sábado, 26 de junho de 2010

A MOÇA QUE CONSEGUIA TUDO MOSTRANDO SEU PERIQUITO


Oh Deus todo poderoso
Quero aqui inspiração
Pra escrever esta história
Que me chamou atenção
Pois neste mundo há de tudo
Que causa admiração.

A história que eu conto
Não aconteceu aqui
Foi na cidade vizinha
Lá pras bandas de Mari
Quem me contou foi um cara
Que convivia alí.

Ele me contou a história
Eu logo fiquei aflito
É que ali tinha uma moça
Com um jeito esquisito
Tudo ela conseguia
Mostrando seu periquito.

Era uma moça enrolona
Gostava de enganar
Seu periquito era a arma
Para poder trambicar
E em qualquer situação
Ela sabia se“safar”.

O nome dela é Cristina
Filha de Zé Expedito
Sua mãe Maria Elza
Criadora de cabrito
Porém ela é conhecida
“A moça do periquito”.

Cristinaé bem prendada
Tem um corpaço bonito
Parece uma modelo
Deixa qualquer um aflito
Tem um olhar atraente;
Só gosta de um “agito”.

Apesar de sua beleza
Não gosta de estudar
É rude e preguiçosa
Leva a vida em enrolar
As pessoas que a ela
Venha se aproximar.

Um dia pegou o carro
Do pai e foi passear
Deu uma batida num moço
Que saiu a trabalhar,
A polícia foi chamada
Para o caso apurar.

A moça vendo a polícia
Sentiu logo o conflito
Falou com o policial:
-Você é muito bonito!
Deixe este caso pra lá
Que eu lhe mostro o periquito.

O policial surpreso
O caso amenisou
Bateu um papo com ela
E o caso ignorou
Ela mostrou o periquito
E o soldado alisou.

Teve uma vez na escola
Ela ia ser reprovada
Mostrou para o professor
O periquito e mais nada
E sem fazer nem a prova
A moça foi aprovada.

Certo dia num presídio
Estava havendo um motim
Os presos se rebelaram
Porque estavam achando ruim
A polícia trabalhou
E não conseguiu por fim.

As policias se uniram
Mas aumentava o agito
Não se tinha solução
Pra acalmar o conflito
Mandaram chamar a moça
Que mostrava o periquito.

Quando ela chegou ali
Fez um aceno com a mão
Levantou com calma a saia
E logo chamou atenção
Mostrou para todos os presos
E acabou-se a rebelião.

Um dia essa “danada”
Que não tinha o que fazer
Inventou de ir à Igreja
E ao invés de se benzer
Mostrou o seu periquito
Só não viu quem não quis ver.

Ela tinha um amigo
Que estava embreagado
Bagunçando pela rua
E logo foi enquadrado
Ela disse:-Vou soltá-lo
Ligeirinho e avechado.

Chegou na delegacia
Com um gesto bem bonito
Falou com o delegado
Que o deixou esquisito
E disse: Solte o amigo
E lhe mostrou o periquito.

O delegado bateu pino
E disse:-Pode levar!
Ele é o seu amigo?
Por que aqui veio parar?
Abriu porta da prisão
E o deixou caminhar.

Um dia foi à Brasília
Visitar o presidente
Não a deixaram entrar
Porque tinha muita gente
Logo mostrou o periquito
E o guarda ficou contente.

Ela passou de mansinho
O guarda fez que não viu
Foi bater no gabinete
Ninguém a ela impediu
Mostrou o periquito a Lula
E ele se divertiu.

Ela conheceu um moço
Muito rico e charmoso
Ela fez um “ar” de riso
E lhe chamou de gostoso
Mostrou o seu periquito
Que ele ficou dengoso.

Um velho pedia esmola
Em uma tarde de verão
Ela se aproximou
Com uma má intensão
Mostrou o periquito a ele
Que tremeu de emoção.

O velhinho lhe dizia:
-Menina, quer me matar!
Um homem nessa idade
Não pode mais aguentar
Baixa a saia, vá embora
Senão eu vou desmaiar.

Um dia, ela passeando
O ladrão foi lhe assaltar
Ela disse em seu ouvido
-Tenho algo a lhe mostrar
Meu periquito é bonito
Deixo você apalpar!

O bandido derreteu-se
Porém achou esquisito
Ela logo pediu calma
E mostrou o periquito
O ladrão saiu sorrindo
E ela enganou o maldito.

Um dia foi a São Paulo
E ali fez uma armação
Entrou no campo do Corinthians
E foi na concentração
Mostrou ali o periquito
E causou uma confusão.

Os jogadores do time
De repente enlouqueceram
Foram jogar com o Palmeiras
E o jogo ali perderam
O verdão foi campeão.
E os torcedores sofreram.

Foi num dia bem cedinho
Ela começou pensar
Que lhe faltava dinheiro
Pra vestir e pra farrar
E decidiu ir ao banco
A fim de negociar.

Falou logo com o gerente
E a resposta foi não
Ela ficou por ali
Muito triste e sem ação
Falou de novo com ele
Segurando em sua mão.

Chamou pra um particular
Disse:-Você é bonito!
Cochichou no seu ouvido
Lhe mostrou o periquito
O gerente derreteu-se
E acabou o conflito.

Um dia ela foi à praia
Pois gostava de farrar
Foi comer num restaurante
E a conta não quis pagar
Foram chamar o gerente
Pra com ela conversar.

Quando o gerente chegou
Disse:-Calma nesta hora
Ela foi se aproximando
E o abraçou sem ter demora
Ela mostrou seu periquito
E ele disse:-Vá embora!

Em uma festa de São João
Ela estava embriagada
Levantava o vestido
E mostrava a rapaziada
Que gritavam de alegria
Oh! Festa boa danada!

No estado de São Paulo
Ela foi pra desfilar
No famoso “Fashion Week”
Tinha algo a mostrar
Com seu corpo extravagante
Fez a galera vibrar.

Mas já no fim do desfile
Ela chama à atenção
Levanta a saia um pouquinho
E alisa com a mão
Mostrando seu periquito;
Eu vi na televisão.

Ela também tinha um sonho
De um dia ser cantora
Cantar funk e pagode
Cristina era sonhadora
E de tanto insistir
Parou numa gravadora.

Lançou o primeiro CD
Era um funk pesadão
No começo sua música
Causava contestação
E ela foi reprovada
Pela tal população.

Mas ela era insistente
E queria ser um mito
Compôs uma música nova
Que causou maior agito
Dizia pra mulherada:
-Mostre!mostre o periquito!

Sua fama cresceu tanto
Que chegou a televisão
Foi na Globo que estreou
No programa do Faustão
Mostrou seu periquitinho
Pra esta amada “nação”

A audiência da Globo
Naquele dia subiu
A Record e a Bandeirantes
Sua audiência sumiu
Nesse dia até Gugu
E o seu pintinho dormiu.

No carnaval carioca
Ela entrou na Mangueira
O samba na ponta do pé
Nisto ela era guerreira
Ela rebolava tanto
E não sentia canseira.

Ela chamou à atenção
Logo assim que começou
Encantando os jurados
Um a um os conquistou
Mostrando seu periquito
E a Mangueira ganhou.

Quando ela se embriaga
Sai as ruas num só grito
Levantando sua saia
Deixando o povo aflito
Grita alto perguntando:
-Quem quer ver meu periquito?

Dizem que em sua cidade
Ela acabou com uma feira
Mostrando seu periquito
E gostou da brincadeira
Os feirantes atrás dela
E ela saiu na carreira.

Um dia em uma missa
Ele chegou de mansinho
Mostrou o seu periquito
E saiu devagarinho
Chamou a atenção pra si
E o padre ficou sozinho.

Ela foi num hospital
Os doentes visitar
Não era hora de visita
Ela não pôde entrar
Mostrou o seu periquito
Só assim pôde passar.

Chegou perto de um doente
Que estava ali bem fraquinho
Quando viu seu periquito
Levantou devagarinho
Disse:-Oh meu Deus como é lindo!
Pedaço de mal caminho.

Sei que até você leitor
Está muito curioso
Para ver o seu periquito
E ficar muito gaboso
Pelo que o rapaz me disse
É mesmo maravilhoso.
O periquitinho dela
É um passarinho desenhado
É uma bela tatuagem
Bem verdinho e pintado
Fica pertinho do outro
Mas é muito apreciado.

Esta moça ainda é viva
Lá pras bandas de Mari
Mas esteja percebido
Ela pode estar aqui
Pra mostrar seu periquito
E agente se divertir.

FIM



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