganhava prêmios
Eu lhe dei satisfação.
Cumpri a minha missão.
Obedecia ao vaqueiro
Que com esporas e macaca
Cortava meu corpo inteiro.
Nunca vi tanta ganância
Para se ganha dinheiro!
Lutei pra ser o primeiro
Nas festas de apartações.
Vi touros de pés pra o alto
Emocionando corações
Hoje estou desprezado
Vivendo as recordações.
Quero lembrar aos patrões
E adivirtir aos vaqueiros,
Cuide dos cavalos velhos
Não venda por qualquer dinheiro.
Não maltrate, não despreze
Dê-lhe um destino ordeiro.
Corri muito fui ligeiro
E comia ração da boa.
Ganhei prêmios pra o patrão
Merecia uma coroa,
Como não posso corre
Vivo ao por aí atoa.
Fico em volta da lagoa
Pra comer e pra beber.
Ninguém liga mais pra mim.
É triste o meu padecer
Não vou mais a vaquejada
O que me resta é morrer.
Já não posso mais correr
E esta é minha grande dor.
Aposentaram meus arreios,
Ninguém me tem mais amor.
Neste mundo que é velho
Não tem mais nenhum valor.
Porém escrevo estas linhas
Sentindo grande abalo
Em que narro o desprezo
E o lamento de um cavalo.
O cavalo quando é novo
É tratado com carinho.
Vive melhor do que gente
Nunca é deixado sozinho,
Mas quando chega a velhice
Vive sem pasto e caminho.
Eu vi um cavalo velho
Sem dono, desprezado,
Magro,feio,fedorento,
Parecia maltratado
E os meninos da rua
Andava nele montado.
Aquele cavalo velho
Já prevendo o seu fim.
Abandonado e sem dono,
Ninguém lhe dava capim,
Porém se pudesse falar
Lamentava dizendo assim:
−Hoje sou um cavalo velho
Sem prestígio e desprezado.
Ninguém lembra mais de mim,
Porque estou velho e cansado.
Ninguém me da mais ração
Vivo solto no cercado.
-- Corri muito atrás de boi
Dei prazer ao meu patrão.
Quantas vezes em vaquejadas
Corri e fui campeão
Meu dono ganhava prêmios
Eu lhe dei satisfação.
Cumpri a minha missão.
Obedecia ao vaqueiro
Que com esporas e macaca
Cortava meu corpo inteiro.
Nunca vi tanta ganância
Para se ganha dinheiro!
Lutei pra ser o primeiro
Nas festas de apartações.
Vi touros de pés pra o alto
Emocionando corações
Hoje estou desprezado
Vivendo as recordações.
Quero lembrar aos patrões
E adivirtir aos vaqueiros,
Cuide dos cavalos velhos
Não venda por qualquer dinheiro.
Não maltrate, não despreze
Dê-lhe um destino ordeiro.
Corri muito fui ligeiro
E comia ração da boa.
Ganhei prêmios pra o patrão
Merecia uma coroa,
Como não posso corre
Vivo ao por aí atoa.
Fico em volta da lagoa
Pra comer e pra beber.
Ninguém liga mais pra mim.
É triste o meu padecer
Não vou mais a vaquejada
O que me resta é morrer.
Já não posso mais correr
E esta é minha grande dor.
Aposentaram meus arreios,
Ninguém me tem mais amor.
Neste mundo que é velho
Não tem mais nenhum valor.
Autor: Pádua Gomes Gorrión
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