segunda-feira, 28 de setembro de 2020

FESTIVAL V DO GRUPO ENCONTRO COM A POESIA

 






 

 

 


 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 



 

 

 

 


APRESENTAÇÃO

 

O cordel brasileiro e a poesia popular permanecem mais vivos do que nunca no cenário nacional. Com o surgimento das redes sociais houve um descobrimento de vários poetas que faziam seus versos anonimamente. Hoje, temos diversos grupos de poetas veteranos,neófitos e aprendizes,o que enriquece a cultura nordestina.Nos grupos de whatsapp e no facebook encontramos cordelistas e glosadores dos mais longínquos recantos deste país a construir seus versos sobre os aplausos dos outros poetas e apologistas. É possível nestes grupos vermos poetas duelando,desafiando outros poetas  para passar seu tempo escrevendo seus versos  através de seus celulares nas mãos.A moda pegou.

No grupo Encontro com a poesia da poetisa Juciana Miguel há um dinamismo em se fazer versos. Já tivemos Desafios, Duelos,Mesa de glosas  e Festivais online de poesia.No mês de agosto, a poetisa desafiou os poetas para o V Festival Online de Poesia e oito poetas se inscreveram para versejarem invocando os deuses da poesia  para se saírem bem nos duelos.Foi um show de poesia que encheu nossos olhos de prazer a cada leitura das sextilhas,setissílabos ou decassílabos para analise e escolher as melhores.E assim aconteceu! Foram oito duelos com bons níveis.

O primeiro lugar ficou com o poeta matuto de Custódia-PE Izaias Moura que recebeu seu diploma e os aplausos dos poetas e amigos.

Quando participamos de um festival deste nível ninguém perde, todos ganham,porque construímos poesia para o mundo,e a cultura popular é quem ganha e assim sendo,ganhamos todos.Viva a poesia popular!

 

Poeta El Gorrion

Itatuba-PB

 

 
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Sumário

 

Primeiro duelo......................................................06

Segundo duelo.....................................................13

Terceiro duelo.......................................................20

Quarto duelo..............................;..........................27

Quinto duelo.........................................................35

Sexto duelo...........................................................42

Sétimo duelo.........................................................49

Oitavo duelo.........................................................56

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Participantes:

 

1- Zé Duardo

2- Ramon Medeiros

3- El Gorrion

4- Nilma Souza

5- Cleidson Aires

6- Érica Pereira

7- Fabiane Ribeiro

8- Izaias Moura

 

 

Formação das duplas

 

Zé Duardo  X  Izaias Moura

Poeta Cleidao  X Ramon Medeiros

Fabiane Ribeiro X  El Gorrion

Érica Pereira X Nilma Souza

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

PRIMEIRO DUELO

 

Izaias Moura X Zé Duardo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Folha 1

Rena Bezerra

 

Assunto para as sextilhas: Felicidade

 

Izaias Moura

Eu busco a felicidade

Nos versos que tenho feito,

Na paz que Deus me concede

No amor que enche o peito,

No acordar de manhã

E na noite quando me deito.

 

Zé Duardo

Felicidade é o jeito

Da gente viver contente

Conservar as amizades

Prezar por cada parente

Ficar próximo de pessoas

Que gostem muito da gente.

 

Izaias Moura

Eu busco diariamente

Encontrar felicidade,

No passarinho que canta

Contemplando a liberdade,

Cada nota é um pronuncio

De paz, amor e saudade.

 

Zé Duardo

Só é feliz de verdade

Quem tem prazer em viver

Quem busca muito tem pouca

Quem não tem pode até ter

Muito mais felicidade

Que alguém rico e de poder.

 

 

 

Izaias Moura

Eu a busco para ser

Um ser humano completo,

Felicidade é a bússola

Que guia um homem correto,

Quem não a tem não descansa

Padece triste e inquieto.

 

Zé Duardo

Nunca foi caminho reto

Tem curvas a onde for

Felicidade não é

Ausência de dissabor

Felicidade é um misto

De contentamento e dor.

 

Izaias Moura

Eu busco para compor

Minha santíssima trindade,

Para mostrar a mim mesmo

Que ser feliz de verdade,

É ter paz, amor divino

E muita felicidade.

 

Zé Duardo

Tem gente que por vaidade

Lhe faz meta perseguida

Chega no leito da morte

Numa conclusão doída

Que a felicidade estava

No dia a dia da vida.

 

Izaias Moura

Eu busco em mamãe querida

Busco em papai adorado,

Eu busco nos filhos meus

Eu busco em meu bem amado,

Eu busco a felicidade

No que tenho imaginado.

 

Zé Duardo

Ela nunca foi estado

É um modo de pensar

Felicidade não é

Ficar feliz sem parar

E saber que tem tristeza

Mas conseguir superar.

 

Mote em sete

 

O amor duma vida inteira

A gente mesmo constrói.

 

Zé Duardo

Quem se dispõe amar

Tem que pensar pra dizer

Combinar para fazer

Todos os ponto falar

Qualquer ação sem pensar

A relação corrói

Não precisar ser herói

Basta não fazer besteira

O amor duma vida inteira

A gente mesmo constrói.

 

Izaias Moura

Noventa e nove por cento

Do que sou atualmente

Te devo logicamente

E a ti faço um juramento

Prometo a cada momento

Te ofertar amor de mói

O meu corpo inteiro dói

Sem a minha companheira:

O amor duma vida inteira

A gente mesmo constrói.

 

 

 

Zé Duardo

Eu tenho uma namorada

Que confiava até cego

Que todo prego que aprego

Ela também dá pancada

Que a relação bem formada

Gabiru nenhum num rói

Posso está em Niterói

E ela está em Cajazeira

O amor duma vida inteira

A gente mesmo constrói.

 

Izaias Moura

Um padre, um altar montado

Uma plateia seleta

Uma noiva e um poeta

Um padrinho em cada lado

Um amor concretizado

Nem mesmo o tempo destrói

Vou mostrar na luz do zói

Que a paixão é verdadeira.

O amor duma vida inteira

A gente mesmo constrói.

 

  Duardo

Um erro muito pesado

Pode até ser redimido

Porém não é esquecido

E fica sempre guardado

Mesmo sendo perdoado

Por muitos anos remói

Ninguém jamais reconstrói

A confiança primeira

O amor duma vida inteira

A gente mesmo constrói.

 

 

Izaias Moura

Tenho em minha consciência

Do que você é pra mim

Nosso amor não vai ter fim

Prometo ter paciência

Porque a minha existência

Sem você a dor corrói

Nem o fabuloso Elói

Te descreve de primeira.

O amor duma vida inteira

A gente mesmo constrói.

 

Mote em dez

 

Dos amores que tive em minha vida

você é o maior desses amores.

 

Izaias Moura

Caminhei na estrada do destino

A procura de alguém que me amasse

Não pensei que um dia te encontrasse

Transformando o meu peito de menino

Um amor verdadeiro e jenuino

Sem maldade sem dúvida sem rancores

Nos tornamos amantes sonhadores

Nossa estrada tornou-se colorida.

Dos amores que tive em minha vida

Você é o maior desses amores.

 

Zé Duardo

No crepúsculo da vida sois aurora

No mar calmo do amor é ventania

Eu pensava que fui feliz um dia

Mas você me mostrou que sou agora

Tantas pétalas que vejo sobre a flora

Não fabricam buquês com tuas cores

Nem os méis das abelhas tem sabores

Dos teus lábios na hora da dormida

Dos amores que tive em minha vida

Você é o maior desses amores.

Izaias Moura

Já fui ébrio, vaguei, cai na rua

Quantas noites dormi embriagado

Se agora eu estou regenerado

Com certeza meu bem a culpa é sua

A beleza que Deus botou na lua

A orquestra dos pássaros trinadores

Arco-íris bordado em sete cores

Tudo isso eu oferto a ti querida.

Dos amores que tive em minha vida

Você é o maior desses amores.

 

Zé Duardo

Muito tempo um alguém eu procurei

Mas achei a mulher pra vida inteira

Eu não digo que fostes a primeira

Mais a última mulher que amarei

Agradeço a Jesus por que achei

A ovelha perdida dos pastores

Uma obra maior que os criadores

Uma deusa em pecado construída

Dos amores que tive em minha vida

Você é o maior desses amores.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SEGUNDO DUELO

 

Ramon  Medeiros X Cleidão

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Folha 3 (Severino Batista)

 

Assunto sextilhas: Minha infância foi assim

 

Ramon Medeiro

Escutando cantoria,

Tirando leite e capim,

Andando em pau de arara,

Tirando enxu em cupim,

Jogando bola descalço...

Minha infância foi assim.

 

Cleidão

A saudade bate em mim

Do meu tempo de criança

Vivia de liberdade

Alimentando a esperança

De um dia, o tempo trazer

Uma vida de bonança

 

Ramon Medeiro

Carrego em minha lembrança

A primeira bicicleta,

A minha bola de meia,

O sonho de ser poeta,

O meu cavalo de pau

E a comida predileta.

 

Cleidão

Minha casinha discreta

Num cantinho do Sertão

Onde vivi minha infância

Hoje se encontra ao chão

Mas guardo ela inteirinha

Dentro do meu coração.

 

 

 

 

Ramon Medeiro

Tirei água em cacimbão,

Já fiz cerca de faxina,

Morei em casa de taipa,

Pirão, minha vitamina,

Sem energia estudava

No claro da lamparina.

 

Cleidão

Tinha uma doce rotina

De acordar bem cedinho

Colocar milho na cuia

“Meter” o pé no caminho

Buscar o burro na roça

Sem pressa, devagarinho

 

Ramon Medeiro

Eu tirava ovo no ninho

E a mamãe eu entregava,

Tinha medo da galinha,

Pois ela me beliscava,

Quanto mais braba ela fosse

Mais ovos dela eu tirava.

 

Cleidão

De noite, eu apreciava

Pelas brechas do telhado

Toda aquela imensidão

Daquele céu estrelado

Ou a lua iluminando

Com seu reflexo dourado

 

Ramon Medeiro

Meu lazer era o roçado,

Minha praia era um açude,

Meu carro era uma carroça,

Minha riqueza, saúde,

Foi simples, mas foi bonita

Minha infância e juventude.

Cleidão

Por mais que o mundo mude

Mudar, eu jamais irei.

Hoje, já sou um adulto

De certo, envelhecerei

Mas minh’alma de criança

Pra sempre carregarei!

 

Mote em sete

 

Ainda ontem sonhei

Com mamãe perto de mim.

 

Cleidão

Nunca esquecerei daquela

Que me dava atenção

Carinho, amor, proteção

Pra toda e qualquer mazela.

Hoje vivo sem aquela

Bela flor do meu jardim

Essa sensação ruim

Sequer explicar eu sei

Ainda ontem sonhei

Com mamãe perto de mim.

 

Ramon Medeiro

Sonhei mãe me balançando

Em sua rede macia

E brevemente eu dormia

Sentindo mãe me beijando.

Enquanto estava sonhando

Mamãe me dizia assim:

- Filho meu até o fim

Contigo sempre estarei.

Ainda ontem sonhei

Com mamãe perto de mim.

 

 

 

Cleidão

No sonho me abraçava

Dizendo: “- filho querido,

Apesar de ter vivido

Longe, sempre te amava

Por ti, eu sempre velava,

Lhe trouxe pão e pudim…”

O sonho acabou assim,

E ao despertar chorei

Ainda ontem sonhei

Com mamãe perto de mim.

 

Ramon Medeiro

Ontem assim que dormi

Minha mãe me visitou

E num sonho me falou:

- Filho como estás aí?

Eu então lhe respondi:

- Mãe aqui é muito ruim,

Pois sem a senhora eu vim...

No mesmo instante acordei.

Ainda ontem sonhei

Com mamãe perto de mim.

 

Cleidão

Eu viajo em pensamento

Quando de mamãe eu lembro

Ela partiu em setembro

Me deixando em desalento

Só em sonhos me acalento

Pois sonhando sonho assim:

Que ainda não foi o fim

E que em breve a verei

Ainda ontem sonhei

Com mamãe perto de mim.

 

 

 

 

Ramon Medeiro

Sonhei mamãe me dizendo

Que sem mim é só tristeza,

Respondi: - tenho certeza,

Pois assim estou vivendo!

Perguntei: - estás sofrendo?

Ela me disse que sim.

Pense numa coisa ruim,

Mesmo sonhando eu chorei.

Ainda ontem eu sonhei

Com mamãe perto de mim.

 

Mote em dez

 

Com profunda tristeza tô lembrando

São seis anos sem João Paraibano.

 

Ramon Medeiro

Lembro bem a semana, mês e dia,

Afogados lamenta e também chora

E Princesa Isabel até agora

Sente a falta que faz a sua cria.

Ninguém fez nem fará na cantoria,

Nem novato, nem mesmo veterano,

Porque João no que fez foi soberano

E no céu até hoje está cantando.

Com profunda tristeza tô lembrando

São seis anos sem João Paraibano.

 

Cleidão

Com imenso pesar inda relembro

Do episódio que vitimou João

Quando o luto pairou sobre o Sertão

Num tristonho primeiro de setembro

Ainda sinto revolta quando lembro

Que por meio d’um ser rude e insano

O destino ingrato, mal, tirano

De amargura deixou muitos chorando

Com profunda tristeza tô lembrando

São seis anos sem João Paraibano.

 

Ramon Medeiro

Quem cantava melhor sobre o sertão

Não deixou para nós substituto,

Era um gênio no corpo de um matuto,

Defensor das belezas do seu chão.

Grandioso e singelo, assim foi João,

Tanto faz o poeta e o ser humano.

Há seis anos habita noutro plano,

Mas deixou a saudade confortando.

Com profunda tristeza tô lembrando

São seis anos sem João Paraibano.

 

Cleidão

João partiu com a sua maestria

Foi fazer cantoria pra Jesus

Fica o nome: João Pereira da Luz

Imortal nos anais da poesia.

Sem estudo, mas com sabedoria

Agradava monarca ou suburbano

Tal Camões, Patativa ou Ariano

Me deixou com saudades, lamentando

Com profunda tristeza tô lembrando

São seis anos sem João Paraibano.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

TERCEIRO DUELO

 

El Gorrión X Fabiane Ribeiro

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Folha 4: Paulo Medeiros

 

Assunto para as sextilhas: Casa nova

 

Fabiane Ribeiro

A casa quando está nova

É linda dentro e por fora

Não tem sujeira nenhuma

Se arruma de hora em hora

O piso brilha de limpo

Que dá orgulho a quem mora.

 

El Gorrión

Na casa que mamãe mora

É limpinha e bem cheirosa

O terreiro bem varrido

Porque sempre foi jeitosa

As paredes bem branquinhas

Que a sensação é gostosa.

 

Fabiane Ribeiro

A empregada é zelosa

Pra casa estar conservada

Não deixa um pó de poeira

A sala é toda arrumada

E passa aromatizante

Pra casa estar perfumada.

 

El Gorrión

Não há parede rachada

Não possui casa de aranha

A cerâmica é bem branquinha

Só porque ninguém arranha

Porque toda  casa nova

O que tem é artimanha.

 

 

 

Fabiane Ribeiro

A casa nova é quem ganha

Dá gosto até de olhar

Não tem acúmulo na pia

E nem roupa pra lavar

Qualquer coisinha que suja

Alguém vai logo limpar.

 

El Gorrión

Meu sonho é nela morar

Vale à pena viver nela

E quando chega o calor

Corre o ar pela janela

Mas o que ornamenta ela

Com certeza é uma donzela.

 

Fabiane Ribeiro

Toda casa nova é bela

Sinônimo de perfeição

A dona da casa diz

Que a casa é uma mansão

Que manter ela limpinha

Até vira obsessão.

 

El Gorrión

Depois de uma construção

Todo mundo tem cuidado

Que é para mantê-la limpa

Tudo ficar arrumado

É difícil você ver

Um móvel nela quebrado.

 

Fabiane Ribeiro

Se tem dinheiro guardado

E se o marido aprova

Aí a cada dois anos

A dona da casa inova

E faz mais uma reforma

Pra casa manter-se nova.

 

El Gorrión

Todo morador aprova

Uma casa com varanda

Quando a dona é cuidadosa

No seu império ela manda

Com grande satisfação

E ainda faz propaganda.

 

Mote em sete:

 

Pra chegar lá no Japão

Vou passar o mar no nado.

 

El Gorrión

O meu sonho é viajar

Conhecer o mundo inteiro

Mas eu não possuo dinheiro

E não tenho onde arrumar

Quem vai querer me emprestar

Se eu estou desempregado

O meu sonho foi frustrado

Mas vou cumprir a missão.

Pra chegar lá no Japão

Vou passar o mar no nado.

 

Fabiane Ribeiro

Eu já medi a distância

Para chegar em Osaka

Eu seu que vou chegar fraca

Mas isso é sem importância

Não vou querer elegância

De avião reservado

Eu vou é pegar pesado

Nadando na imensidão

Pra chegar lá no Japão

Vou passar o mar no nado.

 

 

 

 

El Gorrión

Quero Tóquio conhecer

E ver a sua cultura

Aprender sua leitura

E por lá permanecer

Uma japa eu vou querer

Só saio de lá casado

E como sou esforçado

Eu lá serei campeão

Pra chegar lá no Japão

Vou passar o mar no nado.

 

Fabiane Ribeiro

O meu corpo está sadio

Dá pra ir até nadando

Ainda estou calculando

Mas não vou caçar desvio

Sem avião ou navio

Já tá tudo planejado

E logo estarei ao lado

Do templo do pavilhão

Pra chegar lá no Japão

Vou passar o mar no nado.

 

El Gorrión

Vou confessar, meu amigo,

Que eu amo uma japonesa

Ela possui a beleza

Que dela eu não me desligo

Ela quer morar comigo

Vive mandando recado

Mas estou preocupado

Porque falta embarcação.

Pra chegar lá no Japão

Vou passar o mar no nado.

 

 

Fabiane Ribeiro

Vou por em prática o plano

De fazer uma viagem

E já arrumei coragem

Pra nadar no oceano

Quero chegar em Nagano

Como tenho planejado

Até tenho praticado

Em aulas de natação

Pra chegar lá no Japão

Vou passar o mar no nado.

 

Mote em dez

 

Bráulio Bessa está na televisão

Por subir defendendo meu Nordeste.

 

Fabiane Ribeiro

Bráulio Bessa que vem de Alto Santo

No programa de Fátima ganhou vez

Ele vai toda sexta, todo mês

Defender nossa arte com encanto

O trabalho que faz é bom de um tanto

Que não tem nordestino que conteste

Vendo a Globo que quase não investe

Investindo na arte, é gratidão

Bráulio Bessa está na televisão

Por subir defendendo meu Nordeste.

 

El Gorrión

A TV é um sonho pra o poeta

Que pretende mostrar sua cultura

E exibir pra o Brasil sua bravura

E com luta alcançar a sua meta

Menestrel é figura tão seleta

Que comparo com um anjo celeste

Competente não faz sequer um teste

Mas disposto demonstra seu sertão

Bráulio Bessa está na televisão

Por subir defendendo meu Nordeste.

 

Fabiane Ribeiro

Bráulio Bessa tem nome e muita fama

Só não sei se foi sorte ou foi talento

Com a arte ele tem conhecimento

E poeta nenhum se põe na lama

Ele tem muito brilho no programa

Tem deslize e também rima que preste

Quem assiste no verso se reveste

Só que quase ninguém faz distinção

Bráulio Bessa está na televisão

Por subir defendendo meu Nordeste

 

El Gorrión

Bráulio Bessa poeta cearense

Que decente cantou sem ter afobo

Com modéstia chegou à rede Globo

Quando versa, o Brasil fica em suspense

Nosso povo se orgulha quando vence

Um poeta que vence sem conteste

A cultura é mostrada pra o sudeste

Que quiseram de nós separação.

Bráulio Bessa está na televisão

Por subir defendendo meu Nordeste.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

QUARTO DUELO

 

Nilma Souza  X Érica Pereira

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Folha 2

Marciano Medeiros

 

Assunto sextilhas: Os meus heróis são assim

 

Nilma Souza 

Estão no céu e na terra

Uns longe outros "pertim"

Deus , o meu maior herói

Meu pai que cuidou de mim

Me defendem , me protegem

Os meus heróis são assim.

 

Érica Pereira

Os meus heróis para mim

São como dois protetores,

Meu pai na terra me guia,

Meu Pai do Céu me dá flores

E prova que não esquece

De nós, pobres pecadores.

 

Nilma Souza 

Entre saudade e amores

Airton Senna deixou

Morreu no auge da fama

Seu nome se eternizou

A sementinha plantada

Cresceu e enraizou.

 

Érica Pereira

A minha infância passou

Deixou somente a saudade,

Papai Noel era meu

Herói, mas sem validade!

Papai prova todo dia

Que é meu herói de verdade.

 

 

Nilma Souza 

Digo com veracidade

Que meus heróis não morreram

Tem alguns que se mudaram

E outros permaneceram

Eu conheci todos eles

E eles não me conheceram.

 

Érica Pereira

Os meus heróis são guerreiros

Não saem da minha mente!

Lula lutou pelos pobres

E foi um bom presidente,

É meu herói,com certeza,

O meu e de muita gente.

 

Nilma Souza 

Eu não esqueço o  "oxente"

Do nosso grande Ariano

Um escritor de mão cheia

Do sertão Paraibano

Foi herói da ficção

No torrão pernambucano.

 

Érica Pereira

O meu Herói Soberano

É Deus em qualquer lugar,

Mas Papa Francisco é

Um servo espetacular

E um herói que nos ensina

Como devemos rezar.

 

Nilma Souza 

Todo herói é exemplar

E luta por igualdade

Não adota preconceito

Exclui a rivalidade

É a favor da justiça

E presa pela amizade.

Érica Pereira

Herói mesmo,na verdade

É cada um professor,

Que dedica sua vida

A ensinar com amor

E o povo sequer aprende

Nem mesmo a lhe dá valor.

 

Mote em sete

 

Nem sempre a velhice traz

Saber e maturidade.

 

Érica Pereira

A velhice é sempre o preço

De quem já viveu bastante,

Nada mais é semelhante

Ao que se foi no começo,

Quem levou muito tropeço

Sabe viver de verdade,

Depois da dificuldade

Se aprende a viver em paz

Nem sempre a velhice traz

Saber e maturidade.

 

Nilma Souza 

Eu fico me perguntando

Porque o "envelhecer"

E o que preciso saber

O tempo está me negando

Sinto que está passando

Sem dá oportunidade

Quem chega a terceira idade

Conhece o que o tempo faz

Nem sempre a velhice traz

Saber e maturidade.

 

 

 

 

Érica Pereira

Velhice nem sempre vem

Para quem sabe de tudo

Mas ela é um escudo

De quem soube viver bem,

Tem idoso que não tem

Nem sequer boa vontade

E tem jovem sem maldade

Que faz do bem seu cartaz

Nem sempre a velhice traz

Saber e maturidade.

 

Nilma Souza 

Fico triste quando lembro

Minha mãe na juventude

Tinha vigor e saúde

E de Janeiro a Dezembro

Cuidava de cada membro

Exibindo a mocidade

Mas a contrariedade

A fez sentir-se incapaz

Nem sempre a velhice traz

Saber e maturidade.

 

Érica Pereira

sabedoria é

Um privilégio do bem

Que é muito dada a quem tem

A vida cheia de fé,

Tem muito idoso que até

É jogado atrás da grade

Quando a criminalidade

Releva do que é capaz

Nem sempre a velhice traz

Saber e maturidade.

 

 

 

Nilma Souza 

Começamos na infância

Com sonhos para viver

O desejo de crescer

Sem observar distância

Chegando na última instância

Com pouca dignidade

Não mandamos na vontade

E o tempo corre voraz

Nem sempre a velhice traz

Saber e maturidade.

 

Mote em dez

 

Das tristezas de minha mocidade

Fiz as pontes da paz interior.

 

Nilma Souza

  Fui criada num triste pé de serra

Bem distante do luxo e da riqueza

Os encantos reais da natureza

Davam vida e rigor aquela terra

Mas quem planta a paz não colhe guerra

Minha arma era a flecha do amor

Aprendi a usar e dar  valor

Os conceitos que geram liberdade

Das tristezas da minha mocidade

Fiz as pontes da paz interior.

 

Érica Pereira

Na infância eu vivi muitos tormentos

Quando a morte levou mamãe querida,

A ferida ficou na minha vida

E eu não pude evitar os sofrimentos,

Mas passar cada um desses momentos

Me me fez ver que a lembrança é como flor

Para quem é um bom cultivador

Ela nasce com mais facilidade

Das tristezas da minha mocidade

Fiz as pontes da paz interior.

 

Nilma Souza 

A saudade é enorme, a dor é tanta

Que recordo das crises e alvoroço

Quando tinha a mistura do almoço

Não sobrava comida mais pra janta

Lavei roupa no rio, mudei planta

Já dormi sem sequer um cobertor

Aprendi a sorrir sentindo dor

Pra esquecer que passei necessidade

Das tristezas da minha mocidade

Fiz as pontes da paz interior.

 

Érica Pereira

Das diversas angústias que passei

Construí minha ponte de esperança

Hoje a paz é da minha vizinhança,

Minhas dores nem sei onde deixei.

Sofri muito, mas vi que suportei

Com as garras de um forte vencedor,

Ir feliz e tranquila aonde eu for

É sinônimo da força de vontade

Das tristezas da minha mocidade

Fiz as pontes da paz interior.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SEGUNDA FASE

 

Para segunda fase passaram os poetas:

 

1- Izaias Moura

2- Ramon Medeiros

3- Fabiane Ribeiro

4- Nilma Souza.

 

Novas Duplas

 

Nilma Souza X Fabiane Ribeiro

Izaias Moura x Ramon Medeiros

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

QUINTO DUELO

 

Nilma Souza X Fabiane Ribeiro

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Folha 1

Jayres Fernandes

 

Assunto sextilhas: Na faculdade da vida

 

Fabiane Ribeiro

Na faculdade da vida

Tem prova que elimina

O ensinamento é árduo

É diferente a doutrina

E a vida ensina coisas

Que quase ninguém ensina.

 

Nilma Souza

Pra ver o mapa da mina

O presente me convida

Para rever os conselhos

Da minha mamãe querida

O melhor livro que li

Na faculdade da vida.

 

Fabiane Ribeiro

Toda alma é escolhida

Pra ter lições no caminho

A gente aprende que dor

Não vem somente de espinho

A vida mostra a lição

E a gente aprende sozinho.

 

Nilma Souza

A vida tem um jeitinho

As vezes tanto agressiva

O vento sopra ao contrário

Deixa seu barco a deriva

E o mundo filtra as lições

Para que se sobreviva.

 

 

 

Fabiane Ribeiro

A vida nunca se priva

Ensina no prejuízo

A superar qualquer trauma

Com força, fé e sorriso

Pra gente ganhar a guerra

E não perder o juízo.

 

Nilma Souza

Para aprender é preciso

Conviver e estudar

As questões apresentadas

Não dá pra reformular

E a faculdade da vida

Tá pronta pra reprovar.

 

Fabiane Ribeiro

A gente tem que tentar

Aprender sem malandragem

A enfrentar as barreiras

Mesmo com pouca coragem

Pra não deixar que os problemas

Saiam levando vantagem.

 

Nilma Souza

A vida é uma viagem

Pela trilha do saber

Lições do cotidiano

A gente aprende sem ler

Mas ao pegar um atalho

Pode se surpreender.

 

Fabiane Ribeiro

Ensina a gente a saber

Lidar com o que surgir

A superar obstáculo

Também a não desistir

A não se vangloriar

E a não chorar se cair.

 

Nilma Souza

A vida tem que seguir

Com ou sem aprendizado

A faculdade da vida

Muito tem dificultado

E a palmatória carimba

O diploma do formado.

 

Mote em sete

 

Nosso amor é bem maior

Que a língua de muita gente.

 

Nilma Souza

Na minha rua é assim

A fofoca vai e vem

Até pessoas do bem

Levam a fama de ruim

Vieram falar pra mim

Que meu namorado mente

E quando está ausente

Dos infiéis é o pior

Nosso amor é bem maior

Que a língua de muita gente.

 

Fabiane Ribeiro

Tem quem fale em traição

Tanto minha quanto dele

Mas eu sou fiel a ele

E ele a mim com razão

Querem que nossa união

Acabe rapidamente

Mas eu estou bem ciente

Que ficar junto é melhor

Nosso amor é bem maior

Que a língua de muita gente.

 

 

 

Nilma Souza

Só a nós dois interessa

A forma como vivemos

Um para o outro nascemos

Pra casar não temos pressa

Não ligamos pra conversa

Desse povinho insolente

Um do outro confidente

Vivemos muito melhor

Nosso amor é bem maior

Que a língua de muita gente.

 

Fabiane Ribeiro

Tem quem fale o tempo inteiro

Que devemos terminar

Que ele só quer me usar

Que eu só quero dinheiro

Mas ele é bem verdadeiro

Sou sincera e persistente

E do que cada um sente

Nós dois sabemos de cor

Nosso amor é bem maior

Que a língua de muita gente.

 

Nilma Souza

Sempre saímos juntinhos

De mãos dadas pela rua

E quando é noite de lua

Aumenta mais os carinhos

Trocamos vários beijinhos

Ou algo mais caliente

 E a  linguaruda assistente

Se sente muito menor

Nosso amor é bem maior

Que a língua de muita gente.

 

 

 

Fabiane Ribeiro

Tem quem pense que sufoca

O nosso amor com mentira

Mas fuxico, raiva e ira

É algo que não nos toca

Tem gente que faz fofoca

E no boato até mente

Só pro ciúme insistente

Ficar ao nosso redor

Nosso amor é bem maior

Que a língua de muita gente.

 

Mote em dez

 

Quando mais precisei você virou

Suas costas, sorriu e foi embora.

 

Fabiane Ribeiro

Eu lhe dei toda ajuda que podia

Por você fiz até muita loucura

Mas você me enganou e quebrou jura

Se afastou quando mais eu lhe queria

Procurei por você a cada dia

Mas você até hoje me ignora

Seu semblante me mostra que agora

Nem da bola pra quem tanto lhe amou

Quando mais precisei você virou

Suas costas, sorriu e foi embora.

 

Nilma Souza

Suas lágrimas não molham mais meu lenço

Suas dores também não dói em mim

Sua mágoa exposta em botequim

Já não muda a forma como penso

O meu mundo é outro a que pertenço

E o limite passou até da hora

Foi você quem me disse: saia fora

Eu saí e pra mim a fila andou

Quando mais precisei você virou

Suas costas, sorriu e foi embora.

 

Fabiane Ribeiro

Eu estava tão fraca e sem ação

Você fez o que nunca imaginei

No momento que mais eu precisei

Me negou sua ajuda e atenção

O momento daquela ingratidão

Quando vem na lembrança me apavora

E eu não posso ficar nem meia hora

Sem lembrar do desgosto que causou

Quando mais precisei você virou

Suas costas, sorriu e foi embora.

 

Nilma Souza

Toda vez que chamou eu fui correndo

Sempre pronta a curar suas feridas

E o amor que unia nossas vidas

Eu sentia que estava enfraquecendo

Eu vivi para ver você roendo

E se ontem sorria, hoje chora

Telefona , procura, ainda implora

E a lição foi você que me ensinou

Quando mais precisei você virou

Suas costas, sorriu e foi embora.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SEXTO DUELO

 

Izaias Moura  X Ramon Medeiros

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Folha 2

Juciana Miguel

 

Assunto sextilhas: Os poetas que se foram

 

Ramon Medeiros

A saudade de Valdir

Me faz chorar todo dia,

Sem João Paraibano

Perde brilho a poesia

E Pedro Bandeira deixa

Enlutada a cantoria.

 

Izaias Moura

A morte fez covardia

Levou Diniz Viturino,

Carregou Jó Patriota

Deu um fim em Severino,

Fez João Furiba deixar

Enlutado o Nordestino.

 

Ramon Medeiros

Pôs fim em Zé Laurentino

Deixando triste o sertão,

Quase morro quando vi

Louro Branco num caixão

E depois ser sepultado

Em sete palmos de chão.

 

Izaias Moura

Foram junto a Mergulhão

Manoel Pedro Clemente,

O velho Manoel Bandeira

E o magistral Zé Vicente,

Manoel Xudu de Pilar

Também faz falta pra gente.

 

 

 

Ramon Medeiros

Hoje é saudade somente

O grande Silvio Grangeiro

E por falar em saudade

Lembro Pinto de Monteiro,

Um dos maiores poetas

Do Nordeste brasileiro.

 

Izaias Moura

Zé Galdino o violeiro

Poeta de qualidade,

Foi cantar com Zé Lulu

Pra Deus na eternidade,

Louro, Dimas e Otacílio

O trio que deixou saudade.

 

Ramon Medeiros

A dor o meu peito invade

Ao lembrar de Patativa,

Leandro Gomes de Barros

No cordel é lenda viva

E eu não sei como é que a morte

Pode ser tão agressiva.

 

Izaias Moura

Sei que a morte é abusiva

Não lhe darei confiança,

Levou Domingos Fonseca

E Belarmino de França,

E o gênio Antônio Marinho

Matando a nossa esperança.

 

Ramon Medeiros

Não sai da minha lembrança

Os versos de Zé Limeira,

A fortaleza da voz

De Severino Ferreira

E a peleja de Romano

E Inácio da Catingueira.

 

Izaias Moura

Lembramos de Lavandeira

Cantador a toda prova,

Saudades de Erivaldo

Todo dia se renova,

Tá ai nossos poetas

Que a morte levou pra cova.

 

Mote em sete

 

Se não tem conhecimento

Esqueça que é cantador.

 

Izaias Moura

Com trinta e três de idade

Jesus foi assassinado

Antes por Pedro negado

Na sombra da crueldade

Salvou a humanidade

Num lindo gesto de amor

E o sangue do salvador

Nos livrou do sofrimento.

Se não tem conhecimento

Esqueça que é cantador.

 

Ramon Medeiros

Conheço toda a história

Que tem a bíblia sagrada,

Sei que antes de casada

Maria alcançou a glória.

Não sai da minha memória

Que José, o genitor,

Viu um anjo do Senhor,

Diz o Novo Testamento.

Se não tem conhecimento

Esqueça que é cantador.

 

 

 

Izaias Moura

Sobre os grandes ditadores

Da história mundial

Hitler demônio carnal

O maior dos opressores

Mussolini um dos temores

Na Itália fez horror

Pinochet um traidor

Cobriu o Chile em lamento.

Se não tem conhecimento

Esqueça que é cantador.

 

Ramon Medeiros

Em se tratando das artes:

Vinícius na poesia,

Platão na filosofia,

Grande físico, Descartes,

Outros grandes baluartes,

Picasso, gênio pintor,

Beethoven, voz de tenor

Lembro agora no momento.

Se não tem conhecimento

Esqueça que é cantador.

 

Izaias Moura

A cultura nordestina

Conheço de lado a lado

Gonzagão fez um reinado

Nas teclas da concertina

Empunhando a lazarina

Lampião tocou terror

Padre Cícero é o pastor

Do nordestino sedento.

Se não tem conhecimento

Esqueça que é cantador.

 

 

 

Ramon Medeiros

Em novelas de primeira:

Terra Nostra, Passione,

Irmãos Coragem, O Clone,

Gabriela, A Padroeira.

Marca a TV brasileira:

Nos Tempos do Imperador,

Fina Estampa, Por Amor...

Audiência cem por cento.

Se não tem conhecimento

Esqueça que é cantador.

 

Mote em dez

 

A covid matou muitas pessoas

Mas a fome na África mata mais.

 

Ramon Medeiros

São crianças que morrem todo dia

Por não terem um prato de comida

Pra nutrir a barriga desnutrida

Onde a fome escolheu por moradia.

A tristeza alimenta a agonia

E na falta dos itens principais

Vê-se a fome botar pontos finais

No início de vidas não tão boas.

A covid matou muitas pessoas

Mas a fome na áfrica mata mais.

 

Izaias Moura

Se a doença da China tem um nome

A da África por fome é conhecida

Se na China o Corona seifou vida

Muitas vidas na África passam fome

Ambas tem um poder que nos consome

Suas forças pra o mundo são letais

Imagino as potenciais principais

Se unir sem perder vidas a toas.

A covid matou muitas pessoas

Mas a fome na áfrica mata mais.

 

Ramon Medeiros

O Covid matou muitos milhares,

Mas sabemos que um dia vai parar,

Só que a fome não para de matar

E fazer crueldade em muitos lares.

Africanos em muitos dos lugares

Veem que a fome de formas desleais

Faz o filho pedir comida aos pais

E seus pais responderem: - me perdoas?

A covid matou muitas pessoas

Mas a fome na áfrica mata mais.

 

Izaias Moura

O Corona sem dúvida preocupou

Governantes dos cinco continentes,

Com a fome que mata os inocentes

Africanos ninguém se interessou!

Quantas vezes Mandela ajoelhou

Implorando pedindo cereais,

Quantos filhos morreram junto aos pais,

A espera de arroz, de pão de broas.

A covid matou muitas pessoas

Mas a fome na áfrica mata mais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

SÉTIMO DUELO

 

Ramon Medeiros  X Fabiane Ribeiro

 

Disputa do terceiro lugar

 

 

 

 

 

 

 

 

Folha do terceiro lugar

 

Sextilhas Assunto: O Nordeste Brasileiro

 

Fabiane Ribeiro

O nordeste brasileiro

É terra de emoção

É onde se fala em reza

De padre Cícero Romão

Em forró do rei Luís

E a fama do Lampião.

 

Ramon Medeiros

Quero lembrar o sertão

Nas noites de cantoria:

Dois poetas na calçada

Bem no centro uma bacia

E o povo batendo palmas

Respirando poesia.

 

Fabiane Ribeiro

Pelourinho na Bahia

É um bairro bem famoso

Porto das galinhas tem

Um cenário harmonioso

E a praia da Ponta Grossa

Tem o clima mais gostoso.

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Ramon Medeiros

O cardápio mais gostoso

Está na nossa cozinha:

Arroz de leite e buchada,

Carne assada com farinha,

Cuscuz com ovo e batata,

Baião de dois com galinha...

 

 

 

 

Fabiane Ribeiro

A música é top de linha

O estilo é verdadeiro

Só se escuta Alcione,

Gal Costa, Alcymar Monteiro,

Raul Seixas, Dominguinhos,

Alceu e Zeca Baleiro.

 

Ramon Medeiros

Quero lembrar do barreiro

Que mata a sede do gado,

Da chuva que encharca o chão

Pela seca esturricado,

Da pamonha e da canjica

Oriundas do roçado.

 

Fabiane Ribeiro

O repente improvisado

Alegra o chão nordestino

Nas vozes de Vila Nova,

De Rogério, Zé Galdino,

Jonas Bezerra, Edmilson,

Caetano, Acrízio e Raullino.

 

Ramon Medeiros

O autêntico nordestino

É louco por vaquejada,

Atira de soca soca,

Ama cuscuz com buchada,

Gosta de dançar forró

E adora contar piada.

 

Fabiane Ribeiro

Tanta obra publicada

Do Nordeste se orgulhar

Se falar em Jorge Amado

Tem A estrela do mar.

Tem Iracema e Senhora

De José de Alencar.

 

Ramon Medeiros

As vezes fico a pensar

Por que tanto preconceito?

Por que muitos não nos dão

O merecido respeito

Se o Nordeste brasileiro

É Brasil do mesmo jeito?

 

Mote em sete

 

Isso tudo e muito mais

Sente quem sente saudade.

 

Ramon Medeiros

Acaba a inspiração,

O silêncio faz morada,

Quando é de madrugada

Sempre sobra solidão.

Fica sem brilho a feição,

Vive sem tranquilidade,

De sorrir perde a vontade,

Não dorme uma noite em paz.

Isso tudo e muito mais

Sente quem sente saudade.

 

Fabiane Ribeiro

Uma vontade constante

De ligar a toda hora

De ir até onde mora

O amor que tá distante

Esquece coisa importante

Lembrando a cara metade

Sente que uma dor lhe invade

Pior que dores renais

Tudo isso e muito mais

Sente quem sente saudade.

 

 

Ramon Medeiros

O pranto rola no rosto

Quando é na hora do banho

A tristeza é sem tamanho,

Bem maior é o desgosto.

A vida fica sem gosto,

A tristeza se faz grade

Pra deixar sem liberdade

O sorriso dos casais.

Tudo isso e muito mais

Sente quem sente saudade.

 

Fabiane Ribeiro

Sente que está sozinho

Que vive no abandono

Perde apetite e o sono

A cama vira um espinho

Sente falta de carinho

Vive na enfermidade

Sente que a sanidade

Está nos pontos finais

Tudo isso e muito mais

Sente quem sente saudade.

 

Ramon Medeiros

Falta a voz e falta o ar

Lembrando quem foi embora,

Nessa hora a gente chora

Sem vontade de chorar.

Quando começa a lembrar

Sente a incapacidade.

Agindo com crueldade

De maneiras desleais.

Isso tudo e muito mais

Sente quem sente saudade.

 

 

 

 

Fabiane Ribeiro

Sente o desejo de ver

A pessoa todo dia

Sente dor, melancolia

Que pensa que vai  morrer

De noite só faz sofrer

De dia é ansiedade

Com essa realidade

Os seus dias são iguais

Tudo isso e muito mais

Sente quem sente saudade.

 

Mote em dez

 

O Cordel Brasileiro se mantém

No universo do verso em primazia.

 

Fabiane Ribeiro

O cordel, Patrimônio Cultural

Avançou com destaque na cultura

Cordelistas trabalham com bravura

Para ver seus trabalhos em mural

O cordel é a prova mais real

Dos encantos da bela poesia

Que quem lê um cordel a cada dia

Se embeleza nos versos que ele tem

O Cordel Brasileiro se mantém

No universo do verso em primazia.

 

Ramon Medeiros

São diversos os grandes festivais

Sem ter uso de lápis nem papel

Preservando as raízes do cordel

Promovidos nas redes sociais.

Na TV e nos meios digitais

O cordel ganha espaço a cada dia

E no rádio se junta à cantoria

Porque juntos vão muito mais além.

O cordel brasileiro se mantém

No universo do verso em primazia.

 

Fabiane Ribeiro

O cordel é um gênero popular

Com um grande destaque no Nordeste

Comentado no Norte e no sudeste

Seu status não para de aumentar

O livreto mais puro de se olhar

Com histórias de mente tão sadia

O cordel só é bom porque quem cria

Tem na fonte o sentido para o bem

O Cordel Brasileiro se mantém

No universo do verso em primazia.

 

Ramo Medeiros

Cada rima requer conhecimento

Sobre as normas que regem a gramática,

Na contagem dos versos: matemática,

Pra provar se o poeta tem talento.

Não se pode cair no esquecimento

Escansão, elisão e melodia,

Ver se os versos possuem simetria

Pelo tanto de sílabas que contém.

O cordel brasileiro se mantém

No universo do verso em primazia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

OITAVO DUELO

FINAL

 

Nilma Souza X Izaias Moura

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Folha de Francisca Araujo

 

Assunto para as sextilhas: Quando a vacina chegar

 

Nilma Souza

Vai ter aglomeração

Se o SUS não controlar

Dividir por faixa etária

E o povo se organizar

As filas serão enormes

Quando a vacina chegar.

 

Izaias Moura

Iremos todos voltar

A nossa velha rotina,

Vai ter um louvor de paz

Na região  Nordestina,

Todos num grito de fé

Quando chegar a vacina.

 

Nilma Souza

Vou tê-la como doutrina

Louvar e agradecer

Ir a missa na igreja

A hóstia vou receber.

E essa doença estranha

Vou rezar para esquecer.

 

Izaias Moura

Irá desaparecer

O medo que me apavora,

Vou deixar de lado o álcool

Que uso de hora em hora,

E vou levar minha família

No templo onde Cristo mora.

 

 

Nilma Souza

Rezar pra nossa Senhora

E pagar minha promessa

Que a vacina chegue logo

O povo está com pressa

Não vejo a hora dizer

O Brasil tá livre dessa.

 

Izaias Moura

O planeta se interessa

Por isso estar a procura,

De uma composição

Que der vacina pra cura,

Porque o corona vírus

Trouxe tristeza e tortura.

 

Nilma Souza

Vivemos na amargura

E o distanciamento

Só por causa de um vírus

Que se diz pegar no vento

A vacina é a esperança

E a cura do momento.

 

Izaias Moura

Só Deus dar o livramento

De uma doença assassina,

De um velório em cada casa

De uma morte em cada esquina,

Isso tudo terá fim

Quando chegar a vacina.

 

Nilma Souza

Com a chegada termina

Ansiedade e pavor

O comércio abre as portas

E o povo canta louvor

Que a vacina traga a cura

E a cura traga o amor.

 

Izaias Moura

Um vírus demolidor

Levou vida atrás de vida,

Mas o senhor dos exércitos

De forma desinibida,

Vai conduzir seu rebanho

Rumo à terra prometida.

 

Mote em sete

 

A mulher não pode ter

Sua voz silenciada.

 

 

Izaias Moura

Para mim mulher tem sido,

Uma perfeição sem par,

Homem que lhe maltratar,

Não serve pra ser marido,

O lar de amor é vestido,

Quando a mulher é amada,

Deus não deixa faltar nada,

Sobra amor, sobra prazer.

A mulher não pode ter

Sua voz silenciada.

 

Nilma Souza

O machismo ainda existe

Isso é fato comprovado

Por mais que tenha mudado

O preconceito persiste

A lei aos poucos resiste

Ao longo da caminhada

Ela é assediada

Logo depois de nascer

A mulher não pode ter

Sua voz silenciada.

 

 

Izaias Moura

Nas grandes revoluções,

É bela a voz feminina,

Mulher é dádiva divina,

Expondo as opiniões,

Temos líderes de nações,

Abrilhantando a jornada,

Vamos nessa caminhada,

Lado a lado sem temer.

A mulher não pode ter

Sua voz silenciada.

 

Nilma Souza

São gritos silenciados

Agressões, espancamentos

Abusos e linchamentos

As vezes são praticados

Governos e Deputados

Fazem pouco ou quase nada

Muitos pra fazer piada

E poucos pra defender

A mulher não pode ter

Sua voz silenciada.

 

Izaias Moura

Pra mulher eu louvo eu canto,

Faço música e poesia,

Mulher é brisa macia,

É santa envolta de um manto,

Que o divino espírito santo,

Que a virgem imaculada,

Cubra de paz a morada,

Que a mulher tem por lazer.

A mulher não pode ter

Sua voz silenciada.

 

 

 

Nilma Souza

Maria da Penha lutou

Contra o seu companheiro

E hoje no Brasil inteiro

Outras beneficiou

A lei que a mesma criou

Logo foi sancionada

Mas as vezes deturpada

Não vale o seu parecer

A mulher não deve ter

Sua voz silenciada.

 

Mote em dez

 

Não existe saudade mais doída

Do que essa arranchada no meu peito.

 

Nilma Souza

Eu deixei de ouvir SAIA RODADA

Preferindo ouvir XAND AVIÃO

Amo todas de WESLEY SAFADÃO

Coisas de quem está apaixonada

A canção ponto G, a mais tocada

Cada uma produz o seu efeito

Choro muito ao ouvir AMOR PERFEITO

E hoje só vou ouvir TRISTE PARTIDA

Não existe saudade mais doida

Do que essa arranchada no meu peito

 

Izaias Moura

Trago marcas expostas no semblante,

Trago um filme que dói no pensamento,

Trago angustias ferindo o sentimento,

Trago lágrimas que rola todo instante,

Trago em mim a lembrança causticante,

De um alguém que me amou com desrespeito,

Trago as juras de amor que sem efeito,

Me deixaram na alma uma ferida.

Não existe saudade mais doida

Do que essa arranchada no meu peito.

 

Nilma Souza

Dos meus pais a saudade que ficou

Acompanha o termo GRATIDÃO

Desde quando eu era um embrião

Em seu ventre , mãe me acariciou

E papai teve a filha que sonhou

Pra herdar o seu dom, seu maior  feito

Hoje vê-lo não posso, não tem jeito

Minha mãe  que me amava é falecida

Não existe saudade mais doida

Do que essa arranchada no meu peito.

 

Izaias Moura

Tem saudades que pode ser curada,

Com Abraço, sorriso ou com carinho,

Mas a minha saudade é feito espinho,

Deixa a flor do jardim amargurada,

Quantas vezes sair na madrugada,

Por não ter um sossego onde me deito,

Nos bordéis da cidade eu sou aceito,

Mas padeço de alma enfraquecida.

Não existe saudade mais doida

Do que essa arranchada no meu peito.

 

 

CLASSIFICAÇÃO FINAL

 

1º Lugar: Izaias Moura

  Lugar: Nilma Souza

3º lugar : Ramon Medeiros

4º Lugar :Fabiane Medeiros