sábado, 13 de janeiro de 2018

II FESTIVAL ONLINE DE POESIA


DUELO POÉTICO

 
II FESTIVAL ONLINE DE POESIA
GRUPO POETAS DO NORDESTE
EL GORRIÓN X HIURY SOUZA
 
ESTILO HEPTASSILÁBICO:
 
Eu sou melhor do que tu
 
El Gorrión
Eu sou grande terrorista
Conhecido em todo mundo
Sou primeiro sem segundo
Pois meu partido é nazista
Também sou muito egoísta
Igualmente a belzebu
Não tenho mestre, guru
Nem sequer sei me benzer,
Porém só quero dizer:
Eu sou melhor do que tu.
 
Hiury Souza
Eu sou um burro empacado
encangado num mourão,
sou praga de plantação
destruindo o seu roçado,
eu sou toureco apartado
nas brenhas do Pageú,
Eu sou igual urubu
voando atrás de carniça
Mesmo botando catiça
eu sou melhor do que tu.
 
El Gorrión
Eu sou cobra venenosa
Bem  pior que cascavel
Já fui puta de motel
Muito  feia e fabulosa
Já fui cadela viçosa
Procurando tapuru
Sou carniça de timbu
Que morreu no meu abrigo
Sendo o cão ainda digo
Eu sou melhor do que tu.
 
Hiury Souza
Eu sou cobra peçonhenta
Sou catinga de cadela
Sempre fui toda mazela
que um poeta não aguenta.
Eu sou baba de jumenta
Sou que nem peba suru
Sou cagada de anu
Na testa do lavrador,
Seja do jeito que for:
eu sou melhor do que tu.
 
El Gorrión
Eu sou Hitler perseguindo
Os judeus em todo mundo
Com seu poder iracundo
Pois maltratava sorrindo
Eu sou Saddam consumindo
Como faz um urubu
Quando devora um vudu
Faz o maior estampido
Mesmo sendo este bandido
Eu sou melhor do que tu.
 
Hiury Souza
Eu sou velhaco esquecido
Sou cobrança de analista
Sou igualmente um golpista
Sou poeta intrometido.
Sou Osama enraivecido
Depois de tomar Pitu,
Tiro a roupa e fico nu
Prego solto em passadiço:
Mesmo sendo tudo isso
Eu sou melhor do que tu.
 
El Gorrión
Eu sou cascão de ferida
Sou dor de unha encravada
Sou descarga de privada
Sou coalhada apodrecida
Sou hemorróida rompida
Sou carniça de timbu
Sou velho que pede nu
Esmola fora da lei
Mesmo sendo o que falei
Eu sou melhor do que tu.
 
Hiury Souza
Sou igualmente o veneno
Das cobras do Araripe,
Sou um bruguelo com gripe
Andando sob o sereno.
Sou pior que Zé Pequeno
Sou cafife de um lambu
Meu corpo tem tapuru
Sou cibalena estragada:
Eu não prestando pra nada
Serei melhor do que tu.
 
MOTE EM DEZ
 
Quando canto as belezas do Sertão
Sinto o cheiro do gado no curral.
 
Hiury Souza
Na cancela, a rolinha já descansa
E o vaqueiro se acorda co'a zoada
O cantar do campina na alvorada
Já desperta a boiada muito mansa.
Lavrador na labuta nunca cansa
Passarada correndo o milharal,
E a poeira cortando o vassoural
O animal puxa arado pelo chão:
Quando canto as belezas do sertão
Sinto o cheiro do gado no curral.
 
El Gorrión
No  sertão quando  chove tem beleza
Pois a chuva é riqueza para os campos
Os faróis de milhões de pirilampos
Ornamentam as noites com destreza
Acho  belo  um arrulho de burguesa
Que libera seu canto magistral
Uma vaca berrando no campal
Traz um canto aliviando o coração
Quando canto as belezas do sertão
Sinto o cheiro do gado no curral.
 
Hiury Souza
Os moinhos de açúcar funcionando
Processando o produto do meu solo,
A esposa do pai tem no seu colo
A criança que ainda está mamando.
E uma barra de inverno está chegando
Renovando esperança sazonal
Tendo Fé numa força divinal
Que auxilia a riqueza do torrão:
Quando canto as belezas do sertão
Sinto o cheiro do gado no curral.
 
El Gorrión
Aprecio um xexéu de bananeira
Quando canta seu hino bem  cedinho
O concriz que levanta de seu ninho
Pra cantar lá no alto da palmeira
Logo forma uma orquestra pioneira
Como um sino badalando a catedral
Não existe  no mundo instrumental
Uma voz semelhante  de um carão
Quando canto as belezas do sertão
Sinto o cheiro do gado no curral.
 
Hiury Souza
Rezadeira  constrói o seu legado
Portadora do galho de uma planta
Juriti muda a cena quando canta
Ao deixar nosso povo fascinado.
As agruras no solo ressecado
São retratos da seca atemporal
Sertanejo só tem no cabedal:
A enxada, o jumento e um facão:
Quando canto as belezas do sertão
Sinto o cheiro do gado no curral.
 
El Gorrión
Quando  vejo um trovão  no céu gritando
O sertão de repente já  se anima
O calor com o tempo muda o clima
É possível  se ver  sapo coaxando
Passarinhos sem linha vão bordando  
A natura a procura  do ninhal
Festejando organizam  um coral
Sem sanfona, sem gaita ou violão
Quando canto as belezas do sertão
Sinto o cheiro do gado no curral.
 
 
Hiury Souza
A ração que é dada à vacaria
Foi passada na velha forrageira,
Vendedor de alpercata vai à feira
pra vender seu produto à freguesia.
Na bodega, uma turma sem valia
Algazarra sem fim, descomunal
Na calçada, uma briga de punhal
Dois sujeitos raivosos, sem razão:
Quando canto as belezas do sertão
Sinto o cheiro do gado no curral.
 
El Gorrión
Como é lindo o sertão do meu amor
Quando vejo uma manga em cada cacho
Muitas águas descendo do riacho
Borboletas pousando  sobre a flor
O luar é tão belo inspirador
Mas cantando o vaqueiro é genial
Pois seu canto semeia num cristal
A mais pura excelência da canção
 Quando canto as belezas do sertão
Sinto o cheiro do gado no curral.
 
GRUPO POETAS DO NORDESTE
20/08/2017

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

MESA DE GLOSA

 
 
 
*Lampião ressuscitou*
*Pra por ordem no Sertão*
 
*El Gorrión e George Azevedo*
 
*El Gorrión*
Eu escutei um zumzum
E fiquei amedrontado;
O povo anda preocupado;
O caso não é comum.
Tremi até o bumbum...
Bateu forte o coração...
Eu não aguento pressão;
O medo me dominou
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Anne Karolynne*
Eu soube que o povo viu
Um cabra de um olho só
E quem antes era pó
Parece que ressurgiu
Num sei quem foi que ouviu
Um tiro feito explosão
E junto veio um clarão
O povo já se alertou
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*El Gorrión*
Um fato extraordinário
No Nordeste se ouviu,
Que uma cova se abriu
E apareceu um lendário
Com um matuto glossário
Atirando feito o cão.
E bradou para a nação:
-O rei do cangaço eu sou!
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*El Gorrión*
O país está carente
De um homem de valor,
Que seja batalhador
Corajoso e mui  valente.
Que defenda a nossa gente
Dessa corja de ladrão,
Que nos tem tirado o pão
E nossa grana tomou.
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*El Gorrión*
Dizem que lá em Brasília
Tem deputado com medo;
Não sai de lá nem tão cedo,
Estão  fazendo virgília.
Abandonaram família...
Só anda de camburão...
Não vão mais uma sessão,
Que até Temer se isolou.
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Ádamis Oliveira*
Esta noite me disseram,
Eu pensei que fosse asneira
Ou então    brincadeira
Dos caboclos que vieram.
Numa corda lhe puseram,
E fizeram coerção,
Mas não teve um só cristão
Que do homem escapou!
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Duducha*
Desvendando este mistério
Que pensei  já ser  piada,
Mas que foi bem explicada
O caso é bastante sério
Falaram num impropério
Duma tal assombração,
Mas não foi mentira não
Da cova se levantou
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Leonires di Oliveira*
Rola aqui um zumzumzum
Que um cabra venceu a  morte,
No  Rio  Grande do Norte
Tá plantando  jerimum
 Disse: pego qualquer um
Que roubar esta nação
Em Brasília a confusão
  se generalizou
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Tereza Machado*
Mas quando eu fiquei sabendo
Fiquei muito aperreada
Um pouco preocupada
Guerra não estou  querendo
Político está merecendo
Levar um bom safanão
Do cangaceiro mandão
Que do além já  voltou
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Jacó Oliveira*
O ano está começando
E os nossos telejornais
Vejo em todos canais
Cada vez se propagando
O Brasil se acabando
É tudo corrupção
Já que é ano de eleição
Meu candidato voltou
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*George Azevedo*
Meu Deus,eu  vou é correr
Vou pra casa me trancar
Porque hoje  ouvi falar
Muita gente vai morrer
Já já vai aparecer
Tão dizendo,num sei não,
Mas é que na região
Muito já se comentou
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Flávio Barjes*
Eu viajei mês passado
Lá pras bandas do nordeste,
Vi uma zueira da peste;
Um cabra desesperado,
Correndo todo mijado
Um velho atrás dum balcão
Com ollhos de corujão
Se tremendo me contou
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Vanecílio Paulo*
Parece que é verdade
Que o temido vai voltar
Escutei gente falar
Revelando a identidade,
Da  superioridade
Fazendo revelação,
Vou meter o pé no chão,
Que o caldo engrossou,
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Vanecílio Paulo*
Este fato aconteceu
E o povo está  comentando,
Que viram ressuscitando
O homem que já morreu
E da cova um pulo deu
Com a maior disposição
Já falando em vingação,
Perguntando  quem matou
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Vanecílio Paulo*
Eu  já estou me animando
Que o Brasil  terá jeito
Avise a cada prefeito
Aqueles que estão roubando,
Vão todos se preparando,
Pra apanhar de cinturão,
Prá deixar de ser ladrão
E jurar que não roubou
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Elnathan*
Mas se isto for verdade
Do cangaço se instalar
Ficou fácil de votar
Com o título eleitor
Coração sem sentir dor
Sem remorso ou ilusão
Do partido que dirão
Que  fulano nos  salvou
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Elnathan*
Ele já foi foragido
Mas justiça sim, fazia
Quem não tinha moradia
Ele dava sem pedido
O seu nome era temido
Que tremia até o chão
Com ele não tem perdão
Quem ao pobre maltratou
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Elnathan*
O boato se espalhou
Mas ninguém ainda o viu
Se dá cova ele subiu
Isso vai ser comprovado
Não se faça de rogado
Pra ele não tem perdão
De Brasília um avião
Desesperado voou
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Natal Barros*
Viu-se um cabra bem armado
Parecendo cangaceiro
Saindo dum tabuleiro
Por um bando acompanhado
Chapéu na testa quebrado
E bacamarte na mão
No posto de capitão
A sua tropa o saudou
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Duducha*
Nunca vi tanta fofoca
Que se espalhou num boato
Pela boca dum gaiato,
Mas a verdade pipoca.
O bicho saiu da loca;
Começou a confusão.
Pense numa danação
Isso tudo lá formou!
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Dulce Esteves*
Mais uma pra meu estoque;
Aumentou a minha lista;
Dizem seguiram à pista
E trouxeram de reboque.
Quem tiver mais que coloque
A lenha na confusão,
Pois não é mentira não!
Se a notícia se espalhou
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
 *Orlando Otavio*
É sentido figurado
O homem ressuscitar
Do jeito que o tempo estar
Precisamos do  legado
Pra não deixar ser votado
Essa grande aberração
No dia da votação
Mas Gorrión se inspirou
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*El Gorrión*
Quando Lampião voltar,
Vai dar muita pisa em gente,
Pegar este presidente
Fazê-lo renunciar.
O senado vai fechar
Para o bem desta nação,
E prendeu cada ladrão
Que o Brasil usurpou.
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*George Azevedo*
Quero ver cabra arrochado
Fazer carreira ligeiro,
Quando vir o cangaceiro
Até os dentes armado.
E chegando ao povoado
Procurando o valentão,
Dizendo que o caixão
Pra ele já reservou.
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*George Azevedo*
Mas  inclusive eu conheço
Um cabra aqui do lugar,
Que  gosta bem de brigar
E paga até qualquer preço.
Da tudo por um começo;
Não perde uma discussão ;
Vai logo metendo a mão ;
Um murro nunca levou;
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Marciano Medeiro*
O Virgolino Ferreira
Deixou marcas no Nordeste;
Lutou de forma inconteste
Em toda e qualquer ribeira.
Hoje em dia a cabreira
Mata sem ter precisão...
Eu vi na televisão
Que um justiceiro voltou:
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*George Azevedo*
Quero ver quando chegar
Lampião com o seu bando,
Eu quero ver até quando
Ele vai querer brigar
E se ele vai encarar...
Quero ver sua expressão.
E se vai ser o bichão...
A fama que ele arranjou.
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Jacó Oliveira*
Ontem um variador
Veio comprar o meu voto
Eu disse agora eu boto
Os cachorros no senhor
Saia daqui por favor

Seu sujeitinho ladrão
Se não eu pego o facão
Tu não sabe quem eu sou
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*El Gorrión*
Eu quero ver homem bravo
Quando vir-lo  bater pino.
Quem gritava, falar fino
E aceitar desagravo.
Pagar o último centavo,
Quando vir o seu facão.
Derreter seu coração
Quando  se anunciou.
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Hiury Souza*
As copas largas de abriram
Sobre a fronte ação terrena,
Por onde a alma pequena
Roubou todos que surgiram.
As eras que lhe admiram
Alcançaram redenção,
Na busca do próprio pão
Esse herói nos lapidou:
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Hiury Souza*
Os tempos correm ligeiros
Sobre o plano deste mundo,
Onde a vida, num segundo
Livra todos prisioneiros.
Fui buscar nos cancioneiros
A bela composição
Que tem a compreensão
Deste herói que nos salvou:
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*Hiury Souza*
Ele surge do passado
Trazendo a doira promessa,
Sem ter medo, sem ter pressa
Vem marcando o seu legado.
Traz a justiça a seu lado
Contra a vil corrupção,
Tem na própria decisão
Firmeza que o consagrou:
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
No decote do horizonte,
Um mito vem ressurgindo
Com o coração reluzindo
Sobre o outeiro de um monte.
Já atravessou a ponto
Com a justiça na mão...
O seu grito é um canhão
Que o país se acordou!
Lampião ressuscitou
Pra por ordem no Sertão.
 
*AGRDECEMOS OS POETAS*
 
*EL GORRIÓN*
*ANNE KAROLYNNE*
*ÁDAMIS OLIVEIRA*
*DUDUCHA*
*LEONIRES DI OLIVEIRA*
*TEREZA MACHADO*
*JACÓ OLIVEIRA*
*GEORGE AZEVEDO*
*FLÁVIO BARJES*
*VANECÍLIO PAULO*
*ELNATHAN*
*NATAL BARROS*
 *ORLANDO OTAVIO*
*MARCIANO MEDEIRO*
*HIURY SOUZA*