quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

HOMENAGEM AO MESTRE EL GORRIÓN



Francisco Evangelista
       &
Zé Albino

 Francisco Evangelista

 Vou buscar em Itatuba
Poeta de nível bom
Desses que não desce  nível
E nunca saiu do tom
Pra fazer uma homenagem
Ao mestre El Gorrión.

 Zé Albino

 O poeta El Gorrión
Mostra talento e bagagem
Nos grupos que participa
Demonstra camaradagem
Por isso que hoje é digno
Da nossa grande homenagem

 Francisco Evangelista

 No seu ser tem a dosagem
E de Deus obediência
É professor talentoso
Ensina por excelência
E para fazer cordel
Dá um show de competência.

 Zé Albino

 Ele tem experiência
Na hora de versejar
Só faz estrofes bem feitas
Pra quem vê se admirar
E por ser seu fã resolvi
Hoje lhe homenagear.

 Francisco Evangelista

 Dificilmente encontrar
Palavras que lhe defina
Genial é seu saber
Mais dividi e ensina
Um homem servo de Deus.
Com  a proteção divina.

 Zé Albino

Ser poeta é sua sina
Ensinar é seu papel
Ensinando é jararaca
Versejando é cascavel
O que falta em seus ensinos
Tem sobrando no cordel.

 Francisco Evangelista

 Como amigo ele  é fiel
No improviso é feroz
Na bancada é um gênio
Escreve cordel veloz
E em sala de aula a aula
É digna de vez e voz.

 Zé Albino

Ele é orgulho pra nós
Eu você e outros mais
É um amigo de todos
É um cidadão capaz
Por isso que ele merece
Respeito pelo o que faz.

 Francisco Evangelista

 Merece todo cartaz
Na data  que se completa
Você é especial
Pessoa  muito seleta
E a homenagem é pequena
Se comparando  ao poeta.

 Zé Albino

 Ele sempre atinge à meta
Por que é merecedor
Tem valor como poeta
Também como cantador
E assim vive satisfeito
Por ter deus com tutor.

DESAFIO POÉTICO



Natal Barros x El Gorrión

1º Estilo= sextilha agalopada

Assunto
Se você sabe eu sei mais 

Natal Barros
Gorrion, me falaram que você
É um mestre, dos grandes festivais,
Demonstrando domínio nos assuntos,
Assustando quaisquer dos seus rivais,
Porém saiba que sou seu professor
Porque sei o que sabes e bem mais.

El Gorrion
Eu nasci com potentes ideais
Pra mostrar todo meu potencial
Pra ganhar de um poeta sem assunto
Eu demonstro pra povo o arsenal
Já provei que  estudei toda cultura
Quando  abrir minha mala cerebral.

Natal Barros
Gorrion aprendeu foi com Natal,
Mas debaixo de peia e castigo
E por ter a cabeça muito dura,
Teve coisas que  disse: - Não consigo.
Sendo assim, tem momentos que ele engasga
E não diz a metade do que digo.

El Gorrion
A cultura do mundo eu  interligo
Estudei  todos astros e planetas
As estrelas no plano sideral
Passei pela  lua e por cometas
Isto prova  que sei mais que você
Seu saber para mim só são gorjetas.

Natal  Barros
Sei falar dos impérios às ninfetas,
Dos vulcões que estremecem lá na Itália,
De conflitos, tufões e terremotos,
E das tribos que vivem na Somália,
Por fim, digo quais são os grandes nomes
Que fizeram aqui a Tropicália.

El Gorrion
Venha rindo ,mas tire esta sandália,
Porque Deus já me fez um campeão
Os meus mestres não são deste planeta
Pois entendo  a voz grave do trovão
Todo mundo de pé já me aplaudiu
Lá no céu quando eu fiz declamação.

Natal  Barros
Quem me deu este dom e inspiração
Foi aquele que pode fazer tudo.
E você não ganhou do mesmo tanto,
Só porque é bastante cabeçudo -
Não foi grato e jamais quis  se esforçar,
Preferindo não ter qualquer estudo.

El Gorrion
É o saber  que me serve de  escudo
Eu conheço de cor e salteado
Porque tudo que o mestre me ensinou
Eu deixei no meu peito pendurado
Mas aqui hoje sou seu professor
Pra dizer que teu verso  é condenado.

Natal  Barros
Tenho dó quando vejo seu estado -
Um poeta sem brilho e sem respeito.
Sua rima não diz coisa com coisa
E seu verso é tão  cheio de defeito.
A platéia me chama comentando:
- Só Natal é quem pode dar um jeito.

El Gorrion
Natal Barros parece um mal sujeito
Quando versa se torna um importuno
Gorrión recebeu título de mestre
E nos palcos do mundo é um tribuno
Mas Natal estudou precariamente
Hoje  foi reprovado como aluno.

DÉCIMAS EM CARRETILHA  EM DESAFIO

El Gorrion
Nasci pra vencer
Qualquer cantador
Só causo temor
Mas  faço sofrer
Eu vou lhe torcer
Pra ver o que sai
Você hoje cai
Pedindo  socorro
Poeta cachorro
Respeita teu pai.

Natal  Barros
Ou canta coeso,
Ou da Paraíba,
Para Curitiba,
Eu te levo preso.
Não fique surpreso,
Porque sou assim
Com vate ruim
Que me desacata -
Eu meto a chibata
E logo dou fim.

El Gorrion
Poeta fraquinho
Patife covarde
Pimenta que arde
Bicho de focinho
Furada de espinho
Jumento poupeiro
Capão de chiqueiro
Garrote capado
Barrão amarrado
Soltando mal cheiro.

Natal  Barros
Cachorro pulguento,
Macaco sapeca,
Sapo de cueca,
Cadáver bichento,
Leitão fedorento,
Nariz de tucano,
Jumento cabano.
Eu lhe surro agora.
Sei que você chora
Muito mais de ano.

El Gorrion
Carniça de gato
Praga de urubu
Parece um timbu
Brigando com rato
Hoje eu lhe maltrato
Pois Chico autoriza
Já fiz a pesquisa
Comece a chorar
Pois vais apanhar
Uma grande pisa.

Natal  Barros
Por seu desaforo,
Você não escapa,
Lhe mato de tapa,
Arranco seu couro
E não quero choro.
Urubu lhe come
Pra matar a fome.
Sua fama acaba
Seu poder desaba
Não sobra nem nome.

El Gorrion
Moleque chorão
Sobejo de sapo
Aguenta o sopapo
Do peso da mão
Cachorro ladrão
Que só tem pantim
Teu lanche é capim
Eu sei teu segredo
Que se acorda cedo
Pra beijar pinguim.

Natal  Barros
Saí bem armado
Atrás de um valente
Achei um demente;
Paraíba, o estado,
Peguei o coitado,
Um tal Gorrion,
Baixei o seu tom.
No fim, o machão
É Vera Verão -
O Jorge Lafon.

DÉCIMAS DECASSÍLABAS
MOTE:
Solidão me perturba toda hora
E eu não tenho nenhuma solução!

Natal  Barros
Arrumei uma linda namorada
Parecida com uma cinderela
Uma gata cheirosa e muito bela
Eu fiquei tão feliz com minha fada,
Porém ela, fugiu de madrugada;
Me deixou a chorar no meu sertão.
Eu perdi até minha inspiração.
Coração sofre, dói e muito chora...
Solidão me perturba toda hora
E eu não tenho nenhuma solução!

El Gorrion
Eu caminho no mundo sem destino
Com a mente pensando desventura
Há no peito uma dor que não tem cura
Eu padeço um terrível desatino
Eu vivi um romance clandestino
Mas o tempo apagou nossa paixão
No seu mundo eu sou uma abstração
A saudade dos beijos me apavora
Solidão me perturba toda hora
E eu não tenho nenhuma solução!

Natal  Barros
Já andei por varjões e serranias
A procura de alguém que me deixou
Não a vi desde quando me largou.
Conto os anos, os meses, até dias,
Porque sofro as piores agonias.
De encontrá- la inda tenho uma ilusão,
Nem que seja pra ouvir um outro não.
E o sofrer persistir igual agora...
Solidão me perturba toda hora
E eu não tenho nenhuma solução!

El Gorrion
Eu tentei procurar uma resposta
Para a dor que me causa tanto tédio
Mas ninguém apontou nenhum remédio
Pra curar esta dor que está exposta
Eu lancei para amada uma proposta
Que tivesse por mim  consternação
O pedido que fiz foi tudo em vão
Ela ouviu, mas fingiu e foi-se embora
Solidão me perturba toda hora
E eu não tenho nenhuma solução!


Agradecemos ao mestre Natal Barros pela disposição de versar comigo,ao poeta Francisco Evangelista pela mediação e paciência e pela bela condução do desafio e por fim agradecemos aos poetas da platéia que curtiram um show de poesia e a surra que Natal Barros deu no poeta El Gorrión....