quinta-feira, 8 de julho de 2010

ANDEI ITATUBA INTEIRA NAS ASAS DOS COLIBRIS


Sou poeta Cordelista
Cidadão cachoeirense
Esta arte me pertence
Deus me fez assim artista
Não sou bom violonista,
Porém me sinto feliz
Com os estudos me refiz
Encontrei uma maneira
Andei Itatuba inteira
Nas asas dos colibris.

Nas margens do Rio Surrão
Fica Itatuba encravada
Cidade bela e amada
Que está em meu coração
Quão belo é seu torrão
Quem mora aqui é que diz
Quão bela é sua matriz
Sua construção primeira
Andei Itatuba inteira
Nas asas dos colibris.

Visitei o Parque só Boi
Numa grande vaquejada
A festa estava animada
O tempo logo se foi
Pra meninas disse: - oi!
Só uma ficou feliz
Aproximei-me como quis
Esvaziei a carteira
Andei Itatuba inteira
Nas asas dos colibris.

Em janeiro tem a festa
Do santo São Sebastião
Tem quermesse, tem leilão
E a turma lá é honesta
Tudo lá é bom e presta
As mulheres cheiram a lis
É isso que o povo diz
Eu afirmo é verdadeira
Andei Itatuba inteira
Nas asas dos colibris.

No Clube Oásis dancei
Forró, xote e baião
Zé Paulo e Ninho têm ação
Com eles até conversei
Uma “nega” eu arranjei
Fiz ela muito feliz
Não fiquei lá por que não quis
Levei-a pra “capoeira”
Andei Itatuba inteira
Nas asas dos colibris.

Necessitei de rezar
Fui na Igreja Santo Antonio
Lembrei-me do matrimônio
Quando subi ao altar
Fiquei um pouco a meditar
Ali me senti feliz
Padre Valdézio me diz:
- Que não seja a derradeira!
Andei Itatuba inteira
Nas asas dos colibris.

Fui ao bar do Auriceu
Beber cerveja e dançar
Mais eu queria “nhanhar”
E conquistar um “pitel”
Cumpri todo meu papel
Conheci uma meretriz
Agarrei em seus quadris
Chamei-a pra brincadeira
Andei Itatuba inteira
Nas asas dos colibris.

Passei num templo bonito
Disseram-me: −É a Assembléia
De Deus tive a idéia
De escutar um bendito
Alguém me achou esquisito
Quando saí eu não quis
Cantei me pediram bis
Sentado em uma cadeira
Andei Itatuba inteira
Nas asas dos colibris.

Na festa da padroeira
Santo Antonio é muito bom
O povo se liga no som
Do santo casamenteiro
Lá gastei muito dinheiro
Assistindo pastoris
E na frente da matriz
Vi uma moça faceira
Andei Itatuba inteira
Nas asas dos colibris.

O São Pedro eu dancei
Antes festejei São João
Em Itatuba é tradição
Até cachaça eu já tomei
Uma donzela eu peguei
Agarrei em seus quadris
Passei a mão onde quis
Chamei-a de bandoleira
Andei Itatuba inteira
Nas asas dos colibris.

Dei uma volta no mercado
Estava muito diferente
Vi o povo ali contente
Estava tudo reformado
O povo estava animado
Risonho muito feliz
Minhas compras logo fiz
Era sábado e tinha feira
Andei Itatuba inteira
Nas asas dos colibris.

Visitei o Sindicato
Lembrei-me de “Piriri”
Deixei um documento ali
E assinei um contrato
Deixei também o retrato
Esta é a lei do país
E pra mim deixar feliz
Entregaram-me a carteira
Andei Itatuba inteira
Nas asas dos colibris.

Fui no Estádio Renatão
Assistir um jogo quente
Santa Cruz e Independente
E lá senti emoção
É o melhor da região
Lá me senti bem feliz
Minhas lembranças refiz
Foi bonita a brincadeira
Andei Itatuba inteira
Nas asas dos colibris.

Farrei no Bar de André
E lá em Vau de seu Nanã
De todos lá fiquei fã
Caminhando sempre a pé
Fui com Dimas e Noé.
Dois amigos mui gentis
Ali fomos bem sutis
Nisso Chegou Oliveira
Andei Itatuba inteira
Nas asas dos colibris.

Fui no clube do Moacy
Estava havendo uma festa
A cachaça de lá presta
Bandas boas vi ali
Dancei, brinquei e bebi
Numa festa estudantis
Comi feito esmeris
Tomando cachaça brejeira
Andei Itatuba inteira
Nas asas dos colibris.

A festa de São Sebastião
Em Janeiro eu adorei
Bebi, dancei, namorei
No meio da procissão
Participei do leilão
Convenci uma meretriz
A dizer que era uma atriz
Comendo uma besteira
Andei Itatuba inteira
Nas asas dos colibris.

Fui na Congregacional
Passei na Praça dos Lisos
Vi um povo cheios de risos
Mas estava tudo normal
Visitei o Hospital
Tinha lá uma aprendiz
Com seu porte estudantis
Eu pensei uma besteira
Andei Itatuba inteira
Nas asas dos colibris.

Fui na Escola Cenecista
Mas gostei foi do Maurino
Porque lá tem bom ensino
Tem professor que é artista
É a primeira da lista
O alunado é quem diz
Eu faço o chamariz
A escola é de primeira
Andei Itatuba inteira
Nas asas dos colibris.

FIM

Este Cordel eu Dedico a...


Aldenize Custódio
Ana Paula Pereira
Augusto César
Antônio Carlos
Evandra Gomes
Edivaldo Monteiro
Erivan Morais
Flávio Cardoso
Graciano Celestino
Joselânia Monteiro
Josenildo Ferreira
Janaina Custódio
Jorge Araújo
José Felipe Dantas
Jerbeth Michael
Maria José Faustino
Maria Carolina
Marília Maria
Naiara Francisca
Rita de Cássia
Rinaldo Barbosa
Samiry Mendes
Tatiana Andrade
Valdeiza Arruda

Meus alunos concluintes do 9º
Ano da Escola Maurino Rodrigues

O Autor

segunda-feira, 28 de junho de 2010

HOMENAGEM AO 21º ANIVERSÁRIO DA CIDADE DE RIACHÃO DO BACAMARTE



Escolhi um passarinho
Para ser o meu transporte
O mais rápido e mais forte
E o mais pequenininho
Quero ir de vagarinho
Conhecer-te sim Senhor
Pois sou um educador
E aqui tenho paradeiro
Conhecer Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Riachão terra querida
Estás no meu coração
Por ti tenho atenção
Por que me deste guarida
Já estás em minha vida
Declaro a ti meu amor
Faço a ti este favor
E ao teu povo ordeiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Conheci Serra Rajada
O teu único Distrito
Um lugar bom e bonito
Que do seu povo é amada
No labirinto é afamada
Tem um povo acolhedor
Gostei daquele setor
Desejei está solteiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Fui visitar o Convento
Passei à tarde todinha
Vi a casa de farinha
E cumpri o meu intento
O meu transporte foi lento
Quis assistir o labor
De um povo trabalhador
Honesto e também ordeiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Fui ao Cuités passear
Tomar banho de cachoeira
O Xixiu é de primeira
Da até pra namorar
Se você quiser farrar
Ou curtir o seu amor
Pode me chamar, por favor,
Que eu coopero com o dinheiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Fui conhecer Bacamarte
Um lugar que tem história
Está nossa memória
Ali eu vi uma arte
A igreja ali faz parte
Do homem colonizador
Disse-me um morador:
- Este fato é verdadeiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Visitei o Sítio Torres
Achei um povo com brios
Dancei no Forró do Biu
Vi a escola que ensinei,
Assim que logo cheguei
Fui ao posto, vi o doutor
Por que naquele setor
Médico tem o dia inteiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

O Grilo eu visitei
Ali era um Quilombo
Com a turma bati bombo
Quando por ali passei
Com os quilombolas conversei
Senti de perto sua dor
Seu povo batalhador
Não sede pra fazendeiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Fui lá na “Cruz da Donzela”
Rezei numa igrejinha
Tinha lá uma menininha
Contou-me uma historia bela
Aquela vilinha singela
Ainda sente a dor
Entregando ao senhor
O nosso pai verdadeiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Passei na Rua Central
Achei tudo elegante
Lá tem cada restaurante
É mesmo um cartão postal
Essa terra de Cabral
É um lugar sedutor
Já deu até senador
Pra o cenário brasileiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Conheci a Bela Vista
Do alto a visão é linda
Qualquer pessoa é bem vida
É o primeiro da lista
De professor a artista
A homem trabalhador
O bairro é acolhedor
O seu povo cavalheiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.



O bairro especial
Que vi foi a Barriguda
Lá é bom não se iluda
O povo de lá é legal
Fica perto da central
O lugar é sedutor
As mulheres cheiram a flor
De Dezembro a Janeiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Na Rua da Cruz andei
Falei com aquela gente
O povo estava contente
Eu vi quando lá cheguei
Com cada um conversei
Percebi o seu valor
Ali fizeram um clamor
Vá embora forasteiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Fui à Escola Deolinda
Que é a maior da cidade
Lá eu vi capacidade
E a competência brinda
Vi uma professora linda
Abraçando seu labor
Ensinando com humor
Ganhando pouco dinheiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Fui à Igreja Matriz
Padroeiro da cidade
Conversei com a irmandade
Que ali estava feliz
Cantei, me pediram bis
Alguém disse: É um cantor!
Eu disse só é louvor
Pra o santo padroeiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Participei de uma festa
Que é de São Sebastião
Caminhei na procissão
Com uma moça honesta
A festa é boa e presta
Se você é cultuador
Vi o povo com dulçor
Dizer: - Viva ao padroeiro!
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

O “Riachão Fast” é bom
Pra o povo se divertir
Voando parei ali
E acompanhei o tom
Sujei-me todo de batom
Por que sou namorador
Disse-me um trabalhador:
- Gastei todo meu dinheiro!
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Fui à Escola Estadual
Conhecer o seu ensino
Achei tudo lá divino
Vivi o Adalto Cabral!
Gostei do material
Seu ensino tem sabor
Faz do aluno pensador
Sábio, crítico e companheiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Até na Conga passei
Voando lá bem baixinho
Mas como estava sozinho
No setor eu não fiquei
Desejar, eu desejei
Porque sou um sedutor
Mas como sou professor
Sou casado e não solteiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Fui ao Posto de Saúde
Quando me senti doente
Tinha um montão de gente
Dizendo: - Doutor me ajude!
Saí logo assim que pude
Sentindo a minha vigor
Quem me tratou com amor
Foi mesmo um bom enfermeiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Eu vi um templo bonito
Logo tive uma ideia
Era a Igreja Assembléia
De Deus eu ouvir o grito
Cheguei ali tão aflito
Contei a Deus minha dor
Falou pra mim o pastor
Aqui é a “casa do oleiro”
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Fui à Escola José Tito
E lá pude observar
Que é bom de estudar
E o setor é bonito
Aquela escola é um mito
O alunado tem fervor
Os docentes têm amor
Seu ensino é pioneiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Foi num humilde transporte
Que decidi de te conhecer
Tive alegria e prazer
Que só se acaba com a morte
Riachão é jovem e forte
Tem cara de vencedor
Percebo o teu fervor
E não aceitas cativeiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Obrigado Riachão!
Sinto-me realizado
Por te ter homenageado
Nesta bela ocasião
É terra de tradição
De povo batalhador
Hoje mereces louvor
Por ser jovem cavaleiro
Conheci Riachão inteiro
Nas asas de um beija-flor.

Poeta Professor Pádua Gomes Gorrión




sábado, 26 de junho de 2010

A MOÇA QUE CONSEGUIA TUDO MOSTRANDO SEU PERIQUITO


Oh Deus todo poderoso
Quero aqui inspiração
Pra escrever esta história
Que me chamou atenção
Pois neste mundo há de tudo
Que causa admiração.

A história que eu conto
Não aconteceu aqui
Foi na cidade vizinha
Lá pras bandas de Mari
Quem me contou foi um cara
Que convivia alí.

Ele me contou a história
Eu logo fiquei aflito
É que ali tinha uma moça
Com um jeito esquisito
Tudo ela conseguia
Mostrando seu periquito.

Era uma moça enrolona
Gostava de enganar
Seu periquito era a arma
Para poder trambicar
E em qualquer situação
Ela sabia se“safar”.

O nome dela é Cristina
Filha de Zé Expedito
Sua mãe Maria Elza
Criadora de cabrito
Porém ela é conhecida
“A moça do periquito”.

Cristinaé bem prendada
Tem um corpaço bonito
Parece uma modelo
Deixa qualquer um aflito
Tem um olhar atraente;
Só gosta de um “agito”.

Apesar de sua beleza
Não gosta de estudar
É rude e preguiçosa
Leva a vida em enrolar
As pessoas que a ela
Venha se aproximar.

Um dia pegou o carro
Do pai e foi passear
Deu uma batida num moço
Que saiu a trabalhar,
A polícia foi chamada
Para o caso apurar.

A moça vendo a polícia
Sentiu logo o conflito
Falou com o policial:
-Você é muito bonito!
Deixe este caso pra lá
Que eu lhe mostro o periquito.

O policial surpreso
O caso amenisou
Bateu um papo com ela
E o caso ignorou
Ela mostrou o periquito
E o soldado alisou.

Teve uma vez na escola
Ela ia ser reprovada
Mostrou para o professor
O periquito e mais nada
E sem fazer nem a prova
A moça foi aprovada.

Certo dia num presídio
Estava havendo um motim
Os presos se rebelaram
Porque estavam achando ruim
A polícia trabalhou
E não conseguiu por fim.

As policias se uniram
Mas aumentava o agito
Não se tinha solução
Pra acalmar o conflito
Mandaram chamar a moça
Que mostrava o periquito.

Quando ela chegou ali
Fez um aceno com a mão
Levantou com calma a saia
E logo chamou atenção
Mostrou para todos os presos
E acabou-se a rebelião.

Um dia essa “danada”
Que não tinha o que fazer
Inventou de ir à Igreja
E ao invés de se benzer
Mostrou o seu periquito
Só não viu quem não quis ver.

Ela tinha um amigo
Que estava embreagado
Bagunçando pela rua
E logo foi enquadrado
Ela disse:-Vou soltá-lo
Ligeirinho e avechado.

Chegou na delegacia
Com um gesto bem bonito
Falou com o delegado
Que o deixou esquisito
E disse: Solte o amigo
E lhe mostrou o periquito.

O delegado bateu pino
E disse:-Pode levar!
Ele é o seu amigo?
Por que aqui veio parar?
Abriu porta da prisão
E o deixou caminhar.

Um dia foi à Brasília
Visitar o presidente
Não a deixaram entrar
Porque tinha muita gente
Logo mostrou o periquito
E o guarda ficou contente.

Ela passou de mansinho
O guarda fez que não viu
Foi bater no gabinete
Ninguém a ela impediu
Mostrou o periquito a Lula
E ele se divertiu.

Ela conheceu um moço
Muito rico e charmoso
Ela fez um “ar” de riso
E lhe chamou de gostoso
Mostrou o seu periquito
Que ele ficou dengoso.

Um velho pedia esmola
Em uma tarde de verão
Ela se aproximou
Com uma má intensão
Mostrou o periquito a ele
Que tremeu de emoção.

O velhinho lhe dizia:
-Menina, quer me matar!
Um homem nessa idade
Não pode mais aguentar
Baixa a saia, vá embora
Senão eu vou desmaiar.

Um dia, ela passeando
O ladrão foi lhe assaltar
Ela disse em seu ouvido
-Tenho algo a lhe mostrar
Meu periquito é bonito
Deixo você apalpar!

O bandido derreteu-se
Porém achou esquisito
Ela logo pediu calma
E mostrou o periquito
O ladrão saiu sorrindo
E ela enganou o maldito.

Um dia foi a São Paulo
E ali fez uma armação
Entrou no campo do Corinthians
E foi na concentração
Mostrou ali o periquito
E causou uma confusão.

Os jogadores do time
De repente enlouqueceram
Foram jogar com o Palmeiras
E o jogo ali perderam
O verdão foi campeão.
E os torcedores sofreram.

Foi num dia bem cedinho
Ela começou pensar
Que lhe faltava dinheiro
Pra vestir e pra farrar
E decidiu ir ao banco
A fim de negociar.

Falou logo com o gerente
E a resposta foi não
Ela ficou por ali
Muito triste e sem ação
Falou de novo com ele
Segurando em sua mão.

Chamou pra um particular
Disse:-Você é bonito!
Cochichou no seu ouvido
Lhe mostrou o periquito
O gerente derreteu-se
E acabou o conflito.

Um dia ela foi à praia
Pois gostava de farrar
Foi comer num restaurante
E a conta não quis pagar
Foram chamar o gerente
Pra com ela conversar.

Quando o gerente chegou
Disse:-Calma nesta hora
Ela foi se aproximando
E o abraçou sem ter demora
Ela mostrou seu periquito
E ele disse:-Vá embora!

Em uma festa de São João
Ela estava embriagada
Levantava o vestido
E mostrava a rapaziada
Que gritavam de alegria
Oh! Festa boa danada!

No estado de São Paulo
Ela foi pra desfilar
No famoso “Fashion Week”
Tinha algo a mostrar
Com seu corpo extravagante
Fez a galera vibrar.

Mas já no fim do desfile
Ela chama à atenção
Levanta a saia um pouquinho
E alisa com a mão
Mostrando seu periquito;
Eu vi na televisão.

Ela também tinha um sonho
De um dia ser cantora
Cantar funk e pagode
Cristina era sonhadora
E de tanto insistir
Parou numa gravadora.

Lançou o primeiro CD
Era um funk pesadão
No começo sua música
Causava contestação
E ela foi reprovada
Pela tal população.

Mas ela era insistente
E queria ser um mito
Compôs uma música nova
Que causou maior agito
Dizia pra mulherada:
-Mostre!mostre o periquito!

Sua fama cresceu tanto
Que chegou a televisão
Foi na Globo que estreou
No programa do Faustão
Mostrou seu periquitinho
Pra esta amada “nação”

A audiência da Globo
Naquele dia subiu
A Record e a Bandeirantes
Sua audiência sumiu
Nesse dia até Gugu
E o seu pintinho dormiu.

No carnaval carioca
Ela entrou na Mangueira
O samba na ponta do pé
Nisto ela era guerreira
Ela rebolava tanto
E não sentia canseira.

Ela chamou à atenção
Logo assim que começou
Encantando os jurados
Um a um os conquistou
Mostrando seu periquito
E a Mangueira ganhou.

Quando ela se embriaga
Sai as ruas num só grito
Levantando sua saia
Deixando o povo aflito
Grita alto perguntando:
-Quem quer ver meu periquito?

Dizem que em sua cidade
Ela acabou com uma feira
Mostrando seu periquito
E gostou da brincadeira
Os feirantes atrás dela
E ela saiu na carreira.

Um dia em uma missa
Ele chegou de mansinho
Mostrou o seu periquito
E saiu devagarinho
Chamou a atenção pra si
E o padre ficou sozinho.

Ela foi num hospital
Os doentes visitar
Não era hora de visita
Ela não pôde entrar
Mostrou o seu periquito
Só assim pôde passar.

Chegou perto de um doente
Que estava ali bem fraquinho
Quando viu seu periquito
Levantou devagarinho
Disse:-Oh meu Deus como é lindo!
Pedaço de mal caminho.

Sei que até você leitor
Está muito curioso
Para ver o seu periquito
E ficar muito gaboso
Pelo que o rapaz me disse
É mesmo maravilhoso.
O periquitinho dela
É um passarinho desenhado
É uma bela tatuagem
Bem verdinho e pintado
Fica pertinho do outro
Mas é muito apreciado.

Esta moça ainda é viva
Lá pras bandas de Mari
Mas esteja percebido
Ela pode estar aqui
Pra mostrar seu periquito
E agente se divertir.

FIM