terça-feira, 28 de julho de 2015

MULHER

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Quero abrir o meu cordel
Para homenagear
A mulher com muito amor
Este ser único, singular,
Pois dia oito de Março
Quero só comemorar.

Este ser que Deus criou
Qual uma flor no jardim,
Tem a essência de anjos
E a força de um querubim.
Seu amor é de santa
Sua voz encanta a mim.

A você que é mulher
Que possui a alma sincera,
Com o teu lindo sorriso
O amor nasce e logo gera
Em tudo põe seu amor
Onde a maldade impera.

Mulher nasceu pra vencer,
Pra colorir nossa vida.
A terra sem este ser
Seria aborrecida
E este presente de Deus
É sempre bem acolhida.

Mulheres sempre guerreiras
Encantadoras, geniais
Amáveis, lindas e meigas
Mostrando potenciais.
Mães com mãos batalhadoras
Todas são essências.

A mulher com sua força
Lutou e teve conquistas
Posso vê-la em todo canto
Na política, na arte e nas pistas.
Com a força de sua coragem,
Eis as vitórias feministas.

A mulher é bem-querer,
Universo de carinho.
É luz na escuridão,
É o sol no meu caminho,
Este pedaço de costela
Voa feito passarinho.

Este ser que Deus criou
E dotou-a de beleza,
E a flor mais perfeita
Que adorna a natureza.
Botou seu charme no mundo
Com seu dom da esperteza.

A mulher é ser pensante.
Tem talento e coração.
Conquistou o seu espaço
No tear desta nação.
Hoje pode gritar alto
Com liberdade expressão.

A mulher tem competência
Na política, na cultura
Na cozinha,no caráter
Na ciência e na ternura.
E quando se torna mãe
Aí ninguém lhe segura.

Mulheres são sonhadoras.
Querem na vida vencer,
Tem um toque delicado,
O que faz é com prazer
Consegue se superar
 E faz tudo acontecer.

A mulher sempre está pronta
Pra a vida encarar,
Não abre mão da vitória,
Você pode apostar
O país precisa dela
Para poder avançar.

Mulher é inspiração,
Não é pra ser humilhada
Com seu sorriso brilhante
Merece ser adorada,
Pelo que ela conquistou
Precisa ser mais amada.

O universo feminino
Ganhou voz, vez e espaço.
Acabou o preconceito,
Foi desatado o laço
E achou um novo caminho
Com vida, sem embaraço.

Mulher é só emoção,
Competente no que diz
Não é mais a coitadinha
Já dirige este país
Marcando sua trajetória
Faz o homem mais feliz.

Pra mulher, concedo honra
E tiro até meu chapéu,
Reverencio com orgulho
O teu valor de laurel
Receba com alegria
Flores, amor e cordel.


ALMA GÊMEAS



Deus fez você para mim
E pra sempre vou te amar.
Dedicar a minha vida
E não deixar se acabar.
Vou zelar por este amor
Com carinho e muito humor
Nada vai nos atrapalhar.

Deus nos fez um para o outro
Pra vivermos em união!
És pra mim como uma flor
Que exala meu coração!
Pra sempre serei feliz;
É coisa que sempre quis
Viver ao teu lado, emoção!

Foi belo o nosso encontro,
E receber-te em meus braços.
O Santo Espírito guiou
E nos uniu em fortes laços.
Juntos, agora caminhamos;
Não há empecilho, se nos amamos;
E confraternizamos com abraços.

Teus passos serão meus passos;
Estarei sempre ao teu lado
Sentindo teu doce perfume
E no teu amor abrigado.
O pensamento sempre em nós;
Ouvir sempre a tua voz:;
“Eu só sou do meu amado.”

Deus te fez uma jóia rara,
Formosa e cheia de brilho!
Resplandecente com a luz
Tuas qualidades empilho.
És bela, és doce, és pura;
És arte em minha moldura;
Minha canção, meu estribilho.

Amada minha, de ti espero
Afeto, frutos e paixão.
Com Deus sempre ao nosso lado
Dando sua inspiração.
Que tenha bastante harmonia
Compreensão, paz, alegria,
Prazer e sustentação.

O meu sentimento por ti!
Palavras não podem expressar!
Um gesto, uma ação, um carinho
Talvez dê pra demonstrar.
Com a orientação de Jesus,
Brilharemos como a luz,
Seremos um casal exemplar.

Nunca vou te decepcionar;
Tratar-te-ei com todo amor;
Pode sentir segurança
E esperança no Senhor.
Pra sempre és meu bem-querer;
Ao teu lado sonhei viver;
Com determinação e temor.

És linda como uma pomba;
Teu cheiro semelhante à flor;
Eu a escolhi em um jardim;
E escolhi com muito amor;
Admiro tua formosura,
Teu jeito, tua postura,
Teu abraço é só dulçor.

És formosa entre as mulheres;
És a mulher mais amada.
Merece toda atenção,
Vencer e ser realizada.
O meu desejo está em ti;
Teu valor excede a rubi;
Minha fiel desejada.

Que bonita aliança!
Assim o Senhor nos uniu.
Vivendo de braços dados
O nosso amor ressurgiu
De Deus teve aprovação
A nossa bela união
E com sua unção nos ungiu.

Amar-te não é um sonho,
É pura realidade.
Sei o que sentes por mim,
Um amor puro de verdade.
Não te esqueço um só momento
E este doce sentimento
Levarei pra eternidade.


Pádua Gomes Gorrión
Itatuba-PB
27/07/2015

sábado, 25 de julho de 2015

UMA NOITE NÃO É NADA PRA DORMIR COM MEU AMOR


Quando o dia amanheceu
Me bateu  uma saudade
Também fiquei  com  vontade
O meu fogo acendeu
Meu coração derreteu
Senti no corpo um queimor
Aumentou o meu fervor
De ver logo minha amada
Uma noite não é nada
Pra dormir com meu amor.

Em uma noite de frio
Eu só durmo agarradinho
Dou a ela meu carinho
E não sinto arrepio.
Vejo seu corpo macio,
Cheiroso igual à flor
Me embriago em seu olor
E rolo a madrugada
Uma noite não é nada
Pra dormir com meu amor.

Quando eu chego em casa
A convido para a cama,
Ela vem e não reclama
E comigo extravasa
Seu corpo feito uma brasa
Dispensa o cobertor
Beijo ela com dulçor
E  a deixo exitada
Uma noite não é nada
Pra dormir com meu amor.

A minha amada é bonita
Mais parece uma boneca,
Mas na cama é sapeca
Sua boca me excita.
A desejá-la me incita
Me provoca sem pudor
Libera pra mim a flor
E eu vou à galopada
Uma noite não é nada
Pra dormir com meu amor.

 Chego em casa cansado
Ela vem me receber
Me abraça com prazer
E me chama de amado
Fico um tempo abraçado
Aí me chega o humor
Sinto o cheiro da flor
Eu dou-lhe uma cantada
Uma noite não é nada
Pra dormir com meu amor.

Vem pra meus braços, morena,
Hoje eu quero se feliz!
Agarro em seus quadris
 E fantasio uma sena
Penso coisa obscena;
Ajo feito um predador;
E debaixo do cobertor
Vivo uma boa noitada
Uma noite não é nada
Pra dormir com meu amor.

Nos braços d’uma donzela
A noite é uma festança
Ela se despe e dança
E pelada é mais bela
Com carinho se revela
Seu olhar é sedutor
Sua pele é só frescor
Deixa  logo se tocada
Uma noite não é nada
Pra dormir com meu amor.

Minha ‘nega’ é carinhosa
Com ela tenho prazer
Para sempre vou viver
De maneira esplendorosa
Gosto quando el’é maldosa
Que  me beija com ardor
Como sou conquistador
A chamo pr’uma pousada
Uma noite não é nada
Pra dormir com meu amor.

Mote:Oliveira de Panelas
Glosas:Pádua Gomes Gorrión


quarta-feira, 15 de julho de 2015

TOADA DO VAQUEIRO APAIXONADO

Sou poeta popular
Itatuba é meu lugar
Deixe eu me apresentar
Pádua Gomes, sou chamado
Sou poeta professor
Um vaqueiro aboiador
E o peito ardendo por
Mulher é festa de gado.
  
Sou poeta apaixonado
E um vaqueiro letrado
Das mulheres sou amado
Sou seu admirador
Gastei toda minha grana
No cabaré e na cana
Com uma mulher leviana
Que me negou seu amor. 

Nas ruas perambulando
Levo a vida chorando
Daquela ingrata lembrando
Lamentando a triste sorte
Ela é bandida e ingrata
O seu desprezo me mata
Estou feito um vira-ata
Só esperando a morte.

O desprezo é meu recinto
Do seu amor sou faminto
Vou acabar sendo extinto
Vivo na maior sofrência
É grande o meu abandono
Pareço um cão sem dono 
Não durmo, não tenho sono
Perdi minha referência.

A saudade me angustia
Não sinto mais alegria
O teu amor me alforria
A minha vida é sofrer
Me afoguei na bebida
Destruí a minha vida
Por causa de tu, fingida
Não paro mais de beber.

Tornei-me um moribundo
Meu desgosto é profundo
Não te esqueço um segundo
E grande a minha emoção
Com as lágrimas me alimento
Abranda meu sofrimento
Respeita meu sentimento
De amor e de paixão.

Amei muito, estou perdido
E não fui correspondido
Vivo no mundo iludido 
Fantasiando o amor
Alimentando meu sonho
Vou caminhando tristonho
E num desprezo medonho
Aumenta mais minha dor.

Já perdi as esperanças
Guardo somente as lembranças
O cheiro de suas tranças 
Exala em meu nariz
Saudades de seu abraço
Do repouso em seu regaço
Hoje estou só o bagaço
Num sofrimento infeliz.

Eu amei sem ser amado
Não passo de um coitado
Sou um vaqueiro desprezado
É triste sofrer assim
Já não janto, não almoço
Quero comer e não posso
Sou considerado um troço
Que já está chegando ao fim.

Termino essa toada
Com minha vida arruinada
Por causa de uma amada
É que eu estou sem caminho
Sou o assunto da praça
Me afoguei na cachaça
E ela achando graça
Por me negar seu carinho.

Pádua Gomes Gorrión
Itatuba-PB
29/06/2015

NOS BRAÇOS DE UMA MORENA SINTO-ME REALIZADO



Gosto muito de mulher
E não importa sua cor
Quero delas o amor
Claro, isto é mister
Mas faço o qu’ela quiser 
Porque delas sou amado
Vejo seu corpo banhado
Fantasio uma sena
Nos braços de uma morena
Sinto-me realizado.

A morena é diferente
O seu corpo tem quentura
Abraço a sua cintura
Sinto que está ardente
Sua face reluzente
Deixa o homem excitado 
Ela exibe o rebolado
O seu cheiro envenena
Nos braços de uma morena
Sinto-me realizado.

A morena cheira a flor
Ela é mais carinhosa
Na sedução é caprichosa
E mais linda é a sua cor
Sua boca tem sabor
Seu olhar é alvoroçado
Sonho com uma ao meu lado
Pra fazer coisa obscena 
Nos braços de uma morena
Sinto-me realizado.

A sua pele macia
Cada vez mais me cativa
E o seu jeito motiva 
A pensar na fantasia 
Minha alma inebria
Sinto meu corpo açoitado
O coração acelerado
E ela com um olhar acena
Nos braços de uma morena
Sinto-me realizado.

Uma morena atraente
Já tentou me conquistar
Dizendo: ”Quero te amar”
E despiu-se em minha frente
A visão foi excelente
Eu fiquei arrepiado
Quando me vi ali deitado 
Apalpei a açucena 
Nos braços de uma morena
Sinto-me realizado.

Em uma noite de lua
Curtindo minha paixão
Tocando em meu violão
Ela chega e se insinua
A imaginação flutua
Ela senta do meu lado
E começa um cochichado 
Com a voz meiga e serena
Nos braços de uma morena
Sinto-me realizado.

Eu já estava dormindo
Sozinho na minha cama
Ela tira meu pijama
E na cama vai subindo
Dizendo: “você é lindo!”
“Seja hoje meu tarado”
Já me senti preparado
Ela não teve de mim pena
Nos braços de uma morena
Sinto-me realizado.

Quando vi seu corpo nu
Senti uma excitação
Ela expôs a sedução 
E foi quebrando o tabu
Com cheiro do xampu
Fui ficando embriagado
Num movimento acelerado
Ela com vigor coordena
Nos braços de uma morena
Sinto-me realizado.

Uma mulher sedutora
Seu encanto alucina
Ela quebra a rotina 
Com uma ação criadora
Na cama é transgressora
Pra seduzir seu amado
Que fica hipnotizado 
A relação oxigena
Nos braços de uma morena
Sinto-me realizado.

Nas madrugadas a fora
Debaixo do seu lençol
Nem vejo sair o sol
Chego a perder a hora
Quanto mais ela namora
De suor fico banhado
Declaro o dia feriado
E fico em quarentena
Nos braços de uma morena
Sinto-me realizado.

Pádua Gomes Gorrión
Itatuba-PB
06/05/2015

terça-feira, 14 de julho de 2015

MEUS LIVROS...


O livro "Meus sonetos e outros poemas" é uma obra atual que através de uma linguagem simples aborda os sentimentos.Nos sonetos, percebemos como o eu poético trata das ciosas relacionadas ao amor, à paixão, a ilusão, aos infortúnios da vida e do erotismo. O seu eu poético é um romântico que deseja viver aventuras de amor, mas que também sofre das intempéries da solidão, do desprezo e das desventuras. O maior desejo dele e conhecer o universo feminino para dar o tiro certeiro como escreveu no soneto Mistério feminino.

https://www.clubedeautores.com.br/book/190075--ITATUBA_EM_VERSO#.VaWVDPlD3IV


O livro Cordel erotizado é uma obra atual que através de uma linguagem simples aborda em estrofes de literatura de cordel erotismo, amor e sentimentos. O autor aborda o erotismo sem vulgarização de modo a excitar o leitor e também o fazer ri, pois há poemas que o autor aborda erotismo com humor. Há poemas mais caliente e seu objetivo e levar o leitor viajar no mundo da fantasia sexual. As palavras sensualizadas estão em toda a obra.

https://www.clubedeautores.com.br/book/189171--CORDEL_EROTIZADO#.VaWVkflD3IU


O objetivo deste livro é analisar os benefícios do gênero discursivo literatura de cordel como sendo importante nas aulas de língua portuguesa e mostrar que ela apresenta formas específicas de manifestações da linguagem e que este gênero discursivo nas mãos de professores no âmbito escolar trará muitos benefícios para os alunos no que tange ao ensino e aprendizagem da língua,como também na aquisição de conhecimentos sociais,culturais e histórico.

https://www.clubedeautores.com.br/book/188809--LITERATURA_DE_CORDEL_UM_GENERO_DISCURSIVO_A_SERVICO_DO_ENSINO_DA_LINGUA_PORTUGUESA#.VaWV3_lD3IU


O livro traz fragmentos,retalhos da história de Itatuba-PB em literatura de cordel.Uma leitura gostosa,prazerosa e cheia de humor e encantos,além de conhecimentos.Aborda os aspectos geográficos,históricos,culturais e pessoais de um povo que se perde em meio a devassidão do tempo.

https://www.clubedeautores.com.br/book/190075--ITATUBA_EM_VERSO#.VaWWf_lD3IU

domingo, 12 de julho de 2015

QUEREM RASGAR A MEMÓRIA DE ZÉ LINS, O ESCRITOR.



APRESENTAÇÃO


Este é um Cordel coletivo que repudia a descaracterização do prédio onde estudou o grande escritor brasileiro, José Lins do Rego, na cidade de Itabaiana, Estado da Paraíba, composto pelos acadêmicos da ACVPB, para o grande recital que aconteceu na 3ª plenária da Academia de Cordel do Vale do Paraíba, no dia 11 de julho, no auditório da Academia Paraibana de Letras. O Cordel foi idealizado pelo poeta e presidente de Academia de Cordel do Vale do Paraíba, Sander Lee.
O tema da nossa plenária que ocorreu no sábado, dia 11 de julho de 2015, a partir das 14:00 horas, na ACADEMIA PARAIBANA DE LETRAS, foi QUEREM RASGAR A MEMÓRIA / DE ZÉ LINS O ESCRITOR, em defesa do prédio onde estudou o escritor José Lins do Rego, em Itabaiana, que estão derrubando.
Foram convidados alguns membros do IPHAEP, o Secretário de Cultura do Estado da Paraíba e o Presidente da Academia Paraibana de Letras, para que, juntos, mobilizemos a sociedade contra essa afronta à memória cultural do grande escritor paraibano.
A pesquisadora Beth Baltar falou a respeito das informações que facilitam a catalogação dos poetas Cordelistas.

Sander Lee


(Presidente da ACVPB)



Li Menino de Engenho
Do escritor de Pilar
Conhecido além-mar,
Pois escreveu com empenho
Defendê-lo hoje venho
Porque sei que tem valor
Escreveu com resplendor
Viveu momentos de glória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Um ícone da literatura
Escreveu o ciclo da cana;
Estudou em Itabaiana;
Era homem de cultura
Viveu a magistratura
Foi famoso escritor
Do engenho corredor
Seguiu outra trajetória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Foi um grande romancista
O neto de seu Paulino
Um orgulho nordestino
Ponho em primeiro na lista
Escritor regionalista
E um grande pesquisador
Merece respeito e amor
Porque ele tem história
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Aqui faço um apelo
Ao povo de Itabaiana
Esta cidade bacana
Pra que tenha amor e zelo
É de arrepiar cabelo
Esta ação de desamor
Há um mau destruidor
Apagando nossa história
Querem rasga a memória
De Zé Lins o escritor!

Agradeço aos cordelistas
Desta amada academia
Que escreve com alegria
Todos são fiés artistas
Sejamos mais otimistas
Quem dá a arte valor
Vamos gritar sem temor
“Riscaram a nossa história!”
Querem rasga a memória
De Zé Lins o escritor!

© Pádua Gomes Gorrión

Como filho de Pilar
Da terra de Lins do Rego,
Desfrutando de aconchego
Hoje aqui neste lugar,
Eu não posso me calar
Diante deste clamor,
Vendo tanto desamor
Por quem marcou a história,
Querem rasgar, a memória
De Zé Lins, o escritor!

O Instituto onde estudou,
Do Professor Maciel,
Hoje está um escarcéu,
Parte já se derrubou!
O pouco que lhe restou
Espreita o demolidor
Pra seu “progresso” interpor,
Mas tudo isso é vanglória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor!

O prédio que foi cenário
De seu romance Doidinho,
Em outro Estado vizinho
Seria um gran relicário;
Mas aqui se vê o contrário,
Querem negar seu valor,
Passar por cima o trator,
Como se fosse uma escória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor!

© Antonio Costta

Se a história morresse
Grandes homens do passado
Não seriam eternizados
Por alguém que escrevesse
Talvez o homem esquecesse
De sua historia, o autor
Mesmo sem ódio ou rancor
Mude sua trajetória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor

Vi o menino de engenho
Comendo uma bananeira
Numa cena bem ligeira
Daquele filme ferrenho
Na memória ainda tenho
Lembranças daquele ator
Que com gloria e com louvor
Interpretou a historia
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor

Com uma força tamanha
Das águas de uma maré
O Fogo Morto de Zé
Queimou as minhas entranhas
Foram sensações estranhas
Que tive lendo o autor
Pois escrevia com amor
A vida na sua historia
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor

© Walter Mario da Luz

Pensando sobre o mundo
Queria ser estrangeiro
E não ser mais brasileiro
Sem desgosto tão profundo
De outra nação oriundo
Da história conhecedor
Pra não ter que viver a dor
Contra ação tão vexatória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Digo isso com tristeza
Pois eu amo minha terra
Mas se fosse na Inglaterra
Em Paris ou em Veneza
Onde a arte é riqueza
Para um povo que é leitor
Louvado seria esse autor
Conhecida sua glória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

A esse eterno menino
Lá do engenho Corredor
De romance um contador
Com seu sangue nordestino
De estilo repentino
De Pilar um descritor
Lutarei por seu valor
Pra lembrar sua trajetória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

©Renaly Oliveira

No banco que sentou o mestre
Tem memória incrustada
A carteira bem lustrada
Esconde um ar campestre
E o saber que a investe
Tem dote e tem valor
Tem cor, brilho, tem olor
E dar o tom da história
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.
.
Eu aqui vou reclamar
Desse ato tão insano
Que escapa a qualquer plano
É ilógico estudar
Quem deseja derrubar
Com força, com desamor
Um espaço de valor
Com destinação inglória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins,o escritor.
.
Se eu fosse o responsável
Por este prédio bacana
Não trocava por banana
Um lugar tão agradável
Eu seria razoável
Em atenção ao valor
Daria o meu amor
Para burilar a história
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

© Josafá de Orós

Eu estou acabrunhado
Com notícia tão tirana
Que na nossa Itabaiana
Ta quase tudo acabado
É a foice e o machado
Derrubando muro e flor
Até a santa no andor
Ta pedindo precatória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

No antigo Instituto
Do professor Maciel
Formava-se o bacharel
E o poeta impoluto
Sendo assim eu repercuto
Esse atentando, um horror!
É muita falta de amor
Essa ação predatória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor

Já derrubaram sem pena
A casa de Marieta
Uma prefeita cruzeta
Foi autora dessa cena
Uma questão obscena
Demonstrando o despudor
Temos pouco defensor
Para ação conservatória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

© Fabio Mozart

“Moleque Ricardo” vem
Acender o “Fogo Morto”
O meu pensamento torto
Viaja naquele trem
Os “Cangaceiros também
Se embalam nesse vapor
E vem com todo estupor
Pôr cobro nessa escória
Que quer rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Para sempre na lembrança
Ficaram “Meus verdes anos”
“Doidinho” não causa danos
“Pureza” lembra a criança
“Banguê” já teve pujança
O “Riacho doce” sabor
Riquezas de um contador
Legado pra nossa história
Ninguém rasga a memória
De Zé Lins,o escritor.

Senta na “Pedra bonita”
O “Menino de engenho”
“Usina” requer empenho
Para vencer a desdita
A “Água mãe” que agita
“Eurídice” retrata a dor
A obra do grande autor
Já alcançou a vitória
Não rasgarão a memória
De Zé Lins, o escritor

© Luciene Soares

Grande vergonha e nojo
Desfazer da criatura
De memória e cultura
De quem podemos falar
Escritor que posso orgulhar
De dá atenção valor
Ignorante do terror
Quer apagar a história
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Itabaiana sem amor
Zé Lins querem desabrigar
Sem cultura quer brigar
Mas tem gente que condena
Quem destrói falta pena
E ter pena e calor
Para poder dá valor
Monumento e história
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

A casa que o escritor
Antes recebeu lição
Estão botando no chão
E uma parede já partiu
Que chega o brilho saiu
Do escritor bem doutor
De Maciel professor
Foi-se também a história
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

© Antônio Marcos G. Monteiro

José Lins é de Pilar
Cidade paraibana,
Mas foi em Itabaiana,
Que veio se aprimorar
Na leitura, pra embarcar,
Nesse mundo promissor
Foi poeta e promotor,
E assim entrou pra história;
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

A questão que se apresenta
Mais parece um pandemônio;
Destruir um patrimônio
Da história, a gente lamenta;
Aquele prédio que ostenta,
Um passado acolhedor,
Não deve se decompor,
De maneira aleatória;
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Um nome considerado
Um vate reconhecido,
Um escritor bem polido,
Que orgulhou seu estado;
Preservar esse legado,
E demonstrar seu valor,
Não é fazer-lhe favor,
Mas, sim conferir-lhe glória;
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Aonde o aprendizado
De José Lins teve início,
Sabemos q’esse edifício,
Está pra ser derrubado;
Era pra ser restaurado,
Com carinho e com amor,
É sábio qualquer gestor,
Que age de forma notória;
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

© Carlos Aires

No céu que cobre Pilar
Nasceu uma grande estrela
Iluminando a janela
Da cultura no lugar
Do Rego, do Rio ao mar
Nos legou grande valor
Mostrando a todo vapor
Os relatos da história
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Escreveu com muito empenho
Sapiência e sutileza
A vida e a natureza
Do Menino de Engenho
Fazendo quase um desenho
Do Engenho Corredor
Deu muitas lições de amor
Sem precisar palmatória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Na cidade Itabaiana
Estudou nos Verdes anos
Aprendeu traçar os planos
Em meio ao ciclo da cana
Sua escrita é soberana
Nos romances de valor
Riacho Doce é amor
Uzina e Pureza é glória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Seus escritos formam um Rio
Nos maiores aguaceiros
Ao escrever Cangaçeiros
Água-mãe num desafio
O Fogo morto é sombrio
Eurídece o drama e a dor
Totonha é um esplendor
No contar da sua História
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Esse tema desafia
E põe a cultura em xeque
Mais eu vou abrir o leque
Conclamando a Academia
Como escudo de água fria
No vulcão devorador
A defender esse autor
Na certeza da vitória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

© Thiago Alves

Foi “Doidinho” ambientado
Nas ruas de Itabaiana
Essa novela humana
Fez Maciel consagrado
Por ele ter ensinado
Ao filho do Corredor
Porém agora essa dor
Da atitude vexatória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Em Porto Alegre se guarda
A Casa Mário Quintana
Porém em Itabaiana
Que já viveu na vanguarda
Usa-se a alabarda
O contrassenso agressor
O laivo destruidor
D’uma alma merencória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Do autor d’A Bagaceira
Preserva-se a sua casa
E nela o povo extravasa
Na intelectual bandeira
Que vai abrindo clareira
E forjando o pensador
Na Itabaiana, doutor,
Numa ação compulsória,
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

O seu “Menino de Engenho,
“Doidinho”, também “Banguê”
Eu pergunto a você
Onde acharão empenho?
Por isso que pedir venho
Ao IPHAEP um favor:
Não deixe o destruidor
Macular nossa história
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

© Sander Lee

Desprovido de cultura
São esses ricos de tédio
Que querem acabar o prédio
Destruir sua estrutura
Quem e leigo não procura
Saber qual e o valor
Confunde mal com amor
Cospe em cima da historia
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Esse escritor do passado
Tem seu valor alegórico
Todo patrimônio histórico
Merece ser respeitado
Todo gênio e consagrado
Por que tem mérito e valor
Não vejo destruidor
Que mude essa trajetória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

© Biu Salvino

A cultura se fortalece
Na base da união
Passando de geração
E a vida enaltece
Pois o artista merece
De ter assim mais valor
A arte dispõe seu amor
Na queda ou na vitória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor

© Poeta Esperantivo

Nessa hora me atenho
E mando meu aconchego
Para José Lins do rego
Faço a estrofe e resenho.
O Menino de Engenho
Retrata o agricultor,
Outro livro de valor
Fogo Morto faz história.
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Esse filho de Pilar
Do solo paraibano,
Sendo grande ser humano
Temos que homenagear.
Pra ele vou declamar
E carregar seu andor.
Admiro esse senhor,
Seu estilo e oratória.
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Falou no ciclo da cana
E no trabalho rural
Sua obra magistral
Foi da Usina a savana.
Falar nele me ufana,
Dele serei defensor.
Quem quiser se contrapor
Não alcançará vitória.
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Quem pensa que é proeza
Omitir-lhe sem porquê,
Não sabe o que é Banguê
Nem Usina, nem Pureza.
Vamos fazer a defesa
Sem mágoa, sem dissabor,
Ele foi possuidor
De bonita trajetória.
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Na Paraíba nasceu,
Em Recife residiu.
Para o rio ele partiu
Onde por lá faleceu.
Tudo quanto escreveu
Foi com esmero e amor,
Autêntico trabalhador
De atuação notória.
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

© Eduardo Viana

Eu amo a literatura
Nela encontro aconchego
As obras de “Lins do Rego”
Têm em si magistratura
É um leite sem mistura
De excelente sabor
Que alimenta o leitor
De uma forma elevatória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Calcei o par de esporas
Tomei dois dedos de vinho
E fui reler o “Doidinho”
Pra tirar os “noves-foras”
Passei a contar as horas
Pra defender o mentor
Dessa obra de valor
Como causa obrigatória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Lendo “Usina” com empenho
Sentimos o cheiro da cana
De Pilar à Itabaiana
Muito pouco muda o cenho
“Doidinho” luta ferrenho
Se contrapondo ao “Doutor”
“Banguê” narra outro fator
Da força em declinatória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Como quem persegue um touro
Na jurema e caruá
Sem medo do mangangá
Eu topo esse desaforo
Que “Lins do Rego” é o ouro
Como grande preletor
De todo aquele leitor
Da boa escrita notória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins o escritor.

Tomei o laço na mão
De corda de couro cru
Pra laçar esse zebú
Que quer botar “Zé” no chão
Montado em meu alazão
Derribo o mandingador,
Pois sou admirador
Dessa bela trajetória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

© Thiago Alves

É, meu fíi; isso é Brazí;
Nada aqui me surpreende.
Tanto taivêiz e depende,
Faiz a gente sucumbi.
Minha Natá-RN, meu Carirí-PB,
A terra qui me adotô,
Disabafo, meu sinhô;
Zé Llins do Rêgo é históra,
Quere rasgá a memóra,
De Zé Lins, o iscritô...

© Bob Motta

Quando ia se banhar
Lá no rio Paraíba
Aquele grande escriba
Buscava se inspirar
Nas paisagens do lugar,
Do engenho corredor,
Mostrando o seu valor
Alcançou a sua glória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Aquele prédio escolar
Onde Zé Lins estudou
Foi lá onde abraçou
E começou se letrar
Valorizando o lugar
Merece todo louvor,
Ao destruir sinto dor,
É acabar com história
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Estão querendo acabar
O nome de um baluarte,
Um escritor que na arte
Não se pode ultrapassar,
Do engenho de Pilar
Voou feito um condor
No  engenho Corredor
Viveu momentos de glória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Estudou em Itabaiana,
Este escritor afamado
Prá nós deixou um legado
Literatura bacana,
Contou o ciclo da cana
Por isso faço um  clamor
A quem for destruidor
Faço essa rogatória
Querem acabar com a história
De Zé Lins, o escritor.

© Carlos Alberto Rodrigues

Repare o que estão fazendo:
Meu compadre José Lins
Honrado até os confins
Hoje aqui está padecendo
De agravo vil e horrendo
Por um tal usurpador
Que enegrece o alvor
De dourada trajetória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Não derrubem a escola
Onde a arte começou!
Pois se o bordão apeou
Não se ouve mais a viola
Em vez disso a padiola
Tal qual fúnebre andor
Leva consigo o dulçor
Conduz mortiça a história
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

A cultura popular
Riqueza maior que ouro
Parecida é com o louro
Que serve para adornar
O vencedor a cantar
Conquistas de mui valor.
Demoli-la com trator
É desprezar a vitória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

 © Lorena Alysson

José Lins do Rêgo tem
Sua história na Cultura.
Ninguém rasga uma “figura”
Que figura o que contém.
Suas obras são pra quem
Aprendeu a dar valor.
Eu recomendo ao leitor
Conhecer a sua história!
Querem rasgar a memória,
De Zé Lins, o escritor.

Imortal já se tornou
Suas obras literárias.
Suas crônicas são lendárias,
Há quem leu e quem gostou.
O seu trabalho ficou
Na vida de um sonhador.
Meu peito enche-se de dor
Se mancharem sua história.
Querem rasgar a memória,
De Zé Lins, o escritor.

A nossa literatura
Ganhou muito com Zé Lins.
Perfumou nossos jardins
Com sua fragrância pura.
Quem não gosta de cultura
Não critique, por favor,
Esse Dom que tem amor
E Deus nessa trajetória!
Querem rasgar a memória,
De Zé Lins, o escritor.

© Sônia Gervásio

Como se rasga papel
E se joga pelo chão
Rasgado é o coração
Quando um ente vai pro céu
A abelha perde o mel
O céu perde sua cor
Quando o homem sem amor
Desrespeita a história
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

© Tiago Monteiro

Algo está acontecendo
E é preciso ter cuidado,
Pois estou desconfiado
De que um plano vil, horrendo,
Ganha forma e vem crescendo!
Sempre há grupo traidor
Que desdenha o bom labor
Por inveja ou outra escória!
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor!

Esse engenho entretecido
Por quem não conhece a Arte
Da premissa tola parte
De que já foi esquecido
E não mais tem sido lido
Esse Marco como autor;
De histórias, contador.
Tentativa vil, inglória:
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor!

É um crime esquecê-lo!
Esse fruto de Pilar
Pilar veio se tornar.
Serve, sim, como modelo
Sua escrita que, com zelo,
Faz-nos ver amor e dor
Nas palavras, sim senhor!
Não se apaga bela História,
Mas querem rasgar memória
De Zé Lins, o escritor!

© Ronaldo Rhusso

Quem bole com patrimônio
Também se bole com lágrima
Concretiza-se em lástima
Está lhe faltando neurônio
É um praticado errôneo,
Uma falta de amor
Com o filho do Corredor
Que será uma escória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins o escritor!

Eu extrapolei a glosa
Com duas rimas a mais
Porque o tema nos traz
Uma página dolorosa,
Pois uma lei poderosa
Não tem para o predador
Que transforma o bem em dor
Verdadeira vexatória !
Querem rasga a memória
De Zé Lins o escritor!

© Orlando Otávio

Uma memória esquecida
É uma cantiga calada
Uma rima não rimada
É a identidade perdida
A quem o escrito deu vida
Quem teve todo vigor
Escreveu com muito amor
Entrou pra nossa história
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

O menino no engenho
Contou uma ação vivida
Recantos dores sentida
E fez isto com empenho
Relembrá-lo hoje venho
Alçados de esplendor
Onde se formou doutor
Há uma ação predatória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins, o escritor.

Quem a história contou
Lido, relido, filmado
Merece ser respeitado
Qu'em  Itabaiana estudou
O seu canto ecoou
Com a marca do amor
E agora sem senso e dor
Faz uma ação vexatória
Querem rasgar a memória
De Zé Lins o escritor!

© Carlos Dunga Júnior

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UM POEMA DE © ADILSON SILVA


Por essas e outras barbáries  
É que eu gostaria de poder mudar de nacionalidade
Qualquer país da Europa dum mundo civilizado
Onde a cultura de seu povo
Fosse a sua prioridade
Passado de geração pós- geração
A cultivar sua história
 Querem apagar a memória
De Zé Lins o escritor.

Não pensem que sou desertor
Que não amo a terra onde nasci
E que meus pais me criou
É apenas um desabafo
De um pobre gato escaldado
Que já conhece o passado de glória e de esplendor
E hoje só dês-sabor, oriundas de seus gestores 
Ao longo de sua história
Querem rasgar a memória
De Zé Lins o escritor. 

Não fomos contemporâneos
Quis o destino assim
A vida se encarregou dele vir antes de mim
Mas não me impediu de conhecer-lo através de suas obras
Até de estudar e ensinar música, no mesmo ambiente, posteriormente
Por isso lutarei com unhas e dentes
Pra manter viva essa chama que ainda hoje se sente
Ao adentrar naquela escola
Querem rasgar a memória
De Zé Lins o escritor.


EM DEFESA DO PATRIMÔNIO

No colégio São José
Na alma de Marieta
Também meteram a marreta
La estudou muitos Zés
Zés doutores, Zés artistas
Lá anéis de ametistas
Muitos Itabaianenses usou
Dando a mão a palmatória
Já foi rasgada a memória
De quem mais lecionou!

A Praça 24 de Maio
Essa é o fim da picada
Pois deixaram uma Cagada
Bem no centro do seu raio
Um verdadeiro ensaio
Para vítima e para réu
Tornou-se um oitão incréu
Aonde fazemos oração
À Virgem da Conceição
Mas foi rasgado o seu véu!

Quando “A moça do coreto”
Chegou para o matrimônio
Aquele célebre patrimônio
Comparava-se ao um amuleto
Conclamo de dentro do peito
Preserve-o hoje e depois...
Que no Brasil só tem dois
São cem anos de história!
Não deixe rasgar a memória
Do patrimônio que é de nós!

Pra terminar minha fala
Enquanto estivermos unidos
Em se tratar de demolidos
A nossa voz nunca cala
Vamos levar nossa mala
Para todo Brasil ver
Dr. Damião e Jessier
Eles dois vão ser o guia
Da nossa Academia
Para palavra “cair” nunca, nunca acontecer...

© Orlando Otávio