terça-feira, 27 de outubro de 2020

Poemas 2019

Um olhar igual ao seu

 

Aquele olhar penetrante

Enlevou meu pensamento

Senti no peito um esquento

A deixá-lo faiscante

Foi um olhar provocante

Que sem falar me rendeu

Meu corpo todo tremeu

Que levitei um segundo

Eu nunca vi neste mundo

Um olhar igual ao seu.

 

Seu olhar foi um punhal

Que rasgou meu coração

Brotou um pé de paixão

Que produz fruto plural

Um olhar angelical

Que de repente me encheu

E meu pensamento leu

Me maneira tão profundo

Eu nunca vi neste mundo

Um olhar igual ao seu.

 

Aquele olhar disse tudo

Que a boca não quis falar,

Mas eu pude interpretar

Depois que fiz um estudo

Percebi no conteúdo

Porque ele me prendeu

Um sorriso me moveu

É amor,pois não confundo.

Eu nunca vi neste mundo

Um olhar igual ao seu.

 

 

A medicina não cura paixão

 

Não tem remédio que cure

As doenças do amor.

Causa no peito uma dor

Que não há quem se segure,

Embora a cura eu procure,

Médico para a solidão

Pra dor do meu coração

Que se abriu uma fissura.

A medicina não cura

As doenças da paixão.

 

Procurei um especialista

Em doenças amorosas,

Tomei ervas amargosas

E de remédio uma lista.

Consultei geneticista,

Mas a resposta foi não.

Eu rodei feito pião,

Porque sinto uma amargura.

A medicina não cura

As doenças da paixão.

 

Por favor, alguém me diga

Qualquer tipo de remédio

Que me cure deste tédio

E que sane esta fadiga.

Esta doença me intriga,

Mas quero uma solução,

Pois meu pobre coração

Vem sofrendo esta tortura.

A medicina não cura

As doenças da paixão.

 

DE TANTO QUERER TE AMAR

 

Oh minha querida amada

Não fique triste comigo,

Porque às vezes persigo

Pra te ver bem animada.

Sei que ficas chateada

Quando eu fico te chamando.

Nossos olhos vão cruzando

E eu me firmo em teu olhar.

De tanto querer te amar

Acabei te machucando.

 

Eu te peço até perdão

Se um dia te machuquei,

Porque eu me apaixonei;

Não dominei a paixão.

Quando escuto uma canção

As lembranças vão chegando,

Sinto o peito acelerando...

Eu desejo te encontrar.

De tanto querer te amar

Acabei te machucando.

 

Eu não nego pra ninguém

Que sou louco por você,

Não me pergunte o porquê

Nem faça de mim desdém.

O meu amor se mantém;

É certo,não estou blefando.

Sinto meu peito sangrando

Ao te ver me desprezar.

De tanto querer te amar

Acabei te machucando.

 

Sonho contigo em meus braços

Vendo seus lábios risonhos

E eu matando meus sonhos

Recebendo teus amassos.

Explorando teus espaços

E a tua boca beijando,

E quando estás me abraçando.

Viajo neste sonhar

De tanto querer te amar

Acabei te machucando.

 

QUEM PADECE NO BAR DA SOLIDÃO

 

Minha vida não tem mais serventia

Porque fui neste mundo desprezado

Todo dia eu durmo embriagado

Eu não sei o que é mais alegria

Hoje sinto que minha alma está vazia

Por não ter ao meu lado minha amada

A bebida se tornou minha aliada

Uma dor triturou meu coração

Quem padece no bar da solidão

Fica bêbado de amor na madrugada.

 

Eu carrego meu fardo tão pesado

De tristeza, aflição e bebedeira

Porque sinto a saudade sorrateira

Pincelar com descrença meu passado

O caminho do amor está fechado

A bebida me fere como espada

Quando lembro da minha ex-namorada

Eu me sinto perdido e até sem chão

Quem padece no bar da solidão

Fica bêbado de amor na madrugada.

 

Eu já vivo na rua da amargura

Minha casa é um triste botequim

Os meus dias parecem não ter fim

Um exílio de noite me enclausura

Minha vida só resta uma moldura

E minha alma já está dilacerada

Cada copo que bebo é uma pancada

Meus anseios viraram ilusão

Quem padece no bar da solidão

Fica bêbado de amor na madrugada.

 

Mote: Juciana Miguel

 

VOLTEI

 

Minha querida, eu voltei

Com meu coração ferido

Pra dizer que estou sofrendo,

Mas que eu estou decidido

A tomar novo destino

Pra este amor clandestino

Que me deixou tão perdido.

 

Eu voltei desiludido

De uma falsa paixão.

O cupido me fechou

Com flechas da ilusão.

E num sonho desvairado

Eu me vi apaixonado

Sem saber qual a razão.

 

O meu pobre coração

Desejoso alimentava

De uma falsa esperança

Que meu peito maltratava.

Eu sozinho no meu canto

Sofrendo e vertendo pranto

Tu me vias,nem ligava.

 

Esta dor me torturava,

Mas de repente acordei

Deste sonho impiedoso

Que sofrendo alimentei.

Consciente que perdi,

Eu vim só dizer a ti

Que noutro amor me ancorei.

 

Desta ilusão me livrei;

Formatei meu coração.

Não quero mais me apegar

A quem não dá-me atenção.

Assim como um passarinho

Encontrarei outro ninho

Para minha distração.

 

Vim te entregar a paixão

Meu carinho e meu sonhar.

Fique com todos abraços

E as noites de luar.

Com o peito ardendo em dor,

Eu guardarei o amor

Que não chegou começar.

 

Prometo,não vou chorar

Já que nunca ouvi teu sim.

Esquecerei de teu nome;

Darei mais valor a mim.

Não suplico piedade,

Mas eu sentirei saudade

De um lance que teve fim.

 

Sei que não pensas em mim,

Nem sentes por minha dor.

Na minha ânsia maluca

Chamei-te de minha flor.

Fiz um alto investimento

E o que sinto no momento

É tristeza e amargor.

 

Vá desfrutar seu amor

Que eu vou cuidar te esquecer.

Vou curar minhas feridas

Que faz parte do sofrer.

Saio de cabeça erguida

Dando rumo a minha vida

Pra nunca mais me perder.

 

Não quero mais me exceder...

Siga em paz o seu caminho.

Sinto constrangido, pois,

Mendiguei o teu carinho.

Não conquistei teu amor,

Saí como perdedor

Por isto eu sigo sozinho.

 

CONFISSÕES

 

Oh minha,deusa querida,

Eu me apaixonei por ti.

E mesmo estando distante,

Eu lutei e não desisti.

E neste prazer medonho

Eu realizo meu sonho

De te dizer:eis me aqui!

 

Momentos triste eu vivi,

Foi por uma boa ação.

A distância deu-me força,

Reforçou mais a paixão.

Hoje, demos grandes passos,

Quando te vejo em meus braços,

Alegra o meu coração.

 

E quantas vezes chorei

Sentindo a dor da saudade!

E a dor era revertida

Em desejo mais vontade.

De provar o teu carinho,

Pois eu vivia sozinho

Sem minha cara metade.

 

A distância, meu amor,

Nunca foi uma barreira?

Porque eu contava as horas

Pra te ter a vida inteira.

E não era uma ilusão,

Porque no meu coração

Tinha acesa uma fogueira.

 

Mas eu nunca duvidei

Da paixão, do teu amor.

Quando falavas comigo

Com teu jeito abrasador,

Tua voz me conquistava,

A paixão se renovava

Neste peito sonhador.

 

Eu sonhava com teus beijos,

Só pensava em te abraçar.

E dormirmos bem juntinhos

Sem ninguém pra atrapalhar.

Nesta ansiedade louca

De beijar a tua boca

E no sonho viajar.

 

Hoje é tudo diferente,

Porque tu estás aqui.

Realizarei meus sonhos

De viver juntinho a ti

C'a distância dissipada

Gritarei:vem minha amada,

Esta batalha eu venci.

 

Em nosso primeiro encontro,

Sinto no peito um abalo.

Ver você em minha frente,

Pra mim é o melhor regalo.

E neste belíssimo ensejo,

Matarei todo desejo

Amando sem intervalo.

 

Uma cama nos espera;

O desejo nos convida.

Uma chama se inflama

E uma vontade trepida.

Sinto teu corpo fervendo,

Uma emoção me envolvendo...

A distância vou vencida.

 

Confessei meu sentimento,

Pois tinha que te falar,

Mas agora,minha deusa,

Vem meu sonho completar.

E vamos pra o infinito

Viver este amor bonito

E viver só de sonhar.

 

VAI,SAUDADES!

 

Eu não sei o que é felicidade,

Logo após minha amada ir embora.

Uma dor me maltrata e me devora...

Desse amor não sobrou nem amizade.

Eu só peço atenção por caridade

Só pra ver se ameniza este sofrer.

Como é triste eu contar meu padecer;

Pois quem ver não entende o dissabor

 Vai,saudades, dizer pra meu amor

Que sem ela eu não posso mais viver.

 

Eu mandei a saudade visitar

A mulher que lançou meu coração,

E dizer-lhe que eu morro de paixão

E sem ela eu não vou mais suportar.

A saudade que sinto é de matar

E a distância provoca padecer.

Eu espero que antes de morrer

Ela venha tirar-me desta dor.

Vai,saudades, dizer pra meu amor

Que sem ela eu não posso mais viver.

 

Oh, saudade,transmita  esta mensagem

Por favor, e espere uma resposta,

E pergunte se,de mim, ainda gosta

Ou se tudo não passa de miragem.

Diga a ela que guardo a sua imagem

Que não tenho vontade de comer.

Já bebi pra tentar lhe esquecer,

Mas eu choro lembrando seu calor.

Vai,saudade, dizer pra meu amor

Que sem ela eu não posso mais viver.

 

Aproveita,saudade,e diga a ela

Que a noite eu não durmo, falta sono.

Que sem ela me sinto um rei sem trono

E que a falta de um beijo em mim martela.

É só ela que cura está sequela

E não deixe meu sonho fenecer,

Pois eu quero seu nome proteger

E que atenda este meu último clamor.

Vai,saudade,dizer pra meu amor

Que sem ela eu não posso mais viver.

 

A insônia tornou-se companheira

Deste ébrio tristonho e sofredor,

O silêncio das noite traz a dor

E a saudade tornou-se rotineira.

Os meus olhos formou-se cachoeira

E a tristeza só vem pra me abater.

Eu não tenho ninguém pra me acolher,

Porque ela levou meu bom humor.

Vai,saudade, dizer pra meu amor

Que sem ela eu não posso mais viver.

 

Mote:Ramon Medeiros

 

ENFIM, O FIM

 

Querida, meu coração

É de carne e não de ferro!

Não me trate com desdém,

Este papo,hoje,encerro.

Vou seguindo minha lida

Com a minha alma ferida,

Nossa história aqui enterro.

 

Pra você sou eu quem erro,

Mas confesso que eu errei,

Quando fitei nos teus olhos

E por ti me apaixonei.

Senti no peito um alento,

Pois nascia um sentimento

E pra ele me doei.

 

Pra você me facultei;

Por seu amor fiquei preso.

Eu te dei toda atenção,

Fui sincero, fui coeso.

Hoje colho só maldades,

Atendi suas vontades,

Mas recebi seu desprezo.

 

Como animal indefeso

Sem forças pra revidar,

Assim caminhando vou

Sem forças pra batalha.

A tristeza me consome;

A esperança se some

Como a noite de luar.

 

Seu nome, vou deletar

E tirá-lo da memória.

Esquecer esta aventura,

Escrever nova história.

Tudo virou ilusão

Neste mar de solidão

Desta paixão ilusória.

 

Terei outra trajetória,

Mas sequer sei o caminho.

Na imensidão do mundo

Com sentimento mesquinho.

Bebendo a melancolia

Ao lado da letargia

Por entre um redemoinho.

 

Há no meu peito um espinho

Que me causa grande dor.

A solidão traiçoeira

E a culpa de perdedor.

Meus dias são infelizes

E na mente as cicatrizes

De quem chora por amor.

 

A espada do rancor

Atingiu meu coração

Ferindo meus sentimentos

Com veneno da ilusão.

Estou perdido sem o prumo,

Para amar perdi o rumo,

Pois me tornei abstração.

 

Estou preso por grilhões

Na tal cela da amargura.

Sou do amor prisioneiro

Nesta prisão obscura.

Seu amor não alcancei,

Confesso que fracassei

E a solidão me tortura.

 

Sua falta me tritura...

Perdi da vida o encanto.

Eu não fui correspondido,

Com esta dor me transplanto.

E num desgosto profundo,

Eu me lançarei no mundo

Pra ninguém ver o meu pranto.

 

El Gorrión

Itatuba-PB

 

Por causa de uma paixão 
Eu me entreguei a bebida,
Danifiquei minha vida 
Chorando a tal solidão.
Sem ela no meu colchão,
O meu peito verte a dor.
Já não tenho mais humor, 
Choro a noite meus pesares.
Estou morando nos bares 
Por causa de um grande amor.

 

Eu já fui bom cidadão 
De prestígio,respeitado, 
Me sentia muito amado 
Com prazer no coração.
Mas com a separação 
Eu fui perdendo o valor,
A solidão com pavor 
Me levou pra outros mares.
Estou morando nos bares
Por causa de um grande amor.

 

Eu que abandonei meu lar 
E até mesmo meu emprego,
E perdi todo aconchego; 
Fui pra rua lamentar.
Pra comer fui esmolar...
Pra mim foi a maior dor.
Perdi da vida o sabor, 
Me contentei com cantares.
Estou morando nos bares 
Por causa de um grande amor.

 

Eu me afoguei na cachaça 
Com ela em meu pensamento, 
Veja aqui meu sofrimento 
Só a tristeza me abraça.
Eu sou assunto na praça:
Tachado de perdedor.
Ninguém me dá mais valor;
Meus sonhos foram pra os ares.
Estou morando nos bares
Por causa de grande amor.

 

Mote:Gil Martins 
Glosa : Poeta El Gorrión

 

 


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