terça-feira, 13 de dezembro de 2016

BIO E O CAVALO QUE VOAVA

























Neste momento  sutil
Vou abrir minha memória
Para contar um relato
Pois a mente é transitória
Assim passo pra o papel
Mais uma bela história.

Sei que Deus neste momento
Não vai me deixar falhar
Mandará um de seus anjos
Para muito me inspirar
E assim tenho certeza
Qu’o céu vai me abençoar.

O fato que eu vou narrar
Não aconteceu distante
Na cidade de Itatuba
Bela cidade pujante
Ninguém  pode esquecer
Pois o fato é importante.

Nesta cidade existia
Um guri  pobre demais
Trabalhava em fazenda
Quando perdeu os seus pais
E de tudo ele fazia
Até  vez de  capataz.

1

Seu  nome era Severino
E seu  pai era Zezão
Sua mãe era Maria
Filha de Zé Sebastião
Uma família sem nome
Que vivia no sertão.

Perdeu seus pais logo cedo
E começou seu sofrer
Sem ajuda dos parentes
Não soube o qu’era prazer
Ficou lá pela a fazenda
Pra de fome não morrer.

Era um menino esperto
De tudo ali fazia
E aos donos da fazenda
Ele sempre obedecia
Não conhecia a preguiça
Trabalhava com a alegria.

Não recebia salário
Era triste sua vida
Suas roupas eram trapos
Suava pela comida
E em uma esteira velha
Era a sua dormida.


2

Todo mundo na fazenda
Chamava ele de Bio
Naquela tapera velha
Ele morria de frio
Apesar do sofrimento
Era um moleque gentio.

Todo serviço pequeno
Era ele que fazia
Fosse a pé ou montado
Ou de noite ou de dia
Ele saia cantando
Expressando alegria.

Tinha naquela fazenda
Um cavalo desprezado
Era este que o menino
Andava nele montado
Magro, velho e feridento
E parecia enfadado.

Um dia lá na fazenda
Pulou a cerca um  garrote
E saiu em disparada
Só se via o pinote
E nessa carreira toda
Foi para em serrote.

3

O patrão mandou pegar
O garrote que sumiu
E com muita ignorância
Ao menino agrediu
E qu’ele trouxesse  logo
E boi que escapuliu.

Já era de tardezinha
E a noite ia chegar
Era difícil pra Bio
Esse garrote apanhar
Ele sai em disparada
Para não se atrasar.

Entra pela mata afora
E não ver nem um sinal
O seu desejo maior
Era ver o animal
E trazer para o patrão
E prendê-lo no curral.

O lugar que o boi  estava
Cavalo bom não subia
Imagine aquele pobre
Que sem força não podia
E a noite ia chegar
Era grande a porfia.

4

Foi no  pé deste serrote
Que Bio entra em desespero
Forçava o cavalo velho
E agia com destempero
Ele começou chorar
E gritar com exagero.

Ele tinha consciência
Que sozinho não podia
Trazer aquele animal
E sua ânsia crescia
Pois com medo do patrão
Sua tristeza se via.

Ele desce do cavalo
E se ajoelha no chão
Levanta as mãos pro alto
E faz uma oração
E pede ajuda Deus
Que lhe tenha compaixão.

Neste momento ele tem
Uma tremenda visão
Ver um homem luminoso
Com uma espada da na mão
O seu medo foi tão grande
Que se esparramou no chão.

5

Era um anjo do céu
Que veio lhe ajudar
Falou para ele assim:
“Você hoje vai voar
Vai levar aquele boi
E ao seu patrão entregar”.

Bio se monta no cavalo
Ainda com muito medo
E o anjo luminoso
Ali no pé do lajedo
Para mostrar ao menino
Qu’ele não era brinquedo.

Ele aponta a espada
E surge ali um clarão
O cavalo do menino
Vira um lindo alazão
E, além disso, duas asas
Que parecia um falcão.

Nesse momento o menino
Ainda muito assustado
Se segura no cavalo
Com medo e muito cuidado
E o bicho pegou voou
E Bio ali agarrado.

6

Foi subindo o serrote
Mais altura ele ganhava
Ele olhava para baixo
E tudo ali enxergava
E debaixo d’uma árvore
O garrote lá estava.

Ele controla o cavalo
E quando o garrote o ver
Sai correndo  disparado
E começa a descer
E Bio no cavalo alado
Faz só o boi rebater.

Bio controlava o garrote
Voando um pouco acima
Quand’ele se desviava
O cavalo se aproxima
O olhar de Bio agora
Era só de autoestima.

A carreira do garrote
Era veloz e tremenda
Da carreira qu’ele  deu
Foi parar lá na fazenda
E quando  entrou no curral
Era hora da merenda.

7

Quando Bio ia chegando 
Ainda sem ninguém ver
O anjo se aproxima
E ele vai lhe agradecer
Ele acena com a mão
E manda o menino descer.

O anjo diz para ele:
“Tudo volta ao normal!
Estou sempre por aqui,
Eis ai seu animal!”
E o cavalo feridento
Já não era jovial.

“Quando precisar de mim
Pode logo me chamar
Que eu posso quantas vezes
Seu cavalo transformar
Para você não sofrer
Ele sempre vai voar.”

De repente o anjo sumiu
E Bio chama seu patrão
Diz  que o bicho ‘stá preso
No curral do Espigão
E ele esbanjando folguedo
E este belo segredo

Bio guarda no coração.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Eu vi os seios da lua Por debaixo do lençol















Foi em uma madrugada
Qu’eu saí pra namorar
Com destino ao lupanar
E encontrei minha amada
Ela estava asseada
E brilhava mais que o sol
E quando abriu o girassol
Minha mente insinua
Eu vi os seios da lua
Por debaixo do lençol.

A lua é minha paixão
A noite é minha mulher
Eu seu qu’ela bem me quer
Em cima de meu colchão
Eu ouso e passo a mão
E ela acende o farol
Desenrola o cachecol
E sua beleza extenua
Eu vi os seios da lua
Por debaixo do lençol.

Eu namoro uma menina
Que de santa não tem nada
Ela é muito danada
Fez-me deixar a doutrina
Se eu não sei ela me ensina
Está sempre me beijando
E meu corpo alisando
Minha mão também atua
Eu vi os seios da lua
Quando estava namorando.

A lua é minha amada
Que guarda bem meus segredos
Debaixo dos arvoredos
Tenho a mais bela noitada
Rolo toda madrugada
E no amor vou sonhando
Ela vai me conquistando
E me diz: “sou toda sua!”
Eu vi os seios da lua
Quando estava namorando.

A lua é muito safada
E adora uma safadeza
Mostra sua afoiteza
E fica toda excitada
E quando ela está molhada
Sem pudor me cutucando
Meu fogo vai levantando
Ela pra mim ficou nua
Eu vi os seios da lua
Quando estava namorando.

A lua disse pra mim:
“Hoje sou a sua amante
Estou toda fumegante
E de amor estou afim
Vamos rolar no jardim
Que teu fogo eu abrando!”
E já foi me agarrando
E gritando: “não recua!”
Eu vi os seios da lua
Quando estava namorando.

© El Gorrión
Itatuba-PB
Nov/2016

terça-feira, 22 de novembro de 2016

DUELO DE POESIA NO GRUPO DO WHATSAPP AMIZADE POÉTICA















1º Estilo:sextilhas=Tema Ontem e hoje

GORRIÓN
Ontem eu era menino
Hoje  eu sou homem feito
Antes não tinha pecado
Hoje só tenho defeito
Das coisas que consegui
Muitas delas eu rejeito. 

 ANTÔNIO NASCIMENTO
Ontem eu tinha respeito
Hoje só tenho lembrança
Do meu tempo de escola
Brincado de ser criança
Ontem eu tinha um sonho
Hoje nem tenho esperança

GORRIÓN
Do ontem guardo  lembrança
Do que eu fui no passado
Quando papai me acordava
E me levava  Pra o roçado
Apesar do sofrimento
Me sinto realizado.

ANTÔNIO NASCIMENTO
Já fui muito apaixonado
Hoje não tenho amor
Se outrora eu sorria
Tudo isso virou dor
Ontem eu era feliz
Hoje sou um sofredor.

GORRIÓN
Ontem eu tinha um amor
Hoje só resta ilusão
Dos tempos bons que sonhei
Só restou recordação
Dos namoros de crianças
Qu’eu pegava só na mão.

ANTÔNIO NASCIMENTO
Eu morava no sertão
Hoje vivo na cidade
Tinha tudo que queria
Agora só a metade
Que tudo desmoronou
Por causa da vaidade.

2º estilo= décima setissílabas ou mote em sete
Mote: Mamãe chorou na partida/
            Quando deixei meu torrão


ANTÔNIO NASCIMENTO
Fui covarde ao partir
Da terra que me criei
Que muita gente deixei
Querendo comigo ir
Dava até pra desistir
Mas em busca de emoção
Eu peguei o estradão
Querendo uma nova vida
Mamãe chorou na partida
Quando deixei meu torrão.

GORRIÓN
Quando a chuva não vem
O camponês vai embora
Procurar uma melhora
A seca lhe faz  refém
Outra solução não tem
E abandono seu sertão
Seca-se a plantação
E o que resta é a despedida
Mamãe chorou na partida
Quando deixei meu torrão.

ANTÔNIO NASCIMENTO
Quando sai pela porta
Ela ficou na janela
Enxerguei nos olhos dela
Uma esperança morta
Eu fiquei fora de órbita
Ao partir seu coração
Viajei pra o Maranhão
Nem se quer fiz despedida
Mamãe chorou na partida
Quando deixei meu torrão

GORRIÓN
Eu deixei a minha casa
Em busca de aventura
Mas só enfrentei agrura
A precisão me deu asa
A tristeza me arrasa
Mas sai sem proteção
O meu pai me disse: não!
Mas meu desejo revida
Mamãe chorou na partida
Quando deixei meu torrão.

3º Estilo: Décimas decassílabas ou mote em dez
Mote:   O maior pregador da humanidade
            Foi pregado na cruz sem ter defesa

GORRIÓN
Jesus Cristo é o nosso salvador
Que nasceu na cidade de Belém
Sem riqueza,sem casa e sem bem
Perdoou o mais frágil pecador
Ele é grande em matéria de amor
E morreu pra nos dar a realeza
Onde tinha dúvida levou a certeza
E ao cativo ele deu a liberdade
O maior pregador da humanidade
Foi pregado na cruz sem ter defesa.

ANTÔNIO NASCIMENTO
Foi a ele entregada a missão
De levar a palavra entre fiéis
Abrandar todos os seres cruéis
Pondo Deus dentro do seu coração
Preservar o amor entre irmão
E mostrar que a vida tem beleza
Perdoar cada um que sem nobreza
Praticar qualquer uma atrocidade
O maior pregador da humanidade
Foi pregado na cruz sem ter defesa.

GORRIÓN
Os pastores hoje pregam por dinheiro
E são ricos morando em mansões
E dizem: “estou fazendo missões!”
Mas o seu alforje se enche primeiro
E desse modo existe muito caloteiro
Que só pensa em dinheiro e em riqueza
E passeiam entre a mais alta nobreza
E desconhece toda e qualquer humildade
O maior pregador da humanidade
Foi pregado na cruz sem ter defesa.

ANTÔNIO NASCIMENTO
Se eu pudesse faria uma assembléia
Ressaltando a Jesus de Nazaré
Pondo ali um empenho em minha fé
Pra aumentar o meu número de platéia
E depois de forma minha colméia
De abelhas humanas com certeza
Rogaria ao meu Deus dai-me destreza
Pra levar tua palavra na cidade
O maior pregador da humanidade
Foi pregado na cruz sem ter defesa.

5º Estilo: Galope a beira em desafio

ANTÔNIO NASCIMENTO
Agora eu mostro do que sou capaz
Cantando repente,sem perder o tom
Vou estraçalhar o El Gorrión
E ensinar pra ele como é que se faz,
Eu só me sossego quando esse rapaz.
Ficar só o pó,de tanto apanhar,
Eu vou lhe bater até me cansar
Sem ter intervalo e nem lhe dar trégua
que hoje eu monto e amanso essa égua
Nos dez de galope na beira do mar

GORRIÓN
Se tu és estudante, eu sou professor
Se tu és um gatinho, eu sou um leão
Se tu és um fusquinha, eu sou caminhão
Se tu és um espinho, eu sou uma flor
Você é escravo eu sou seu senhor
Não adianta, Antonio, tu me enfrentar
Eu sou caco de vidro,tu vai te cortar
Eu ganho na peleja, porque tenho dom
Respeite seu mestre, o El Gorrión
Nos dez de galope na beira do mar.

ANTÔNIO NASCIMENTO
Perdi a cabeça,fiquei estressado
E já peço Desculpas a quem ta presente
Mais eu vou matar esse indigente,
Que quer me vencer sem tá preparado.
Eu sei que não sou,assim afobado
Mas nesse momento resolvi ficar
Que não admito, alguém me humilhar
Pisando em meu nome sem ter o direito
Por isso poeta exijo respeito
Nos dez de galope na beira do mar.

GORRIÓN
Eu tenho a força que teve Sanção
A astúcia perversa que teve Caim
Deus me manda bater e poeta ruim
Que envergonha o povo de nosso Sertão
Em sabedoria ganhei pra Salomão
E vem você agora me desafiar
Vou bater com força e teu couro tirar
Eu não terei pena de ti moribundo
Meu verso é pipoco e o teu é imundo
Nos dez de galope na beira do mar.

6º Estilo: Despedida=décima setissílabas= Adeus até outro dia.

GORRIÓN
Este duelo foi bom
Mostrou nossa competência
Teve uma boa audiência
Com Antônio e Gorrión
Cantamos dentro do tom
Trouxemos só alegria
Quem gosta de poesia
Saiu daqui dando brado
Aos poetas, obrigado
Adeus até outro dia.

ANTÔNIO NASCIMENTO
Deixo aqui minha mensagem
Pra todos que estão
Ponham Deus no coração
Pra aumentar a bagagem
Não se iluda com bobagem
Versejem com alegria
Duelem com mestria
Mas não caiam no pecado
Aos poetas obrigado
Adeus e até outro dia

GORRIÓN
Meus parabéns aos poetas
Escritores, cordelistas
Amantes apologistas
Que são pessoas seletas
Nossas noites são repletas
De amor e poesia
A nossa face radia
E de vocês eu não esqueço
Aos poetas agradeço
Adeus até outro dia.

Os meus agradecimento vai para o poeta Antônio Nascimento que muito bem duelou comigo,ao poeta Francisco Evangelista que nós o consideramos nosso mestre e a toda platéia seleta que nos aplaudiram neste noite de poesia.






quarta-feira, 16 de novembro de 2016

PRODUÇÃO DA NOITE DOS POETAS DO GRUPO PROSDORE DO CORDEL
















Inda sou apaixonado
Por você minha morena.
Essa paixão me condena
A viver embriagado.
De teu beijo estou lembrado
Quando ainda estava aqui.
Nos teus beijos me perdi
E a solidão dissipou.
O tempo não apagou
O amor que sinto por ti.

Meu coração dilacera
Com tamanha ingratidão.
Teu amor é aguilhão 
Que machuca e desespera.
Estou em uma cratera,
Mas eu não vou  desisti.
Antes de me destruí,
Vou te mostrar que eu sou.
O tempo não apagou
O amor que sinto por ti.

O amor que’u  sinto agora
Nasceu  desde a mocidade
Vejo em ti minha metade
Que no meu peito ancora.
A saudade me devora
Tentando me destruí.
Sonho um dia usufruí
O que a mente planejou.
O tempo não apagou
O amor que sinto por ti.

Dos anos perdi a conta
De quando me apaixonei,
E dos beijos que provei
A lembrança me desmonta.
Tua falta me amedronta
Por saber que te perdi;
Não sei se vou resisti;
Se o romance acabou;
O tempo não apagou
O amor que sinto por ti.

© El Gorrión

Vinte anos se passaram
Desde aquela conversa,
Mas minha alma é dispersa
Por dores que maltrataram.
Feridas cicatrizaram,
Mas com outras me feri.
Por pouco sobrevivi
Pelo muito que maltratou,
E o tempo não apagou
O amor que sinto por ti.

Ainda quando criança
Brincando de inocência,
Sem o mal na consciência,
Como fruto da esperança.
Senti a sua voz mansa
Ressoando bem aqui,
No lugar onde nasci
E você me conquistou,
E o tempo não apagou
O amor que sinto por ti.

Eu não nego a ninguém minha origem
Sou da roça e nasci nesse sertão,
Cada calo gravado em minha mão
Denuncia a labuta e a vertigem.
Já queimei muita broca na fuligem
E fiquei sapecado no calor,
Fui nas noites de festa o cantor
E tirei muito leite ao amanhecer,
Se eu nascesse outra vez queria ser
"Nordestino, vaqueiro e cantador".

Muito cedo plantei a minha roça
Muito tarde ganhei meu aposento,
Muitas vezes guardei meu sofrimento
Num baú de esperança na palhoça.
O meu gado escapei com qualquer troça
Dei cardeiro queimado sem sabor,
E cantei os meus versos de clamor
Adulando a Deus para chover,
"Se eu nascesse outra vez queria ser,
Nordestino vaqueiro e cantador".

© Robson Renato

Pra existir um  passado 
Tem que quê viver um presente 
E o que passou entre a gente 
Me persegue lado a lado 
Meu peito tá deformado 
De um jeito quê eu nunca vi 
Desde que te conhecii  
Meu mundo se transformou 
E o tempo não apagou 
O amor que sinto por ti 

O que era só pra ser 
Um casinho e nada mais 
Tirou sossego e a paz 
Feis parte do meu viver 
Tentar não é esquecer 
Tentei mais não consegui 
E esse caso eu vivii 
Pra reviver ainda estou 
E o tempo não apagou 
O amor que sinto por ti

© Francisco  evangelista

Foi seis anos de namoro
Com bastante alegria
E mais três de euforia
Por causa do desaforo
Tu pra mim foi um agora
E ainda não te esqueci
No momento que te vi
Meu coração palpitou
"E o tempo não apagou
O amor que sinto por ti".

Se  soubesse que duia
Eu não teria aceitado
Um Namoro conturbado
Sem amor,sem companhia
Na hora que tu partia
Eu ficava à sorri
Mais depois eu percebi
Tudo que você passou
o tempo não apagou
O amor que sinto por ti

© Antônio Nascimento

Não há borracha que apague
Quando o amor é bem escrito
Anote o que eu tenho dito
Se não for certo me largue
Do contrário me afague
Me ponha junto de ti
Que longe muito sofri
E a distância não matou
E o tempo não apagou
O amor que sinto por ti

© Kleber Araújo

É verdade que andei
A procura de alguém
E parece que não tem
Em outra o que achei
No amor lubrifiqueí 
Meus olhos quando te vi
A emoção que senti
Que até me arrebatou
O tempo não apagou
O amor que sinto por ti.

© Gil Martins

Estou eu  no princípicio 
No balança mais não cai
Essa paixão que não sai 
E esse amor não propício 
Já passou por sacrifício 
Mais do meu peito não passa 
E  o meu sorriso disfarça 
E só nos olhos que clamo 
A mulher quem tanto amo 
Não me quer mias nem de graça 

© Francisco evangelista

Andei pelo mundo inteiro
procurando uma saída 
para deixar essa vida
de cantador violeiro
sem viola e sem pandeiro
tudo na vida senti
voltei para o Cariri
minha vida não mudou
"O tempo não acabou
o amor que sinto por ti".

A vida foi muito ingrata
quando me deixou distante
dessa mulher elegante
que me amou lá na Prata
foi numa distante data
que lhe fiz uma trapaça 
hoje até canto na praça
querendo mudar de ramo
"A mulher que tanto amo
não me quer mais nem de graça".

Boto a culpa no destino
que não fez nada por mim
quando floriu meu jardim
me impôs um desatino
amava desde menino
aquela menina massa
aconteceu a desgraça 
destruidora de plano
"A mulher que tanto amo 
não me quer mais nem de graça ".

Eu pensei quando a vida me daria
o que sempre me deu meu velho  bom
mas a música tocou num outro tom
que já mais eu pensei que existia
quem na vida viveu de fantasia 
e encontra no mundo outra lição 
só encontra outros pais sem dar perdão 
sem amor, sem carinho e sem verdade
"Capotei o meu carro da saudade
no buraco profundo da ilusão".

Minha vida era cheia de alegria
de riqueza prazeres devaneios
sem medir nem saber qual eram os meios
mas um dia acabou a fantasia
eu fiquei sem saber o que faria
adentrei de repente em contra mão 
sem saber de perigo nem razão 
fui pedir a Jesus por caridade
"Capotei o meu carro da saudade 
no buraco profundo da ilusão".

A mulher de minha vida
decepcionou-se comigo
me aplicou um castigo
numa regra desmedida
faz a nossa despedida
me acusando de trapaça 
hoje me sinto a carcaça 
 de juelhos me esparramo
"A mulher que tanto amo 
Não me quer mais nem de graça".

© Pedro Rômulo

Fiz juras sem juramento
De nunca lhe abandonar
E ela a acreditar
Em meu falso juramento
Brinquei com o sentimento
De quem me acolheu na praça
Mas, na força da cachaça
seu nome ainda chamo
"A mulher que tanto am
Não me quer mais nem de graça".

Viajei nesse amor inconsequente
Dei carinho sem em troca receber
Tirei forças de onde o meu ser
Nem sabia que era existente
Feito um pobre menino inocente
Eu corri no terreiro da paixão
Machuquei meu sofrido coração
Quando vi que era tudo falsidade
"Capotei o meu carro da saudade
No buraco profundo da ilusão".

© Antônio Nascimento


No começo foi sucesso 
Era eu um grande vate
Tinha casa, porto, iate
E não perdia congresso.
Aí veio o retrocesso...
Não levantava mais taça,
A fama virou fumaça,
Igual o fogo no ramo
E a mulher que tanto amo
Não me quer mais nem de graça. 

Quantas vezes papai se condição 
Trabalhava em prol do meu estudo 
Igualmente a ele, eu também tudo,
Sempre fiz para minha educação. 
Hoje eu estou longe do sertão 
Consegui me formar e ser doutor
Mas a mente do homem sonhador
Trás guardado ainda três querer
"se eu nascesse outra vez queria ser
Nordestino, vaqueiro e cantador".

© Alan França

Eu não sinto inveja de ninguém
Que nasceu lá no sul ou no sudeste
Sou feliz por nascer no meu nordeste
Nessa terra que amo e quero bem.
Alegria reside aqui também
Se engana quem chama “sofredor”
Esse povo que tem muito valor
E que canta pra dor ele esquecer
Se eu nascesse outra vez queria ser
Nordestino, vaqueiro e cantador.

© Roberto Celestino

Ponha o traço no "I" formando um "T"
E depois o conduza pra direita
Que um "L" será Letra perfeita
E esse "P" de perfeita vira "b".
O correto é marcar sempre com "C"
E o errado com "E" numa questão. 
Todo ser partirá e a transição
Dessa vida sem "V" indica ida,
E o parti com "da" vira partida
E pra o céu ninguém vai de avião!
.
© Andrade Lima