domingo, 27 de setembro de 2020

Nos dez pés de martelo alagoano

 Convidei meu amor pra xodozar; 

Ele veio pulsando com sorriso

E com ela eu parti ao paraíso,

Sem ter pressa, sem tempo pra voltar.

Eu desejo viver o meu sonhar 

E pra isso eu já tenho um mágico plano. 

Navegar no seu corpo leviano,

Conquistar seu tesouro é minha meta.

Nos seus braços a vida se completa

Nos dez pés de martelo alagoano.


El Gorrión-Itatuba-PB


Como sou duma raça de poeta

Fiz sonetos de amor pro meu amor

Com calor lhe pedi o seu calor 

Suas curvas bati sem dar a seta

Mas a lei da paixão ninguém não veta

No senado de senas sob um pano 

Apliquei os meus votos em um ano 

Casaremos pra ser minha senhora

Mas a lua de mel nós faz agora

Nós dez pés de martelo alagoano.


Zé Duardo


A saudade no peito não melhora;

Ao deitar-me na cama falta sono.

Já jurei:nunca mais eu me apaixono;

A tristeza no peito ainda mora.

Foi difícil sair daquele fora;

No momento foi choro e desengano.

O meu pranto formou-se um oceano;

Nosso amor é fracasso dolorido;

Tranformou minha vida sem sentido. 

Nos dez pés de martelo alagoano.  


El Gorrión-Itatuba-PB


Nosso amor verdadeiro proibido 

Foi tão breve que eu senti desgosto 

Uma noite somente tive o gosto 

De provar do teu beijo mais ardido 

Como foi em segredo o seu marido

Não será informado de nenhum plano 

Desse nosso romance leviano 

Mas seu peito não dar amor que tem

Nem é meu, sem ser dele é de ninguém 

Nós dez pés de martelo alagoano.


Zé Duardo


Você foi meu amor, fui seu refém,

Duas vidas em uma resumida,

E quem foi o amor da minha vida

Hoje em dia me trata com desdém.

Vou deixar de ser besta e vou além,

Vou tratá-la do modo mais tirano,

Minha dor vai causar-lhe grande dano

Pra você aprender me dar valor

E depois implorar por meu amor

Nos dez pés de martelo alagoano.


Ramon Medeiros


Sinto falta do fogo abrasador 

Que eu sentia nas noites de namoro,

Ao lembrar-me meu peito verte choro;

Seu amor era bom,mudou de cor.

Você sofre por não me dar valor,

Mas usou de trapaça e muito engano.

Tenho em mente que não lhe causei dano;

Despejei no seu colo meu carinho. 

Mesmo assim,esqueceu do nosso ninho,

Nos dez pés de martelo alagoano.


El Gorrión-Itatuba-PB


Não reclamo porque vivo sozinho,

Mas você solitária me reclama

Que depois que deixou a nossa cama

Noutra cama ninguém lhe fez carinho.

Decidi não seguir o seu caminho

E você não é nem terceiro plano.

Com a graça de Deus, O Soberano,

Noutro amor vou compor o meu enredo

E você fique aí chupando o dedo

Nos dez pés de martelo alagoano.


Ramon Medeiros


Tu fizeste meu peito de brinquedo 

Me negastes família e um vivente

Foi viver com um homem  inconsequente

E a coisa mudou logo de enredo 

O retorno do carma chega cedo 

Concebestes um filho de fulano 

Que deixastes por ser um leviano 

Tens um filho mas sem marido agora

Foi castigo por me negar outrora 

Nós dez pés de martelo alagoano.


Zé Duardo


Sua falta maltrata e me apavora,

Nas caladas da noite verto pranto.

Há tristeza severa no meu canto;

Sem você uma angústia me devora.

Por favor,venha logo, não demora,

Pois não quero viver no desengano.

Já implorei ao eterno soberano 

Que ele quebre este coração ingrato

E desfaça entre nós qualquer hiato. 

Nos dez pés de martelo alagoano.


El Gorrión-Itatuba-PB


Você diz que fui eu que fui ingrato 

Mas quem fez  tudo isso foi você  

Eu procuro entender não sei por quê 

E sou eu no final que pago o pato 

Eu nem sei se mereço esse maltrato 

Sou tratado da forma de um profano 

Nuca mais com você eu me engano 

Você foi bem pior que uma praga 

Mas quem faz coisa errada um dia paga 

Nos dez pés de martelo alagoano.


Oliveira da Paraíba


A família até hoje me indaga

Porque nosso romance teve fim

Eu respondo: não ponha culpa em mim,

Não fui eu que pus fim em nossa saga!

Onde passa, mentindo ela propaga

Que com ela fui fraco e leviano,

Nessas horas é bom ser veterano

Pra saber que a verdade vem à tona

E a mentira de vez se desmorona

Nos dez pés de martelo alagoano.


Ramon Medeiros


2 comentários:

Unknown disse...

Estou encantada com esses poemas , parabéns poeta.

vivaldo_cordeo_e_poesia disse...

Sou do Mato, da roça e do Sertão
Sou matuto, sem eira e nem beira
Tenho sangue da alma brasileira
Fui criado botando o pé no chão
E comendo arroz, feijão, pirão
Misturado com osso e tutano
Da escola pra roça a cada ano
Sou feliz porque sou um Nordestino
Meu oxente revela o meu destino
Nos dez pés de martelo alagoano.

®✍🏼Vivaldo Araújo